Seven

31 8 33
                                    

•••

"Vai ficar tudo bem", diz a doutora Jihyo enquanto olha nos olhos de Rosé, sua voz firme e gentil. Rosé está deitada na cama da sala de cirurgia, com luzes frias e intensas contrastando com o calor humano ao seu redor. O ar é carregado com o som ritmado das máquinas e o murmúrio abafado da equipe médica. Desde a visita da Lisa, ela talvez tenha perdido um pouco de medo. O que é um pouco estranho.

Ela olha para cima e vê o desenho que a Lisa pregou no teto. É uma imagem belíssima e simbólica, um pulmão representativo que imita uma árvore. Os ramos do pulmão se transformam em galhos, cobertos de flores coloridas e pássaros, contra um fundo estrelado. Rosé sorri, pensando em como aquela idiota conseguiu colocar aquilo ali.

"Já sabe o que fazer.", diz o médico, vindo com um tubo respiratório. Rosé dá um mínimo sorriso enquanto ele posiciona o tubo em seu rosto e eles começam a contar juntos de zero a dez.

Tudo vai escurecendo e sua visão vai ficando turva. As cores vibrantes das flores e dos pássaros começam a se misturar com o fundo escuro, como se ela estivesse sendo envolvida pela própria noite estrelada do desenho.

Ela respira fundo uma última vez e, enquanto a contagem continua, entrega-se ao desconhecido, confiando que, de alguma forma, tudo realmente vai ficar bem.

•••


Rosé abriu lentamente os olhos, percebendo que estava vestida com as roupas da cirurgia. Ela olhou ao redor e viu uma caixa ao lado de sua cama.

Desfez o laço da caixa, que era da cor verde, ou talvez azul. Ao abri-la, encontrou flores amarelas feitas de papel e vários desenhos de caricatura, o que indicava claramente quem os tinha feito para ela.

Ela sorriu, achando extremamente fofo, e procurou seu celular para ligar para Lisa, sua garota de franja preferida.

"Ah, encontrei você danadinho", falou ao encontrar seu celular, sua voz estava meio embargada devido à anestesia, parecendo uma pessoa bêbada. Ela vasculhou sua lista de contatos procurando o número de Lisa e ligou para ela.

O celular tocou algumas vezes e foi para a caixa postal. Rosé pensou que Lisa talvez estivesse ocupada, então decidiu deixar um recado.

"Oi, sou eu", começou. "Me liga, estou com saudade, tá? Mas não liga agora porque acabei de sair da cirurgia e estou bem cansada. Mas liga sim quando ouvir isso... Porque... Você é fofa. E eu quero te ver, sua franjinha que é extremamente perfeita. Como você consegue deixá-la assim? Mas não me liga, porque... Se eu ouvir sua voz sexy, não vou conseguir dormir. Então... Me liga quando ouvir essa mensagem, tá? Tchau, e um beijo", terminou antes de adormecer novamente.

•••

Depois de acordar, Rosé se levantou cuidadosamente da cama e verificou o curativo da cirurgia, sorrindo ao ver que tudo deu certo.

Ela se esticou e olhou para a caixa de flores que Lisa havia feito, sorrindo minimamente. Foi até o banheiro e, em frente ao espelho, decidiu soltar seus cabelos loiros. Depois de algumas tentativas de arrumá-los, decidiu deixá-los soltos.

Rosé então pegou sua maleta de maquiagem e aplicou um pouco de rímel e batom. Depois de se arrumar, sorriu para o reflexo no espelho, perguntando-se se Lisa a achava bonita. Mas então veio o pensamento: ela estava gostando de uma garota? Ela deveria perguntar a Jennie, sua amiga, que entendia dessas coisas. Mas a loira decidiu deixar para depois.

Pegou o celular novamente e enviou uma mensagem para Lisa: "Me encontre no saguão 🤍".

"Será que o coração é brega demais?", ela murmurou, dando de ombros antes de enviar a mensagem.

A cinco passos de você  •| ChaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora