Inimigo a espreita

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Capítulo 9

— Vamos sair daqui e ir pra casa. Banheiro não é o melhor lugar pra ter uma conversa. — sugiro e acabo rindo

— Do que tá rindo? — Angry pergunta

— Ah, é só que banheiro também não é o lugar mais apropriado pro sexo, só achei hipocrisia da minha parte.

Angry ri também, concordando.

— Vamos! — me levanto do seu colo — Bora pra casa, temos um assunto a tratar.

— Mas os outros não vão achar estranho irmos só nós dois? — supõe preocupado

— Não, eu vou dizer que você não está bem e precisa ir descansar. Seu irmão vai ser um problema de convencer, mas você dá um jeito.

— Eu? — pergunta, apontando pra si mesmo

— Sim. Qualquer coisa é só você se fingir de bêbado e se agarrar a mim como fez mais cedo. — sorrio de lado, o provocando

— M-me desculpe por isso. — diz constrangido

— Não se preocupe, eu gostei. — confesso com um olhar melancólico

— Mas por quê? — ele me olha curioso

— Porque eu gostei da sensação de ter você nos meus braços na frente de todos. Foi uma sensação tão boa de liberdade, de estar com quem gosto sem precisar esconder. Claro, você estava bêbado, por isso me abraçou daquela forma na frente dos outros, mas eu me senti feliz, pude sentir o vislumbre de como será quando assumirmos nosso relacionamento.

Confesso o que meu coração sente. Os olhos de Angry se inundam com o sentimento de culpa e ele baixa a cabeça.

Porra. O que eu fiz?

— N-não entenda errado, eu não estou te culpando. — eu me sinto mal por ele e tento me explicar — Eu sei que você tem razão pra querer manter o que temos em segredo, eu entendo completamente.

Ele não reage, continuando apático e cabisbaixo.

Droga.

Por que eu tenho que falar tanto quando deveria manter a boca fechada?

— A-Angry, finge que não ouviu nada, só ignore o que eu disse.

Ele não responde nada e eu me sinto péssima. Ele me disse como se sentia, se abriu pra mim, eu sei bem quais são seus anseios e ainda sim, sem querer, dei a entender que me sinto infeliz com a situação atual do nosso relacionamento. Eu sou uma idiota mesmo viu.

Muito bem, Canária! Continue assim e você vai perder o ser perfeito.

Suspiro tristemente.

— Vamos! Também iremos conversar sobre isso em casa.

Eu o puxo pela mão, o levantando e o arrastando porta a fora do banheiro.

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— Vem, vamos conversar aqui na sala mesmo, pra caso os meninos cheguem, não achem estranho nos ver no quarto.

Ele se senta no sofá e eu me sento ao seu lado.

Ele continua cabisbaixo. Não disse nenhuma palavra desde que saíamos do banheiro, acho que por isso foi tão fácil enganar os meninos. Angry estava tão aéreo e distante que eles acharam que ele realmente ainda estava péssimo da bebida, surpreendentemente até Smiley acreditou de primeira. Por falar nele, logo, logo ele chega, deve estar muito preocupado com o irmão, melhor eu e Angry conversamos logo.

Nossa História - Souya Kawata (Angry)Onde histórias criam vida. Descubra agora