F I R E A W A Y
Faziam algumas semanas desde o Ritual da Noite, e novas mortes ocorreram na fronteira da Corte dos Pesadelos, o que fez com que o Círculo Íntimo redobrasse seus cuidados com Nyx, e a segurança dos Grão Senhores fosse intensificada consideravelmente enquanto a criatura não fosse encontrada.
No dia seguinte a primeira investigação direta de Azriel nas montanhas da fronteira, Gwyneth pediu que ela e as Valquírias ajudassem na caçada, o que Rhys negou, porém pediu para que elas vigiassem a cidade de Velaris enquanto eles estivessem fora caçando.
As Valquírias mantinham uma rotina de treinos matinais e Gwyneth, agora ciente de mais um dom, estava focada em ajudar mais pessoas, o que aumentava sua animação em níveis elevados pra alguém daquele tamanho. Azriel levava a sacerdotisa à floresta de Velaris sempre que havia uma brecha no seu tempo para que praticasse sua cura em animais que se safaram de caças ou que foram predados por outros de uma espécie mais forte.
Gwyn ficava cada dia mais confiante com seus poderes, e de vez em quando, Azriel ia a biblioteca e a via fazendo caretas entre as estantes, praticando equilíbrio mental.
— Eu poderia dizer que tem fumaça saindo de sua cabeça agora. — Az fala parando no batente de uma das salas da biblioteca e Gwyn se assusta com o som de sua voz, fazendo o encantador soltar um riso fraco.
— Isso não tem graça — Ela fala, e ele dá de ombros. — Tenho muitos livros pra guardar ainda, não sei se podemos ir à floresta hoje.
— Não seja por isso. — Az fala e imediatamente pega uma de suas facas escondidas em seu traje. Ele faz um pequeno corte em sua mão, e estende o braço pra ela.
— Eu estou falando sério. — Ela empurra sua mão, que sangra levemente, e ele tenta ignorar a dor. — Não posso deixar meu trabalho aqui de lado porque decidimos que eu sou uma guerreira barra encantadora barra curandeira. — Ele assente, ainda com a mão estendida e ela revira os olhos. — Desculpa. — Gwyn estende sua palma sobre ela, e cura seu pequeno corte sem proferir as palavras que ela costuma dizer durante a cura. Está se acostumando a assumir seus poderes, finalmente.
— Bom, eu posso te ajudar, se quiser. — Ele diz, pegando um ou outro livro do carrinho e entregando pra ela. — Ou... você pode ordenar as sombras e elas podem fazer pra você.
— Elas não estão a minha disposição. — Ela fala, e ele ordena que elas passam pra ela, mas Gwyn nega, fazendo-as voltar para Azriel. — Não posso me acostumar com essa facilidade, se não posso contar com ela sempre. — Ela se vira pra colocar mais livros no lugar e Az assente.
— Isso te incomoda? — Az fala, e ela dá de ombros. — Não ter suas sombras?
— Não chega a ser um incômodo — Ela fala, segurando outro exemplar. — Mas não é frustrante saber que eu só vou poder contar com elas quando você estiver por perto? — Ela pergunta, e ele não responde. — Qual o sentido de tanto treino? Eu vou desenvolver minhas sombras?
— Olha Gwyn...
— Como você conseguiu elas? — Ela pergunta e se vira pra colocar um marcador numa caixa mágica da biblioteca. Azriel não responde. Como contar a verdade a ela? Como fazer ela entender que na verdade ele tomou as sombras de alguém? Como fazê-la entender que ela terá de passar pelo mesmo se quiser ter as próprias? Quando ela se vira, o Encantador vê que deixou suas emoções transparecer e ela assente, pois entende que é um tópico sensível. — Pode me ajudar com esses, por favor? — Ela pede, sabendo que ele não irá contar facilmente e ele pega um bloco de livros, colocando numa prateleira mais alta que o normal.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Corte de Histórias e Encantos • Gwynriel
FanfictionPouco tempo depois dos acontecimentos de ACOSF, vemos Azriel refletindo sobre como o futuro pode ser diferente, e diante de um lendário poço de Velaris ele atira algumas moedas e deseja profundamente que coisas boas aconteçam. Coincidentemente, é n...