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Enquanto Irene tentava ligar para Roseanne mais uma vez, com a preocupação estampada no rosto, os pais da garota chegaram ao hospital com urgência. A mãe, Eunjin, estava visivelmente angustiada.
"Seulgi, Seulgi?" Eunjin chamou, a voz tremendo.
Seulgi se voltou rapidamente para ela. "Ela não atende, e agora tá caindo na caixa postal."
Eunjin, com lágrimas nos olhos, balbuciou, "Ela nunca fugiria, Roseanne não faria isso."
O pai de Roseanne tentou acalmar a mulher, colocando a mão em seu ombro. "Eunjin, acalma-te. Precisamos pensar claramente."
Enquanto isso, a mãe de Lisa chegou correndo. Seulgi se aproximou dela, com uma expressão preocupada. "Você conseguiu falar com Lisa?"
Chitthip balançou a cabeça, a expressão preocupada. "Não, ela não atende."
Seulgi rapidamente apresentou ambas as famílias, e a mãe de Lisa perguntou com urgência: "Há quanto tempo as garotas sumiram?"
"Há pelo menos uma hora," respondeu Seulgi, olhando para Eunjin, cujos olhos ainda estavam cheios de lágrimas. Eunjin se voltou para Chitthip, dizendo com desespero: "Se Roseanne perder os pulmões por culpa da sua filha..."
Chitthip, ferida pela acusação, retrucou: "Minha filha está tão doente quanto a sua!"
"Roseanne nunca faria isso," Eunjin insistiu, a voz falhando.
Donghae tentou acalmar Eunjin, falando em um tom reconfortante. "Vamos manter a calma".
Seulgi respirou fundo e, com um olhar decidido, disse: "Foi a Roseanne, Eunjin. Ela fugiu, não a Lisa. Ela não sabe sobre os pulmões."
Chitthip olhou para Seulgi, agora mais atenta. "Pulmões? É um transplante?"
"Sim, para a Roseanne. Estão a caminho," confirmou Donghae, a voz firme.
A revelação causou um silêncio momentâneo, o peso da situação começando a se instalar. Cada um processava a informação, a urgência e a preocupação misturando-se em seus rostos.
[...]
Rosé e Lisa estavam sentadas na mureta da ponte. A lua cheia iluminava a paisagem, refletindo sua luz prateada no rio congelado abaixo delas.
"Eu tinha um peixinho quando era pequena," Rosé disse, sorrindo para si mesma. "Eu o chamava de Laranja."
Lisa riu. "Eu tinha dois gatos! Me chamavam de 'maluca dos gatos'." Ela fez aspas com os dedos, rindo.
Rosé riu e brincou: "Isso explica muita coisa," disse a loira com um sorriso no rosto.
Lisa fingiu estar ofendida, colocando a mão no coração, mas logo caiu na risada com Rosé. De repente, o celular da morena começou a tocar. Ela olhou para a tela e viu o nome da mãe.
"Não atende," Rosé disse rapidamente, com um toque de súplica na voz. "Estamos tendo um momento."
"É a minha mãe," Lisa respondeu, pegando o telefone. Rosé suspirou, e o momento de leveza se dissipou. "Deixa só eu avisar que tô bem."
Enquanto Lisa lia as mensagens, seu rosto ficou sério. "Rosé," começou, tentando controlar a emoção na voz, "são pulmões. Para você." A descrença tingiu suas palavras, enquanto Rosé permanecia em silêncio, encarando o rio congelado.
Lisa repetiu, com mais urgência, "Rosé, são pulmões! Vamos para o hospital, agora!" Ela se levantou, estendendo a mão para Rosé, mas a garota não se moveu.
Rosé, com os olhos fixos no horizonte, murmurou: "Eu ainda não vi as luzes."
Lisa franziu a testa, confusa. "As luzes? Você sabia sobre os pulmões?" O silêncio de Rosé começou a irritar Lisa. "O que estamos fazendo aqui? Vamos para o hospital!"
Rosé suspirou profundamente, com um olhar distante. "Cinco anos, Lisa. É a vida útil deles."
Lisa balançou a cabeça, incrédula. "É uma vida para pessoas como nós, Rosé," sua voz tremia de frustração.
"O que acontece se eles falharem? Voltamos para estaca zero?" perguntou a loira, e Lisa suspirou.
