Confessions

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S A F E   A N D   S O U N D


Fazia algumas semanas desde o dia que Azriel e Gwyn estavam na biblioteca, agora, treinando sozinhos, eles estavam progredindo com controle mental.

Az começou com atividades básicas tendo o apoio de Rhys e as tarefas que passou para Feyre quando precisava que ela fortalecesse seus escudos. No caso de Gwyneth, mais que fortalecer, ele precisava que ela soubesse como, quando abrir sua mente, e uma forma exata de direcioná-la para as sombras.

Eles trabalhavam isso por semanas, até que Azriel decidiu que ela estava pronta pra testar novamente o que fez por acaso na fonte em frente ao Rio.

Eles estavam num galpão um pouco mais afastado do Centro de Velaris, treinando a algum tempo, e desde a manhã, Gwyneth só havia conseguido quebrar uma das dez garrafas que ele havia enfileirado pra ela destruir inicialmente.

Azriel observava Gwyn com as mãos nos joelhos e olhando pro chão enquanto tentava recuperar o ar que lhe falta.

— Vamos Berdara, postura! — Azriel fala alto para que ela se levante e a gota de suor que escorre de sua testa é o único sinal de cansaço que ele emite. Para o encantador era só mais um dia de treino comum. Enquanto Gwyneth seguia o circuito que o encantador havia passado pra ela, Azriel fazia um próprio, sem muita elaboração, só gastando energia como de costume.

Gwyn solta o ar pesado quando se põe de pé e estala o pescoço levando a cabeça pra um lado e depois para o outro. Ela olha para seu alvo intensamente, buscando se concentrar no que precisaria fazer. — Você só precisa derrubar aquela garrafa. — Ele fala.

— Eu conseguiria, se pudesse chegar mais perto. — Ela resmunga e ele cruza os braços, parando atrás dela.

Azriel dá dois passos para trás e ordena que as sombras derrubem uma das garrafas. Num piscar de olhos, os cacos lavam o chão do galpão onde eles treinam. — Exibido. — A ruiva rola os olhos.

— Se concentre. — Ele fala ao olhar pro rosto dela. — Lembre de quando você fez isso a primeira vez. Você pensou em alguma coisa. Ordenou.

— Elas não são minhas, Azriel. — Gwyneth admitiu, derrotada, mas sem tirar a atenção da fileira de garrafas que esperavam para ser destruídas. — Elas fazem parte de você, elas sabem quem você é, confiam em você.

— Elas obedecem ao encantador. — Azriel fala sério, repetindo a resposta que as sombras lhe deram quando confirmaram o dom de Gwyneth. — Elas te obedeceram uma vez e vão te obedecer sempre.

— Foi sem querer! — Ela olha pra ele agora e Az percebe a insegurança percorrer a sua face e gritar com ele.

— Quando você derrubou a primeira garrafa também foi? — Ele perguntou, num tom mais baixo, cruzando os braços.

— Não, eu...

— Do que você tem medo, Gwyneth? — Ele corta sua argumentação, parando na sua frente. Azriel estuda os olhos da sacerdotisa que parecem suplicar por um ponto final nesse assunto.

— Eu não sei... — Ela mente pra ele tentando esconder seu medo nítido, o que faz Azriel se aproximar um passo. Ele sustenta o olhar dela, enquanto tenta encontrar uma solução pra que ela se sinta segura ali, segura na própria pele, e então ele estende a mão calejada pra ela.

— Eu queria que você pudesse ouvir... — Ele dá um leve sorriso, quando Gwyn toca na mão dele e ele sente os pequenos calos que se acumulam dos treinos enquanto vê seus antebraços rodeado de sombras. — Elas se acalmam quando você fala, ficam atentas. — Ele escuta o som de Gwyneth engolindo em seco conforme ele fala. — Querem te escutar, Gwyn. Te escutar falar, te escutar cantar... — Ele fala, e sente o puxão mais forte no seu peito dessa vez, e estremece.

A Corte de Histórias e Encantos • GwynrielOnde histórias criam vida. Descubra agora