𝙲𝙰𝙿𝙸𝚃𝚄𝙻𝙾 𝟷𝟷

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🎶 ᵐᵘˢᶦᶜᵃˢ ᵈᵒ ᶜᵃᵖᶦᵗᵘˡᵒ

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🎶 ᵐᵘˢᶦᶜᵃˢ ᵈᵒ ᶜᵃᵖᶦᵗᵘˡᵒ

Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ¸¸.•*¨*•.¸¸ꕥ Kael finalmente me convenceu a entrar em uma taverna próxima para nos proteger da chuva. A tempestade parecia interminável, e eu estava encharcada e tremendo de frio. Descemos de seu Equino e seguimos pela estrada lamacenta até a taverna. Ao entrar, o calor aconchegante do ambiente e o som reconfortante do fogo na lareira trouxeram um alívio imediato. Kael reservou uma sala privada, onde poderíamos conversar longe de olhares curiosos.

Sentamo-nos em uma robusta mesa de madeira, e ele pediu duas canecas de hidromel para nos aquecer. Por alguns momentos, permanecemos em silêncio, escutando a chuva bater nas janelas e o murmúrio distante dos outros clientes.

― Freya ― disse ele, com uma voz mais suave do que eu já tinha ouvido. ― Preciso que você acredite em mim. Nunca machucaria Lyria, jamais faria isso, porque entendo o que é perder alguém que se ama. ― Fez uma pausa, seus olhos fixos no fogo da lareira ― Eu também perdi alguém que amava profundamente, e pode ter certeza que não tive nenhuma relação com a morte de Lyria.

A intensidade em seus olhos era inegável, e, por um instante, minha própria dor pareceu diminuir. Naquele olhar, vi refletida a mesma fragilidade e sofrimento que eu também carregava. Foi esse reflexo que me levou a querer ser sincera com ele.

― Kael, eu... ― Minha voz tremeu, e precisei respirar fundo antes de continuar. ― Eu menti sobre quem sou porque estava aterrorizada. Temia você e o que poderia me fazer. As histórias que ouvi sobre sua vingança contra o reino da luz me fizeram acreditar que você era um monstro. Mas, ao conhecê-lo, percebi que estava errada. Depois, simplesmente não sabia como confessar a verdade. Eu queria esquecer quem fui, deixar meu passado para trás e seguir em frente.

Kael me olhou com atenção, sua expressão séria, mas paciente. Eu sabia que ele esperava a verdadeira razão, e eu estava pronta para contá-la.

― Eu fugi do Reino da Luz porque fui mantida prisioneira no palácio, sem liberdade, desde que nasci. A gota d'água foi quando meu pai decidiu me casar com o Rei Baldur de Lydfrykte. ― Pausei, engolindo em seco. ― Você sabe do que ele é capaz; é terrível e brutal. Eu conhecia sua fama e não podia aceitar esse destino.

Kael parecia genuinamente indignado e furioso. Seus punhos se cerraram sobre a mesa, e seus olhos faiscavam de raiva.

― Baldur... ― murmurou ele com desprezo. ― Sei bem das barbaridades que ele comete. Pensar que seu pai te entregou a esse tirano me enfurece. Parece que não aprendeu nada e continua repetindo os mesmos erros.

Eu continuei, sentindo a necessidade de explicar tudo de uma vez. ― Eu precisava escapar, encontrar minha própria vida, minha liberdade. Não queria mais ser uma peça no jogo de poder do meu pai. Por isso, fugi e menti.

Kael respirou fundo. Sua raiva ainda estava presente, mas havia também um entendimento em seus olhos. Ele segurou minhas mãos, suas palmas quentes contrastando com a frieza das minhas.

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