Antes que Lisa pudesse responder, a garota em sua frente escorregou da mureta e caiu no rio congelado abaixo. Lisa correu para a beira da ponte, o coração disparado, e viu Rosé deitada sobre o gelo, com um sorriso melancólico. De repente, o gelo começou a rachar sob o peso de Rosé, fazendo Lisa gritar seu nome em pânico. "Rosé!"
Lisa correu pela ponte, descendo apressadamente até a margem do lago, com o coração batendo descompassado e o pânico crescendo a cada segundo. Ao se aproximar do buraco no gelo, ela se ajoelhou rapidamente, ignorando o frio que queimava suas mãos.
Ela estendeu o braço, tateando a água gelada, tentando desesperadamente encontrar Rosé. O gelo ao redor do buraco era escorregadio e traiçoeiro, mas ela não se importava. "Rosé!" gritou, sua voz cheia de desespero e medo. Não conseguia ver nada além da escuridão abaixo da superfície.
Dentro do buraco, Rosé lutava para se manter consciente. Ela sentia seu corpo ficando pesado, os braços e pernas quase não obedecendo mais. Os olhos se fechavam involuntariamente, e sua visão começava a ficar embaçada, pequenas estrelas dançando em sua visão periférica.
Com um último esforço, ela olhou para cima e viu a mão de Lisa estendida para ela, a última esperança em meio ao desespero. Rosé estendeu a mão com todas as suas forças restantes, e seus dedos se encontraram com os de Lisa.
Lisa sentiu o toque frio e imediatamente agarrou a mão de Rosé, puxando com todas as forças que tinha. Com um movimento rápido e decidido, Lisa arrancou o aparelho respiratório que só atrapalhava. Ela puxou Rosé para fora do buraco, sentindo o peso inerte do corpo da garota, e a deitou na margem congelada.
O desespero tomou conta de Lisa quando viu Rosé inconsciente, a pele pálida e os lábios azulados. "Rosé! Acorda, por favor!" gritou, com lágrimas começando a escorrer por seu rosto. Sem pensar duas vezes, pegou seu celular e, com mãos trêmulas, mandou uma mensagem rápida para Seulgi, pedindo ajuda. As mãos tremiam tanto que quase deixou o aparelho cair no gelo.
Lisa, com a mente nublada pelo medo e a urgência, olhou para o rosto sem vida de Rosé e, por um breve momento, hesitou. Ela sabia dos riscos, mas não podia simplesmente ficar ali. Com um movimento rápido e decidido, juntou seus lábios aos de Rosé, tentando desesperadamente insuflar vida nela.
Depois de algumas respirações, Lisa se afastou, sentindo uma dor aguda no peito. O ar frio cortava sua garganta e ela começou a tossir violentamente. Sabia que a situação era crítica, mas não tinha escolha. Com as mãos ainda trêmulas, começou a realizar compressões torácicas, contando alto entre as lágrimas que escorriam.
"Rosé, por favor, acorda," ela suplicava entre as compressões, a voz embargada pelo desespero. Cada segundo que passava parecia uma eternidade. O frio penetrava seus ossos.
Seus movimentos se tornaram mais lentos, suas forças se esvaindo. Lisa olhou para a garota, o cansaço e a falta de ar eram demais para ela. Mesmo que tentasse, ela não conseguia respirar corretamente.
Lisa, exausta e incapaz de continuar, caiu ao lado de Rosé, seus olhos pesados. Sentia sua visão se estreitando, o mundo ao seu redor ficando mais escuro. Com um último olhar para Rosé, seus olhos finalmente se fecharam, e ela desmaiou, incapaz de ver que Rosé estava viva e recuperando a consciência.
Já ao seu lado, Rosé tossiu, expelindo a água que estava em seus pulmões. Os olhos da loira se abriram lentamente, ainda turvos. Ela virou a cabeça e viu Lisa deitada ao seu lado, respirando com dificuldade. As duas estavam exaustas, sem forças.
Rosé tentou levantar a mão para alcançar Lisa, mas seu corpo não obedecia. Com um esforço imenso, conseguiu sussurrar: "Lisa..."
[...]
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A cinco passos de você •| Chaelisa
FanfictionRosé passa muito tempo no hospital por causa de uma fibrose cística, Lá, ela conhece Lisa, que sofre da mesma doença. Elas são obrigadas a manter distância, mas mesmo assim se apaixonam. >>> • Isso é uma adaptação do filme "A cinco passos de você" ...