Coisas que o Amor faz

CAPÍTULO 03

Jᴏsʜ B.

Uma semana depois...

— Qual é, cara? Você tem que sair com alguém!

— Eu estou bem sem sair com ninguém, Bailey— reviro os olhos, ele está aqui em meu escritório tentando me convencer a sair com alguém desde as onze horas da manhã, nem parece que tem um relatório para me entregar...

— Você anda tenso, aéreo! Eu já disse que isso é falta de...

— Oi, meninos — Any entra em meu escritório depois de bater na porta — estou atrapalhando alguma coisa?

— Não, na verdade, você me salvou, Bailey está enchendo meu saco.

— O que ele quer? — ela se aproxima do May e rouba a batata chips que estava em sua mão.

— Ei, isso é meu!— ele reclama, mas ela finge não ouvir. — Eu estava falando para esse idiota, sair com alguém! Ele precisa de alguém, não acha? — Ela paira a barata entre sua boca e me encara.

— Com quem vai sair? — Esse tom de voz é desconhecido por mim.

— Com ninguém, o Bailey que está com essas ideias. Apenas isso.

— Mas, tipo, você não está interessado em ninguém? — Outro tom de voz que eu não conheço, o que está havendo?

— Não! Quer dizer, sim. — Ela me encara e arqueia a sobrancelha — não eu, olha só, eu não vou sair com ninguém. — Bailey me encara, depois encara Any e faz uma expressão, como se a sua cabeça estivesse explodido nesse exato momento.

— Tá bem... você vem almoçar?

— Vou sim.

— Certo, eu só vou pegar minha bolsa. — Ela sai da minha sala rápido demais, como se algo tivesse incomodado ela. Me assusto com o May bem próximo de mim.

— Puta que pariu, você é afim dela. — Arregalo os olhos.

— O quê?

— Não tente me enganar ou fugir do assunto. Você é caidinho por ela... e eu fui cego todo esse tempo, parece que você sempre esteve afim dela. — Fico calado e ele relaxa a postura. — Cara, isso é.

— Deprimente, é exaustivo. — respiro fundo.

— O Noah, ele sabia?

— Cara ele...

— Vamos? — Any chega de repente e nos assustamos.

— Claro.

Minutos depois...

— Então, vai me dizer quem é ela? — Any me pega de surpresa com essa pergunta, estamos sentados na mesa de que gostamos, no restaurante de que gostamos, esperando o pedido da nossa comida preferida.

— Ela quem?

— A mulher que te deixou tão nervoso, eu sei que você não deu ouvidos ao May sobre sair com alguém porque você já tem alguém. — Pisco os olhos e perco a fala.— Estou certa, não é? — Existe uma grande dose de decepção em sua voz.

— Não, não é isso, Any.

— Eu te conheço, Josh, não é de agora! Eu sei que o Noah era o que te conhecia desde pequeno, mas ele sempre me disse que eu sabia quando você estava falando a verdade ou mentindo, ou quando está nervoso, quando está com raiva e não quer dizer.

— Ele dizia isso?

— Josh!

— Any, eu não tenho ninguém! — Ela passa a língua nos lábios e me encara irredutível.

— Achei que eu fosse sua amiga.

— Mas você é, isso não mudou. Any, o que está acontecendo? Eu estou te falando a verdade.

— Eu ouvi o May falando e você confirmando, Josh. — Meu corpo fica petrificado.

— O que você ouviu exatamente?

— Ele dizendo que você é caidinho por ela e que ele foi cego todo esse tempo porque parece que você sempre esteve afim dela. — Eu relaxo um pouco.

— Any...

— Tudo bem, se você não quer me contar, é por ter seus motivos. — Nessa hora, Gregory é o garçom que sempre nos atende bem animado com o nosso pedido.

— Aqui está, um frango à parmigiana no capricho. — Ele encara Any, que sorri de um jeito superficial, e depois me encara com a sobrancelha arqueada. — Certo, bom apetite. — Ele sai do nosso campo de visão.

— Olha, isso é complicado.

— Complicado quanto? — eu respiro bem fundo. — Ela é casada? — eu fecho os olhos e esfrego meus dedos com força neles. — Credo, Joshua, é sério?

— Não, eu jamais faria isso com o... — prendo minha boca em linha reta. — Quer saber? É melhor deixar isso para lá.

— Concordo com você.

E assim terminamos nosso almoço em silêncio, logo depois voltamos para nossa empresa e ela se trancou o resto da tarde em seu escritório.