Three

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"A fase um dos testes clínicos começou dezoito meses atrás", disse Jihyo, a médica de Lalisa. Lisa suspirou enquanto olhava pela janela de seu quarto de hospital. Ela odiava essas conversas. "Então, temos que ser pacientes, e a Lisa tem que nos ajudar."

"O risco de infecção pode ser maior agora, então...", Jihyo continuou, mas Lisa completou:

"Não posso tossir em quem tem fibrose cística", disse suspirando, sentindo o olhar da mãe sobre ela.

"Isso mesmo, você não pode chegar perto nem tocar neles, para a segurança deles e para a sua também", explicou Jihyo.

"Seis passos sempre. Já entendi", disse Lisa. Jihyo suspirou, levantando-se da cadeira e encarando-a.

"Lisa, para o teste funcionar, você tem que seguir o seu tratamento", disse a médica. Lisa sorriu minimamente e levantou o polegar, fazendo um joinha.

"Ok, nós vamos nos falando", disse Jihyo, olhando para a mãe de Lisa. Lisa pensou que a médica nem sequer lhe deu um sorriso.

Sua mãe suspirou. A Tailandesa sentia que ela não estava bem há algum tempo, mas nunca perguntou ou falou com ela sobre o que estava acontecendo. Era difícil.

"Vou ali...", disse Lisa sem olhar para a mãe, pegando um casaco e andando pelos corredores, sem rumo exato. Às vezes, isso a acalmava.

Essa caminhada a levou até o terraço, onde se sentou na beirada do prédio. Ela não tinha medo da morte. Olhar para as pessoas na rua, ou mesmo para a lua, que na sua opinião era melhor do que as pessoas, a deixava mais calma. Ultimamente, tudo estava uma grande e maravilhosa merda.

Acabou tossindo mais do que o normal e tirou o aparelho do nariz, que supostamente a deixava um pouco melhor. Segurou a beirada com força e direcionou seu olhar para os prédios do hospital do outro lado do prédio em que estava.

"Tá fazendo o que? Tá querendo morrer por acaso?", uma voz conhecida disse. Lisa olhou em direção a ela, vendo Rosé empacotada dos pés à cabeça com roupas de frio, o que a fez querer sorrir levemente, só que não o fez.

"Olha só, meus pulmões já eram, tá bom?", suspirou voltando seu olhar ao céu. "Dá pra deixar eu curtir a vista enquanto posso."

"Tem noção de como tem sorte de estar aqui?", disse Rosé com um tom de voz sério. "De ser parte do teste novo?"

"Como cê sabe sobre meu teste? Andou perguntando sobre mim?", Lisa perguntou com um sorriso de lado. Rosé riu sem humor.

"Se você não se importa, então vai embora", disse Rosé com uma expressão irritada. "Dá o seu lugar pra outra pessoa. Alguém que realmente queira viver."

"Tá legal...", disse Lisa, levantando-se e ficando em cima da mureta.

"Tá fazendo o que? Lisa, não! Desça daí, por favor!", disse Rosé, preocupada. Lisa se alongou, achando divertido.

"Lisa, pare, por favor desça agora!", Rosé implorou. Lisa fingiu que escorregava e depois pulou de volta ao chão, rindo.

"Relaxa!", disse Lisa sorrindo.

"Tá bom, fica aqui então", disse Rosé, irritada.

"Qual é, eu tava brincando." Rosé foi embora, e Lisa suspirou, indo até a porta, percebendo que estava trancada. "Ela não fez... Ela não teve a coragem... A ousadia, não é possível...", Disse a garota a si mesma.

[Mais tarde...]

Rosé estava em seu quarto, olhando para a tela do notebook. "Que droga", disse, preocupada com Lisa. Olhou pela janela para o lugar onde supostamente a tinha trancado. "Será que peguei pesado demais?", pensou

A cinco passos de você  •| ChaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora