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Lágrimas de Pai (Parte 1)

A foto acima é da cidade de Marion, não é exatamente assim, mas dá para ter uma base.
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Um tornado de trevas circulava por toda a cidade, o trovejar de milhares de asas ecoando pelas áreas comerciais.

Marion, outrora bela e vivaz, um reino esculpido em uma árvore colossal, agora estava mergulhada no tumulto e encoberta por um véu de escuridão. Suas ruas, antes povoadas e alegres, estavam agora subjugadas, com poças de sangue e cadáveres por toda parte. O corvejar pesado e pavoroso dos Gaviais contava a história de como a cidade chegara a esse estado.

A quantidade de criaturas era impossível de contar. Juntas, pareciam formar um único ser, voando em alta velocidade sobre as redondezas da cidade, que agora estava sob cerco. Era uma ninhada de Gaviais gigantes, como nunca antes vista.

Com suas longas asas e penas que pareciam absorver a luz obscurecendo o céu.

A cidade mais se parecia, agora, com a mesa de um açougueiro demente.

Onde antes havia pessoas, agora restavam apenas carcaças mutiladas, cercadas por grupos de Gaviais.

Penas grandes e escuras caíam do céu.

Desviando o rosto de uma dessas penas, com respingos de sangue, um soldado de porte médio segurava uma lança longa, apontada para uma mancha preta que se movia no céu.

Seus músculos tensos eram visíveis sob a pele clara. Feições maduras, cabelos grisalhos e uma barba branca e formosa compunham seu rosto, seu olhar tenso e focado.

Vestindo trajes verde e marrom-avermelhado, feitos das folhas e madeira da gigantesca árvore.

O soldado disparou uma lança com precisão, seus músculos tensos explodindo em movimentos como as cordas de um violão. A cidade tremia sob seus pés, mas sua mira permaneceu inabalável.

A lança, com a ponta feita de um dente de Verme de Madeira, assobiou no ar, anunciando que seu mestre ainda não havia caído.

Quase instantaneamente, ela atravessou um Gavial de oito metros de envergadura. A cabeça da criatura foi separada do corpo, que agora mergulhava em direção ao chão.

O soldado disparou para frente, na direção da queda do cadáver, seus passos eram firmes e largos.

Olhando para frente, ele estreitou os olhos e cerrou os dentes, uma carranca feia em seu rosto. Próximo ao local onde o Gavial deveria cair, um Verme repugnante acabava de emergir da madeira.

Ele inalou profundamente e aumentou os passos.