A Corte de Histórias e Encantos • Gwynriel

Mistaken

T H E   L A K E S

Quando chega à Casa do Rio, Rhysand o recebe com impaciência, devido a intercorrências na fronteira da Corte dos Pesadelos. Azriel acompanha o Grão Senhor até o escritório onde Feyre já está sentada analisando alguns documentos e fazendo anotações sobre os ocorridos. 

— Que bom que chegou. — Ela comenta quando Rhys se senta perto dela. — As gêmeas trouxeram mais baixas. A situação parece ser muito pior que imaginamos. 

— Essa criatura está caçando nas nossas terras, e precisamos descobrir se tem algo a ver com Koshei ou as Rainhas. — Rhys afirma, e Azriel assente. 

— Eu posso averiguar. — Azriel se prontifica. — Os corpos estão no mesmo lugar? 

— Não, foram movidos. — Rhys bufa. — Os moradores do local decidiram limpar a área para o Ritual da Noite. 

— Ritual da Noite? — Ele questiona indignado. — Têm séculos que eles não praticam, isso se quer faz sentido. 

— Eles querem comemorar. — Feyre fala sem expressão. — É a primeira lua cheia do Nyx. 

— Você contou a ela como esse ritual funciona? — Azriel pergunta, e Rhys assente. 

— Az, eles estão esperançosos. — Feyre diz. — Você sabe que precisamos deles. Mesmo que a contragosto, eles são o nosso povo também. 

— Sim. — Ele suspira, e eles escutam o tilintar de xícaras no corredor fora do escritório. 

— Elain está em casa. — Rhys sussurra na mente de Azriel, que assente sem olhar pra trás. 

— Az? — Ele escuta a voz doce da loira que adentra o ambiente sem cerimônias. 

— Elain. — Ele responde assumindo uma postura indiferente à presença dela, o que agrada Rhysand. — Com licença. — Azriel se despede notando o olhar confuso de Feyre, mas quando sai da sala percebe é seguido por Elain.

Ele sai pela porta principal e não olha para trás. 

Quando Azriel sobrevoou a região sudoeste da Corte Noturna, pôde ver os cidadãos agilizando os preparativos para o Ritual da Noite. Seres monstruosos carregando troncos e mais troncos de madeira no objetivo de montar a estrutura do evento ao ar livre na base da montanha como de costume. Fêmeas caminhando pelas ruas com tecidos finos e suas crianças no encalço ajudando, para a confecção dos trajes e das decorações das tendas. Algumas ousavam olhar pra cima e viam a silhueta do Encantador de Sombras observando a região atentamente, tentando encontrar o que quer que estivesse colocando os cidadãos da corte dos pesadelos em perigo. Por mais surpreendente que fosse esse pensamento. 

"Eles também são nosso povo", Azriel lembrou da frase que Feyre lhe dissera a pouco, e que o fazia questionar se eram mesmo. Apesar da coroa na cabeça de Rhysand e o título que lhe foi concedido, muitos acordos lhe eram necessários para que aquele povo o respeitasse. Uma máscara lhe vestiu por muito mais que os 50 anos que Amarantha governou esse lugar e tudo isso a que preço? No fim das contas eles se governavam e se cuidavam sem os cuidados diretos do Grão senhor. 

A realidade é que Rhysand só se lembrava dessa parte da corte quando o pior acontecia, e ele mesmo tomava a iniciativa de admitir esse fato. 

— Vejamos se não é o bastardo espião. — Keir o cumprimentou quando Azriel desceu em alta velocidade até onde estavam o Pai de Mor e alguns outros machos conversando. — Veio salvar alguma donzela em perigo?