19:20 Rina disse que não iria mais até minha casa.
20:35 Lexi e eu comíamos brigadeiro quando Ania me ligou bêbada.
20:40 Nós fomos até a casa de festas dos Moore e eu conversei com Zayn.Porém ele estragou o momento, lembrando de um passado que me atormenta até hoje. Falou como se aquilo não fosse nada. Eu só queria esquecer.
Assim que subo as escadas mal iluminadas pela luz da piscina lá embaixo, encontro Lexi e o irmão mais novo de Stefan, cujo nome eu esqueci ou nunca soube. Ele está carrancudo e olha feio para Lexi.
-- Jamais volte a me chamar de pirralho.
-- Vou parar quando parar de te enxergar como um, o que está bem longe de acontecer. -- ela olha para mim depois para ele -- Conte a ela o que contou para mim.
-- Me contar o que?
Mais uma vez ela o incentiva, dando um empurrãozinho em seu ombro. Ele diz:
-- Eu vi sua amiga com o meu irmão. Os dois estavam juntos no corredor de cima, depois ela desceu as escadas, sozinha.
-- Era Rina?
-- Pela descrição que me deu parece ser. -- Lexi diz -- A quanto tempo isso, pirralho?
-- Não fiquei contando os segundos.
Reviro os olhos com a grosseria.
-- Becah, se ela já foi, Ania provavelmente deve ter ido junto.
-- O quê faz nossa vinda ter sido perda de tempo. Acho melhor irmos, então. Este lugar só causou um vendaval.
O garoto bufa, sarcástico.
-- Ótimo. Já vão tarde.
Não lhe damos ouvido e saímos de sua vista, não antes de Lexi dar um peteleco em sua testa.
Passando pela multidão dançante e bêbada, pela sala de estar barulhenta, com um nível de fumaça absurdo preenchendo o lugar, percebo que seria melhor ter chamado a equipe de limpeza ou protetores de causas ambientais.
Lexi se mantém colada a mim todo o tempo, e me pergunto o que ela viu que está lhe causando insegurança -- além do que já estamos vendo. Um garoto sem camisa bate a cabeça de outro na mesa de madeira, a quebrando logo em seguida. Todos ao redor vangloriam o garoto sem camisa.
Eu não vi nem Lucca nem Stefan. E espero não ver, até porque já estamos quase na saída.
-- Ei, gatinhas, já vão embora tão cedo da festa?
Nos viramos com relutância, dando de cara com um homem... Não, com um monstro do tamanho de uma geladeira Eletrolux. Ele tem o péssimo costume de ficar examinando-nos de cima a baixo, provavelmente imaginando o que há por baixo de nossas roupas.
Eu imagino que por mim perca logo o interesse, porque só estou de calça jeans e uma camisa nada chamativa. Porém, Lexi está com um shorts que não chega nem ao meio da coxa, e uma camisa verde, com alcinhas e super fina. Deve estar morrendo de frio.
Já não sei se seria tão ruim que fosse qualquer um daqueles dois. Eu até prefiro.
Me ponho a frente dela e respondo:
-- Sim, já estamos indo. Com licença.
Pego a mão dela e avançamos a passos rápidos para a porta, mas o brutamontes com corte militar puxa Lexi pela bolsa e eu acabo indo junto. Ele nos separa e enrosca o braço ao ombro dela, colando-a à seu torço.
-- Pode ir. Sua amiga pode ficar um pouco mais, não é?
-- Me solta, seu idiota!
Lexi tenta se soltar. Eu começo a pensar se as pessoas notariam se houvesse um abusø no meio da festa, já que parecem tão alheios e drogados.
Sem pensar duas vezes, eu chuto a canela dele, tentando não acertar minha amiga. Ele solta um palavrão e larga ela.
-- Sua vadia do car4lho!
Antes de me xingar mais, ouvimos o murmúrio das pessoas quando a música para repentinamente. Em seguida, vemos pela janela quando homens com uniforme se aproximam da mansão.
-- Vem, Lexi.
Saímos avoadas pela porta da cozinha. Graças a Deus não tinham cachorros no quintal, porque tivemos de pular o muro, -- não muito alto -- para escaparmos dos fiscais que chamei para esse lugar, e depois descemos o morrinho até o meu carro. Quase despencando e rolando rua abaixo.
Enfim chegamos ao meu Honda Civic preto, e foi tudo muito rápido até que ligasse o carro e saíssemos disparadas para longe da mansão, com Lexi rindo no banco do carona.
-- Foi você que chamou os fiscais?
Dou de ombros.
-- Se ninguém toma as rédeas, terei que o fazê-lo.
-- Por que fugiu então?
-- Não queria estar lá quando descobrissem que fui eu. Vão me dar dor de cabeça daqui para a frente.
-- Ahh, mas vão mesmo. Pode apostar.
Encorajador.
Lexi liga o som da minha playlist e fica em silêncio depois disso.
O que eu gosto quando estou na companhia dela, é que não preciso me esforçar para falar ou criar uma situação. Ela prefere o silêncio assim como eu. Ambas aproveitamos a companhia uma da outra até o caminho para casa. Vou deixá-la lá e depois volto para a minha.
Então, a música Million Years Ago, da Adele, começa a tocar, e me faz criar um filme na minha cabeça. A época que Zayn e eu éramos amigos que iam um na casa do outro. Quando eu vivia no clube de seus avós, nos dias de sol que nadávamos juntos, e que eu me divertia.
Bom, isso antes do meu pai obrigar Zayn a me beijar.
Não só isso, ele também deu um jeito no menino que gostava de mim na época. E eu dele. Mesmo com 13 anos, eu me vi gostando muito daquele menino, acho que porque ele fazia natação e eu amava nadadores.
Mas o que Zayn e meu pai fizeram para me afastar dele foi tão...
-- Você não tem uma música menos deprê? -- Lexi diz repentinamente, me fazendo tomar um susto -- Vou te mandar algumas muito boas.
-- O quê é melhor que Adele?
-- Muita coisa.
-- Chega a ser blasfêmia.
Ela me ignora e começa a procurar em sua playlist. Eu aperto as mãos no volante, tentando afastar esses pensamentos da minha cabeça.
É bom que Zayn tenha se tornado a pessoa horrível que eu pensei que seria. Isso facilita meus sentimentos por ele depois de tudo. E eu só quero sentir ódio.
Nada mais.
...
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"Nooossaaa mas que capítulo curto autora..." DEPOIS RECLAMAM DE CALHAMAÇO NÉ!! (perdoem o surto e a demora para postar)
Prometo que vou tentar postar com mais frequência.
O que acharam deste? Comentem bastante e votem :)
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Destruição Viciosa
Roman pour AdolescentsÉ possível que mentiras, apostas, mentes confusas e paixões repentinas destruam amizades de longa data? A vida no Colégio Alternative estava indo ótima para essas meninas, até a hora em que um grupo de melhores amigos - os meninos mais populares da...