A suíte ficava no último andar do hotel. Era ampla, decorada com a mesma sofisticação sóbria do bar. Piso e móveis de madeira e couro, e uma cama enorme, forrada com um edredom impecavelmente branco. Da janela, avistava-se as árvores do bairro dos Jardins, com alguns prédios despontando ao longe.
Manu entrou caminhando lentamente. Seu corpo formigava agradavelmente sob o efeito do saquê e da vodca. Quando seus olhos pousaram na cama, imensa e convidativa, ela sentiu um desejo enorme de que aquele homem arrancasse sua roupa, a jogasse ali e a possuísse ferozmente, incendiando-a como uma supernova. Afinal, o fogo já estava aceso, o estrago estava feito.
Massimo, aparentemente, tinha planos diferentes. Aproximou-se da mesinha de canto, pegou a garrafa do balde de gelo e lentamente tirou o papel metálico dourado. Ah, se esse papelzinho laminado fosse meu vestido... Depois o arame, também dourado. Minha calcinha... A rolha estourou num estalo seco. Massimo dentro de mim, me inundando outra vez com seu gozo quente e abundante.
Ele encheu duas taças e entregou uma a Manu.
- Não sei se eu devo beber mais – ela exclamou com a voz langorosa de vodca e desejo.
- Eu gosto de te ver assim um pouco bêbada – Massimo retrucou, com o sotaque num nível que evidenciava seu estado também um tanto distante da sobriedade.
- Eu quero que você me coma – Manu exclamou agarrando-o pela cintura. – Quero sentir seu pau delicioso outra vez dentro de mim.
- Infelizmente isso não vai acontecer essa noite – respondeu Massimo, sendo recebido por um olhar de decepção e incredulidade.
- Não? – Manu perguntou sem conseguir esconder o tom de revolta na voz.
- Não.
- Mas... Como?... Por que não?
- Ao contrário do que a maioria dos homens pensa, a penetração não é, nem de perto, a melhor forma de levar uma mulher ao orgasmo – Massimo explicou sério. – E se eu terei apenas três chances, não vou desperdiçar a primeira delas com um método que não está entre os mais eficientes.
- E que métodos você pretende usar, senhor Pastore? – Manu perguntou sentindo o fogo aumentar.
- Você já vai descobrir – ele respondeu encarando-a com os olhos castanhos cheios de vontade.
Manu voltou a puxá-lo pela cintura.
- E se eu gozar hoje? Depois você me daria seu pau de presente? Pode ser um incentivo a mais para mim – sorriu com ar de sapeca.
- Me parece um acordo justo – Massimo respondeu, colocou a taça na mesa ao lado da vasilha de prata repleta de morangos que pareciam saídos de um comercial de TV.
Depois se aproximou de Manu, colou o corpo no dela, e a fez dar meia-volta. Massageou as costas, o pescoço, e lentamente tirou o vestido de alça única. Ela sentiu o hálito dele na nuca, descendo pelas costas, sentiu sua calcinha sendo baixada até o joelho. Me possua. O dedão dentro de mim, por favor, por favor, me deixa queimar...
Massimo a girou novamente, colocando-a de frente para um espelho enorme na frente do guarda-roupas.
- Tente ver o que eu vejo. Veja que mulher linda e fantástica você é – sussurrou no ouvido dela, passado a mão de leve pelo lado do corpo de Manu.
Ela se olhou refletida no espelho. Estava completamente nua a não ser pelos sapatos vermelhos de salto. Olhou os seios, a barriga plana, o tufo escuro de pelos entre as pernas e se viu obrigada a concordar com Massimo. Estava linda.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Fogo Alto
RomantikE se fosse possível reunir sexo, comida e literatura em um único lugar?