Paranoid - Theodore Nott

eight

Mesmo agora, quando tudo não parece ter mais volta, eu espero que seus olhos ainda me olhem da mesma forma.

Acordei com Pansy ao meu lado, acho que em algum momento ela só apagou na minha cama, tenho alguns flash's de Snape cuidando de mim, alguns de Malfoy falando alguma coisa, Zabini ao fundo passando a mão nas têmporas, sons da voz de Pansy também se fazem presentes, mas nada de fato compreensível, porém se fosse para chutar diria que eles provavelmente estavam reclamando com Severo sobre minha situação.

Me levanto tentando não acordar Pansy, julgo ser madrugada, meu braço ainda doía de forma estranha, era como se estivesse queimado e ao mesmo tempo uma sensação de corte, acho que não existe uma palavra exata para essa sensação. Visto um pijama depois de jogar uma água no rosto, infelizmente eu estava morrendo de fome, acho que não negariam me dar um prato de comida na cozinha, suspiro cansada e abro a porta saindo do quarto, ando pelos corredores e finalmente chego no salão comunal da Sonserina, olho em volta e parecia vazio.

Sair da comunal foi fácil, agora entrar na cozinha e conseguir comida era o difícil, por sorte os elfos foram bondosos comigo e me deram frutas e suco, acho que foram ordens do próprio Snape, consigo comer bem e finalmente me sinto melhor, agradeço pela milésima vez e enfim volto novamente a comunal, mas uma sombra se fez presente na escada dos dormitórios.
- Nina...- Era a voz de Nott, eu não o respondo, apenas fico parada no mesmo lugar. - Olha, eu sei que você deve estar chateada, mas eu só fiquei meio confuso e...- Faço um sinal para ele parar de falar.
- E então você ficou chapado de mais, eu sei da história, eu só fui comer algo na cozinha mas já estou voltando para a cama, você deveria fazer o mesmo.- Digo voltando a andar e parando em frente a ele.
- Onde você esteve, não te vi no jantar...- Sua voz ainda é meio mole como se estivesse sob efeito de algo.
- Theodore eu não devo explicações a você!- Ele me olha confuso e quase irritado.
- Nina que bicho te mordeu? - Respiro fundo e tento manter a calma.
- Você não falava comigo tem um mês! Eu não quero que você me dirija a palavra entendeu? - Ele encosta na parede me olhando, sem resposta eu apenas começo a subir as escadas.
- Nina, você tá com a marca?- Meus pés se pregam no chão e eu não me mexo mais. - Acertei? Não foi? - Fecho os olhos suspirando. - Você não precisa confirmar, seu silêncio sempre me diz muito mais do que suas palavras.- Mesmo que eu quisesse, nenhuma palavra iria sair da minha boca sem choro.- Tipo quando a gente finge se odiar, mas quando eu me aproximo você não me afasta.- Estávamos de costas um para o outro, ele não podia me ver, e eu nunca agradeci tanto por não ter os olhos de Nott em mim, eu provavelmente já teria caído em lágrimas.- Eu só quero saber se eu tinha como impedir isso Nina...- Meus olhos se fecham e as minhas lágrimas já não podem mais ser restringidas.
- Talvez...- Murmuro fungando.- Mas você esteve chapado tempo de mais para perceber o que eu me tornei.- Ouço ele chorando também.- Na verdade chapado o suficiente pra só me procurar por diversão, e sóbrio não olhar nos meus olhos.- Soluço.- E provavelmente chapado de mais agora para lembrar de tudo amanhã.- Sinto os braços dele me rodeando enquanto meus soluços são mais audíveis, me abraçando por trás ele descansa a cabeça em meu ombro.
- A última parte tá errada, eu não usei nada.- Balanço a cabeça em sinal negativo.- Não precisa dizer mais nada, eu aceito que fui péssimo.- Eu não conseguia mais dizer nada de qualquer forma, os soluços não deixariam nem mesmo uma palavra sair da minha boca.- Você pode me odiar Nina, e eu posso te odiar, mas não assim...- Tento me soltar do abraço ele mas Theo não deixa. - Talvez não tenha mais volta, mas eu ainda vou estar aqui, quando tudo isso for resolvido.- Uma das mãos dele acaricia meu braço. - Eu odeio o cara que tem sua alma agora, mas eu sei, que seu coração vai ser meu.- Fecho os olhos. - Assim como o meu é seu.- Theo me vira de frente para ele, eu o olho, minha visão é embaçada devido às lágrimas que insistem em cair.- Nina, eu só preciso de uma última chance pra consertar tudo.- Sua voz é um sussurro quando ele se aproxima mais de mim, especificamente dos meus lábios, é a primeira vez que ele tenta fazer algo carinhoso, mesmo que suas mãos estejam cravando minha carne com força o beijo é inegavelmente doce, mas a maneira que ele me segura me faz pensar que nunca vai ser diferente disso, sem dizer nada eu o empurro, ele permanece me olhando.
- Você sempre faz isso! Sempre me machucando! Sempre me empurrando! Tendo que ver você com outras! - A cada frase eu descarrego minha raiva batendo no peito dele, Theo segura meus pulsos me impedindo de continuar.
- Eu sei...- Ele murmura eu busco ar como se estivesse afogando, era pesado de mais respirar com todos esses sentimentos confusos.
- Não, não sabe! Você não faz ideia!- Ele me puxa para perto de novo, me abraçando com força, dessa vez uma força reconfortante, que passava algo como segurança, e foi ali que eu descansei, me rendi ao abraço dele e apenas chorei todas as minhas dores com ele, dores de anos, meses ou até de dias atrás, tudo o que eu segurei por todo esse tempo se fez presente, mas mesmo assim ele não desfez o abraço.

Já tinham se passado minutos, Nott ainda me abraçava, eu suspirei conseguindo me acalmar e secando as lágrimas, me afasto levemente dele, meu cabelo bagunçado ele mesmo ajeita.
- Melhor?- Ele pergunta e eu aceno com a cabeça.
- Sim, obrigada.- Digo e ele suspira.
- Não precisa agradecer, é o mínimo que eu posso fazer.- Meus olhos ainda estavam pesados e Theo percebe. - Você precisa dormir agora, descansar...- Nego.
- Theo eu quero falar com você sobre o Draco, ele- Theo me impede de continuar.
- Shhhh, amanhã você me conta ok? Por enquanto você vem comigo, vai dormir no meu dormitório.- Ele diz passando o braço pelas minhas pernas e me pegando no colo.
- Mas a Pansy vai ficar preocupada comigo...- Murmuro enquanto ele me ajeitava perto do peito.
- Não vai, disse para o Malfoy passar lá que eu iria atrás de você.- Suspiro sem dizer mais nada, Theo também fica em silêncio até chegarmos no quarto dele, só nós dois, ele me deita na cama e senta ao meu lado, nem ao menos consigo pedir nada, a mão dele passa por meus cabelos indo até minha testa e por fim tapando meus olhos, eu apenas consigo ouvir sua voz como se estivesse longe.
- Durma...

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Oii amoress, como vocês estão? Espero que bem, eu escrevi o capítulo pra postar logo, então perdoem qualquer erro, ainda não está revisado! Espero que gostem do capítulo, se esse for o caso considere votar, se quiser deixar um comentário também para saber o que vocês estão achando.

Lembrando que a playlist da história já está disponível lá no spotify, só procurar por PARANOID - Theodore Nott ou o link aqui:

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- miah 🍒