Voltei!!
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(Anos antes)
O grande Lobo corria com mais três betas logo atrás de si. Membros de sua matilha e amigos, os Lobos podiam sentir com cada vez mais detalhes a cada passo que estavam mais próximo do local: morte.
Vidas humanas foram tiradas naquela selva. Uma família havia sido assassinada e toda a selva temia com as consequências daquele ato cruel.
Para todos que moravam na montanha Seeonee, existiam regras que todos eram obrigados a seguir e a primeira delas: 'Nunca, jamais ataque um humano, pois a vingança desta espécie será iminente.' Shere Khan, assim como todos, deveria seguir aquela regra com a sua vida, mas ninguém da matilha estava surpreso por ele tê-lo desobedecido. Não, eles estavam com medo.
Assim que chegaram ao local, os Lobos viram. Duas carcaças adultas, um homem e uma mulher de pele escuras, mortos e devorados até os ossos, sobrando apenas as partes que Shere Khan achava menos saborosas.
Os Betas se aproximaram, cautelosos, farejando, mas ainda inconscientes da presença que pairava acima de suas cabeças, nas árvores. Observando-os com seus olhos verdes brilhantes noturnos. Movendo-se como uma sombra.
"Bagheera."
O predador revelou sua presença. O único em toda a Selva que poderia esconder sua presença se desejasse. O Lobo observou seu amigo se aproximar cautelosamente, até que seus olhos mudaram e focaram no pequeno ser que era levado na mandíbula da Pantera Negra. O Lobo Alfa, Akeela, suspirou em surpresa. Ainda estava vivo.
Os olhos brilhantes da pantera penetraram na escuridão e os lobisomens aguardaram a ordem de seu Alfa, todos surpresos com a pequena criatura que se encontrava calma e silenciosa entre as presas de um predador letal.
"Devemos voltar. Bagheera, venha conosco." Uma ordem para seus lobos, mas um pedido respeitoso para o felino. Bagheera assentiu silenciosamente e seguiu a matilha.
A todo momento, ele manteve uma velocidade mansa e os lobos se acomodaram àquela velocidade. Com medo de machucar a pequena criatura, Bagheera manteve-se calmo, mesmo que sua mente estivesse correndo em preocupações.
(Atualmente)
Talvez fosse sua impressão ou reflexo da luz, mas sempre parecia que suas asas tinham esta leve coloração roxeada, assim como os fios negros de seu cabelo, como se fossem pingos derramados de uma uva roxa madura. Lembrava o vinho, um pouco.
Passava a maior parte do seu tempo em campos abertos e era curioso como sua pele continuava com a mesma coloração mesmo após todo esse tempo. Havia muito que ainda desconhecia. Não era de sua classificação saber, não era artesã. Pensar nisso a fez ficar amarga. Pensar em fadas artesãs a fez lembrar do porquê ela estava presa em uma jaula neste momento. Longe do sol, onde suas asas eram refletidas, longe da terra saudável e perto de pedras frias e úmidas.
Quando aqueles lobos a levaram, ela havia ficado assustada. Quando eles a levaram até um caminho desconhecido, rosnando para que ela seguisse através de árvores e gramas altas, então através de um túnel escuro e espaçoso que eles deviam enxergar muito bem, diferente dela.
Ela não viu ninguém. Ninguém que a interrogasse, ninguém que exigisse algo dela. Apenas animais. Apenas lobos. Apenas uma enorme montanha que a deixaram com as pernas tremendo mais que o medo em si. Ela notou que parecia uma entrada. Na sela onde ela estava, havia outras vazias. Alguns com restos de esqueletos que os insetos deram um jeito.
Havia algo ao redor. Uma energia. Algo quase palpável. Era magia? Parecia. Mas também não. O que seria?
