Nossa História - Souya Kawata (Angry)

Prazer a beira da praia

Capítulo 11

O dia começa a escurecer e então, depois de darmos várias voltas em alta velocidade pelas ruas de Tokyo, Angry para a beira do meio fio da pista próxima a praia. Ele desce da moto e me ajuda a retirar o capacete, o colocando sobre o guidão.

— Nossa, faz tempo que eu vim aqui! — digo enquanto desço da moto — Não sabia que você conhecia esse lugar.

— Já vim aqui algumas vezes com meu irmão, mas também faz tempo que viemos, é bem longe da nossa casa.

Seguro a mão dele e andamos juntos até a beira da praia. Nos sentamos na areia e eu apoio minha cabeça no ombro de Angry.

Assistimos juntos o lindo pôr do sol banhando o mar e eu sinto meu coração bater num ritmo calmo e apaixonado. Olho pra minha mão e de Angry com os dedos entrelaçados e sorrio. Ele percebe e me olha com o sorriso mais lindo do mundo.

Levanto minha cabeça do seu ombro e aproximo nossos rostos. Dou um beijo de esquimó nele e ele ri com as bochechas levemente rosadas.

Angry cola nossas testas e fecha os olhos, eu faço o mesmo.

— Sou tão apaixonada por você... — sussurro rente aos lábios dele — Muito, muito mesmo...

Angry leva sua mão livre até meu rosto e faz carinho com a maior delicadeza do mundo. Seus olhos azuis me fitam, transmitindo calma ao meu coração.

— Eu também sou completamente apaixonado por você, Canária-san... — sussurra de volta, ainda me acariciando

Eu rio boba e o dou um selinho.

— Sabe, acho que já está na hora de você me chamar de forma mais informal. — sugiro, fazendo carinho na sua nuca

— É? — concordo sorrindo — Então... como eu devo te chamar? — pegunta rindo com seu jeito fofo

— Hummm... — coloco a mão no queixo, fazendo pose de quem tá pensando a fundo sobre algo importante, tirando uma risada gostosa de Angry — Somente "Canária", sem o honorífico talvez? Ou... que tal Cana? — suponho sorrindo animada

— Tem certeza? Os outros não vão achar estranho eu começar a te chamar por seu apelido assim do nada?

— Ah, então me chame assim só quando estivermos a sós. Na frente dos outros você me chama como sempre chamou, só até assumirmos nosso namoro.

O sorriso que estava o tempo todo no rosto raivoso de Angry some e dá lugar a uma expressão de ansiedade.

— Talvez, seja hora de contarmos a verdade...

Eu arregalo os olhos, totalmente surpresa.

— Você... tá falando sério? — pergunto ainda incapaz de acreditar

— Sim. Você não quer? — eu desvio meu olhar — Você não parece feliz, achei que isso fosse o que você queria.

Eu inspiro e expiro, buscando coragem pra dizer o que na verdade eu não quero fazer.

— Angry, eu... acho que devemos continuar mantendo nosso namoro em segredo por mais um tempo.

— Por quê? — me olha ansioso

— Porquê eu ainda não conversei com Mikey.

— O que? — me encara incomodado — Você está dizendo que você ainda não terminou oficialmente com ele? — ele fica pasmo

— Não, não terminei. Na verdade, eu achava que não era necessário, mas depois de ver a reação das meninas, eu percebi que talvez eu esteja sendo insensível. Apesar de nós dois não termos nada sério, nós somos amigos desde a infância, eu devo ser mais madura e terminar esse rolo que, apesar de ter sido algo casual, durou por muitos anos, então devo levar essa situação mais a sério. — encaro Angry, me sentindo nervosa — Você entende?