(Anos antes)
"Isto... é um filhote de homem?" Perguntou a mãe Loba, esposa do Alfa. Os olhos se tornando expressivos conforme ela continuava a olhar a pequena criatura que Bagheera trouxera como uma caçar para o jantar, pendurado em sua mandíbula, mas ainda com tanto cuidado que se assemelhava à uma mãe crocodilo carregando seus filhotes.
A pantera estava perto. Longe o suficiente para mostrar respeito, mas também próximo o suficiente para... o quê? O que ele pretendia?
Akeela analisou seu amigo. Ele parecia diferente. Sua postura e olhos brilhantes eram familiares, mas suas motivações eram o que mais se destacavam. E Akeela ainda não conseguia pôr em palavras o pouco que ele estava conseguido ver em seu amigo naquele momento.
Ele mantinha seus olhos direcionados ao filhote que sua esposa acariciava com as pontas dos dedos sem garras. Atento a cada contorcer de músculo que a pequena criança fazia. Não de uma maneira predatória, mas... parecia protetor. Parecia o cuidado de um guardião. Akeela não quis tirar conclusões precipitadas, mas não conseguia pensar em qualquer outra conclusão ao ver Bagheera agindo daquele jeito.
O Lobo Alfa voltou a olhar sua esposa com o filhote ao mesmo tempo em que ela decidira carregar o filhote em seus braços.
"Tão pequeno e frágil..." Ela passou o dedo pelos fios escuros em sua cabeça. A criança tinha olhos grandes e curiosos, nunca parando de olhar e se mexer, então agarrando o dedo humano da loba que o carregava. A mulher sorriu. "e corajoso."
Akeela conhecia sua companheira o suficiente. Ele sabia o que aquele olhar estrelado carregava. Algo tão íntimo quanto o mesmo olhar que ela tinha quando carregou seus próprios filhotes pela primeira vez. O pensamento desta comparação trouxe um arrepio e frio ao estômago do Alfa.
"Raksha..."
"Não vamos abandoná-lo. Se o que disseram está certo, ele perdeu seus protetores esta noite. Não podemos fazer nada."
"Então o deixaremos perto da vila dos homens onde possam enxontrá-lo, ou então encontraremos uma família na selva para criá-lo, mas não estamos criando-o como nosso."
Raksha, aquela que possuía um coração puro de mãe, pensou que aquele seria o momento em que ela deixaria de respeitar seu marido. Porque em seu coração ela já havia se decidido, aquecida em suas entranhas por ter o filhote adormecendo aos poucos em seus braços, descansando sua cabeça contra seu seio, Raksha sabia que não haveria nenhuma força que conseguisse fazê-la desistir. Nenhuma mãe desiste quando se trata de sua cria.
(Atualmente)
Vidia cantou uma música de ninar. Chovia forte do lado de fora. A lua brilhante fazia presença, mesmo com a força da água que batia no terra fértil. A Fada não se incomodava com o frio, mas sabia que não poderia dizer o mesmo dos animais buscando abrigo do lado de fora daqueles muros.
Ela pensou uma vez que seu poder poderia se moldar de acordo a como ela se sentia. Pelo menos, se esta emoção fosse forte ou marcante demais para ser ignorada. E ela entrava em um mar de lembranças quando cantava para si mesma.
Sua voz era baixa e o vento se acalmava na tempestade. Não havia letra, mas uma harmonia. Sua voz não era das melhores, mas podia alcançar algumas notas com certa facilidade. Ela guiou as correntes de ar mais quentes até os pequenos abrigos que conseguia encontrar em sua clarividência, um truque que descobrira ter apenas pouco tempo atrás. Não era claro, mas era o suficiente.
Então, perdida em pensamentos, as palavras começaram a sair antes que ela percebesse...
"I pleaded with the heavens"
(Eu implorei aos céus)
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Pixie Hollow - Vidia e o Talento Raro
FantasíaO que é um talento raro? "Vidia observou junto com todos ali enquanto a nova fada buscava seu talento dentre as opções. Vagamente, ela lembrou de si mesma, mas afastou aquela lembrança. A loira foi até a flor que brilhava sobre o Pó Rosa que identi...