Eles precisavam da força que só eu podia lhes dar:- Conseguimos. Recuperamos o que é nosso e, apesar de ser um momento de luto, cuidaremos de cada um que caiu nesta guerra brutal. Jogaremos flores em seus túmulos e gravaremos seus nomes em memoriais, para que todos conheçam os bravos heróis que lutaram ao nosso lado -Mais uma vez, usei minhas palavras para conquistar seus corações.
A cidade estava sendo reerguida, e eu havia me instalado na antiga residência do governador, um homem velho e pálido, quase uma figura fantasmagórica. Suas veias se destacavam sob a pele translúcida. Suas ideias eram mesquinhas como seu coração, e suas mentiras só não eram maiores que a enorme barriga infestada de vermes. Agora, ele apodrecia numa vala, junto aos que tanto apoiou, com flores murchas lançadas sobre seu peito em decomposição ,até as flores seguem a própria sorte umas enfeitam a vida outras enfeitam a morte.
Os dias arrastavam-se lentamente, e enquanto eu arquivava todos os manuscritos dos últimos tempos, a cidade se erguia das cinzas. Matias, encarregado de cada detalhe que eu desejava para minha nova cidade, passava cada vez mais tempo ao meu lado. Os sobreviventes da antiga Galena tinham desaparecido sem deixar rastro. Nenhum sinal, nenhuma pista. Era como se tivessem sido engolidos pela própria terra...
Eu me tornara um rei, e faria minha vitória ecoar pela eternidade. Era uma sombria sexta-feira, e uma reunião com os novos comandantes e comerciantes estava em andamento. O clima era pesado, carregado de tensão. Decisões cruciais sobre aqueles que ousassem se rebelar contra o novo sistema seriam tomadas ali, naquele instante. O ar estava denso, impregnado de medo e incerteza.
— Devemos obrigá-los a trabalhar doze horas por dia, com o couro do chicote sempre à espreita — o homem estava vermelho como um rabanete; suas bochechas gordas e redondas tornavam sua presença ainda mais repulsiva.
-Não é o suficiente... — minha cabeça latejava violentamente, e eu sabia que algo terrível estava prestes a acontecer.
"Edgar, Edgar, por que iríamos querer destruir nossos traidores?"
— Senhores, por que nós iríamos matar todos eles? — minha voz soou sombria, como se viesse de um abismo profundo.
"Não somos assassinos, não somos loucos, Edgar."
-Não somos assassinos, não somos loucos, senhores.
"Vamos levá-los ao extremo de suas próprias convicções, até que seus gritos se tornem um lamento incessante. Quando não aguentarem mais, quando implorarem pela morte, nós seremos os anjos sombrios a conceder esse favor final."
-Vamos levá-los ao extremo de suas próprias convicções. Quando não aguentarem mais, desejarão a própria morte. E nós faremos esse favor. O silêncio dominava a sala, o clima de tensão aumentava gradativamente. Um sorriso maligno começou a se formar no canto da boca de cada um deles, e eu sabia que minha ideia havia sido aceita.
Uma cela especial foi construída na minha casa, com um tubo de ventilação ligando meu quarto diretamente a ela. Projetamos um equipamento simples, mas cruel: uma marca no centro da cela. Ali, um traidor deitado na maca receberia, a cada segundo, uma gota de água fria na testa. Ele estaria preso à marca, incapaz de escapar. A repetição incessante, a frieza da água e a tortura mental o conduziriam à loucura. E, finalmente, a loucura seria sua única libertação.
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Pétalas de guerra
HorreurNesta história ( romance e terror )( +16) ,contada pelo ponto de vista do vilão somos levados a um mundo pós-guerra onde a sociedade está dividida entre os poderosos e os oprimidos. A narrativa nos apresenta Edgar, um protagonista complexo e atormen...