CAP 11 - Rebecah

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-- Voce fez o quê?!

Faz pouco tempo que cheguei na casa de Lexi e encontrei Eleanor deitada na posição fetal em seu sofá. Aparentemente ela está sendo ameaçada por um garoto, -- o mesmo que nos disse onde Rina havia estado no dia da festa -- sobre ter feito um mal para alguém no passado.

Lexi está no sofá frente a frente com Lea. Ela incentivou nossa amiga a contar o que houve, mas acaba de surtar com o que ouviu. Eu me mantenho de pé, encostada a uma parede perto do balcão da cozinha.

-- Lea, meu Deus...

-- Não foi de propósito, Lexi. Para de ficar aí me julgando. -- se conheço bem Lea, ela bem queria ter dito um "sua flha da puta" no final da frase. Mas até ela tem consciência de que está sob o mesmo teto que o irmão e pai de Lexi.

-- Eu só não entendi muito a história -- digo. -- Me explica como exatamente você mandou uma garota para o hospital, Lea.

Ela faz um som de constrangimento e empurra a almofada do colo para fora do sofá. Depois senta com as pernas cruzadas e explica, gesticulando o máximo que pode:

-- Foi naquela peça de teatro uma semana antes do natal. Iríamos apresentar o roteiro escrito pelos professores de arte e teatro.

Franzo o cenho e pergunto:

-- Aquela peça que carregava toranja como nome?

-- Essa mesmo. Chamava: "A tempestade dentro de uma toranja: uma toranja em um copo de limonada." Pare de rir, Lexi!

-- Desculpe. Prossiga.

Lea respirou fundo.

-- Essa peça era importante para mim. Não só por pegar o papel principal, mas também porque no dia da apresentação iria uma treinadora de atores da Broadway. Ela bem que poderia selecionar alguns de nós para se juntar a sua equipe. Mesmo que eu queira ser atriz de cinema, e não teatro, ainda era uma oportunidade.

-- E que oportunidade. -- Lexi comenta.

-- Mas foi aí que eu me dei muito mal. Lembram-se que naquela semana eu fiquei doente, não é? Foi porque eu peguei gripe. -- balança a cabeça como quem não quer acreditar -- Eu perdi o papel por uma virose caralhenta daquela vagabunda!

-- De quem você fala? -- pergunto.

-- De uma das amigas da Georgina! Aquela loira sebosa não se conformou em ser substituta da protagonista, e armou para que a amiga me passasse catarro.

-- Que nojo, Lea!

-- Elas são umas cobras, Rebecah. Depois que ela espirrou violentamente em mim, e eu passei três dias sem forças por conta da gripe, eu não pude voltar para a peça no quarto dia. Georgina já tinha assumido meu papel, e ainda disse para o ator que fazia par comigo que eu tinha pegado IST depois de ficar com um aluno atrás do palco, durante os ensaios.

Deixo minha mão ir até a testa, porque não estou acreditando até onde essa garota foi. Até onde as duas atrizes foram.

-- Voce tentou fazer Georgina ir mal na apresentação, por isso puxou aquela alavanca?

Lea junta as sobrancelhas e os lábios, mas depois confessa:

-- Sim. Eu fui até o palco no dia da apresentação e me esgueirei para onde estavam as alavancas. Todos estavam tão concentrados na performance dela no palco, que nem notaram minha presença.

-- Invasão. -- Lexi comenta.

-- Ok, ok. Eu estava atrás do palco, na área que ninguém da produção estava, então imaginei que já estava no finalzinho da peça. A alavanca estava escondida das outras, no canto mais escuro. Eu fui até ela e imaginei que, se puxasse, somente iria abrir as cortinas ou atrapalhar um mínimo detalhe. Mas assim que eu puxei, eu ouvi uma barulho vindo do palco, depois a multidão horrorizada.

Destruição ViciosaOnde histórias criam vida. Descubra agora