Pensou nos livros que ela havia lido em algumas madrugadas em Pixie Hollow, alguns falavam sobre asas, outros sobre Pó Mágico, e outros falavam sobre espécies que existiam fora da ilha das Fadas. Vidia pensou nos lobisomens que havia visto nas imagens. Lobos maiores que qualquer espécie humana. As Fadas tinham sorte em não encontrar nenhum ser deste tipo em vários anos. Ela se lembra de Fawn lhe dizendo que tinha curiosidade sobre algumas criaturas, lobisomens senso uma destas criaturas. Mesmo naquela época, Vidia estava perfeitamente confortável em não se encontrar com nenhuma criatura que pudesse parti-la ao meio. Agora ela implora que seja apenas um pesadelo qual irá acordar logo.
Ela abaixou suas asas, sentindo a necessidade de protegê-las. Soltando seu longo cabelo para cobri-las também. Se fosse este o caso, se estes fossem mesmo os seres que tinham a sequestrado, Vidia sabia que estaria morta se não tivesse um plano de fuga. Ela estava com medo. Sua respiração estava começando a ficar difícil e ela focou nas correntes de ar que invocada para seus pulmões.
"Oh!"
Uma voz cortou o som de sua respiração ficando cada vez mais alta. Vidia virou-se rapidamente para ver de onde vinha a origem daquele som.
"Boot!"
E um pequeno lobo albino veio saltitando até ela. Ele era pequeno, do tamanho de um lobo normal que ela sabia das espécies humanas normais, mas bem menor que os lobos que ela desconfiava. Este quase parecia um filhote sorridente. Seu focinho era rosa e fofo. Tudo sobre aquele pequeno lobo gritava inocência e Vidia quase se acalmou em tê-lo por perto.
Então, outro ser se aproximou de sua sela. Desta vez, alguém de pele escura e longos cabelos negros e cacheados. Um rapaz. Alguém que parecia familiar ao que ela já estava acostumada, mas ainda parecia estranhamente diferente. Além das várias marcas e pequenas cicatrizes em sua pele, ainda tinha a escolha questionadora de vestimenta. Ele parecia sujo, mas seu odor vinha da terra e suor, nada que ela não pudesse lidar. (Depois de presenciar Fawn e Rosetta prepararem o esterco e fezes para o adubo, nada mais desagradava tanto seu olfato.)
Ele era novo. Um menino. Parecia estar naquela fase onde o garoto aprendia o que "ser homem" significava. Maldita fase.
Ele não chegou andando em duas pernas, uma curiosidade que ela rapidamente notara. Apenas adotando a postura humana conforme se aproximava das grades que ela segurava enquanto o encarava. O garoto, que parecia rosnar em sua presença, se aproximou do pequeno lobo albino de forma protetora e Vidia levantou a sobrancelha enquanto analisava a cena.
Ele a encarava. Rosnado preso em sua garganta, mas olhos arregalados e curiosos. Ele estava curioso. Vidia consegue entender. Não é todo dia que se conhece alguém com aparência quase humana e asas nas costas.
Ela encostou a testa na grade de sua jaula, teimando em encontrar os olhos escuros do moreno e encará-lo de volta. Ele engoliu em seco. Ela sorriu. Ele estava nervoso, ela gostou disso. Os longos cabelos negros do menino caíram na frente de seus olhos. Vidia abriu suas asas e observou enquanto os olhos curiosos dele corriam pela luz que refletia em suas asas. Então voltava para seu rosto e congelada ao perceber a fada ainda encarando-o.
"Ela é bonita, não é?" Vidia riu diante da fofura de Boot, que olhava para o garoto com expectativa. E, se isso fosse possível, os olhos de Mogli dobraram de tamanho, o que apenas fez a fada rir um pouco mais. "Mogli!" O lobinho fofo exclamou quando o rapaz... 'Mogli' o carregou em seus braços e saiu correndo de lá.
Hum.... Interessante...
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Até a próxima!
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Pixie Hollow - Vidia e o Talento Raro
FantasiO que é um talento raro? "Vidia observou junto com todos ali enquanto a nova fada buscava seu talento dentre as opções. Vagamente, ela lembrou de si mesma, mas afastou aquela lembrança. A loira foi até a flor que brilhava sobre o Pó Rosa que identi...