lost game. ★

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O dia amanhece, é sábado. Dia de qualificação.

Levanto da cama confiante com a pole. Tiro meu pijama, coloco uma calça legging e uma camisa branca da Mercedes e vou para o Paddock.

Em poucos minutos começo a me arrumar para a qualificação. Coloco meus trajes de corrida, o fone de ouvido o qual uso para me comunicar com minha engenheira enquanto estou dentro do carro, depois coloco minha balaclava e por último meu capacete que tem a bandeira brasileira em cima dele fazendo parte de seu design.

— Você me ouve, Helena? — Minha engenheira diz.

— Afirmativo, te ouço. — Respondo.

— Ótimo. De tudo de si, Helena.

Ligo o carro e saio para pista. Em minha frente a Gabriela está terminando uma volta rápida. Pelo regulamento, Gabrielle precisa me dar a frente. Quando recebo espaço, entro no vácuo e acelero tudo oque posso. Essa pole é minha.

Voltas. Voltas. Voltas. Voltas.

Foram diversas voltas, mas nenhuma foi o suficiente para pegar o P1 de Clarisse. O carro de sua equipe estava adulterado, estava rápido demais. Eu sabia que se não conseguisse pegar pole, Clarisse ganharia a corrida domingo e pegaria de minhas mãos meu título que eu tanto lutei a temporada inteira. Mesmo dentro do carro, me perco em meus pensamentos, saio do transe quando vejo no telão a imagem do carro de Clarisse todo arrebentado no muro e a plateia chocada gritando.

— Clarisse está bem? — Pergunto a minha engenheira, genuinamente preucupada com Clarisse. Ninguém me responde. — Porra. Clarisse está bem? — Aumento meu tom de voz. Esse silêncio não me parece bom.

— Sim. Clarisse está bem. — A voz robótica de minha engenheira ocoa nos meus ouvidos. Graças a Deus Clarisse estava bem. Acidentes são completamente comuns durante fins de semana de corrida, mas, infelizmente, muitos pilotos não saem deles vivos. — Helena, está é sua chance de fazer a volta mais rápida.

Mesmo ainda preucupada com a pilota que acabara de bater, sigo meu caminho. Eu tenho um título a disputar.

Acelero tudo oque eu posso do carro. Cada curva que eu faço meus números são melhores. Perto da curva 13 cambaleio um pouco o carro, mas manobro certo e não deixou com que o carro bata ou perca o controle. Quando passo da linha de chegada ouço gritos em meu ouvido.

— É POLE, HELENA! VOCÊ VAI LARGAR DA PRIMEIRA POSIÇÃO AMANHÃ! PARABÉNS! — Minha engenheira me diz, ouço a equipe Inteira comemorando minha conquista.

— OBRIGADA, EQUIPE! ESSA É PRA VOCÊS! — Grito no rádio, eu estava a um passo do título.

Vejo Clarisse saindo de seu carro quebrado, claramente triste com a situação. Penso em sair de meu carro e ir perguntar se ela estava bem, mas ela precisava de um tempo sozinha.

Andando pelo paddock, voltando para os boxes da Mercedes, uma figura conhecida veio falar comigo.

— Parabéns pela pole, Helena. Você fez um trabalho sensacional! — Era Lewis Hamilton. Meu ídolo. Falando comigo, me elogiando.

— Ah... Obrigada, Lewis! — Gaguejo. Ele percebe.

— Fica tranquila, amanhã você vai subir naquele pódio e vai ganhar o campeonato! — Ele me conforta, dando tapinhas em meus ombros.

Vejo ele se afastar, jajá a qualificação da formula 1. Enquanto isso vejo Amélia se aproximar.

— Você foi bem. Eu sabia que você ia. — Amélia estava bonita hoje. Quer dizer, ela sempre está bonita, mas acho que os ares árabes a fizeram bem. — Que tal uma noite de jogos no meu quarto hoje? As meninas também vão.

Mirrorball - Formula One. ★Onde histórias criam vida. Descubra agora