Josh BAny parecia estar assustada. Eu não a culpo, no lugar dela eu teria me dado um tapa no rosto. Eu beijei a viúva do meu melhor amigo, mas ela também é a mulher que amei por esses doze anos. Acho que desde que a vi, eu já amei. E agora eu não tenho mais como esconder isso, sei que o Noah está vendo tudo isso lá de cima e jamais aprovaria o que eu estou fazendo.
— A gente pode pedir o jantar, aqui no restaurante do hotel eles fazem um caldo de abóbora delí.
— Josh! — ela me interrompeu colocando o dedo indicador em meus lábios, e agora ela estava séria. — Vai mesmo agir como se o que fez lá embaixo fosse normal entre nós dois? — Seguro delicadamente em sua mão e beijo seus dedos, ela ofega surpresa.
— Já fingi por muito tempo, Any, eu já reprimi demais tudo isso. — Ela fecha os olhos quando eu beijo a lateral de seu rosto.
— Joshua, minha cabeça está pura confusão... desde quando você escondeu isso?
— Como eu te disse, isso começou antes mesmo de você me conhecer e conhecer o Noah.— Me aproximo dela — Eu vi você chegando no campus da universidade, no primeiro período. — Sorri em nostalgia — você estava tão linda, Any, e pensei: eu vou me tornar amigo dessa garota e vou conquistá-la, e ela vai ser minha namorada. — Any pisca os olhos, surpresa. — E ainda lembro que no mesmo dia eu liguei para o Noah e disse a ele que iria apresentar a garota por quem eu me apaixonei à primeira vista. Ele riu de mim, é claro, mas estava ansioso para te conhecer, só que eu te perdi de vista por uma semana e logo depois minha mãe ficou doente. — Ela parece lembrar dessa época, fiquei quase um mês sem conseguir ir para a universidade, é impossível não lembrar de tudo agora.
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— Eu não sei quando ela vai ter alta, mas mesmo quando ela tiver, eu preciso ficar por uma semana no mínimo com ela em casa. A Sina não pode, ela cuida do Zac — esclareço isso ao meu amigo, que até está do outro lado da linha.— Cara, isso é tenso demais! Queria poder ajudar de alguma forma.
— Você já está ajudando, Noah, ninguém iria me passar o material das aulas.
— E a sua garota? Não conseguiu mesmo descobrir quem é? — Ela me lembra da garota que pus meus olhos no primeiro dia do semestre.
— Não, eu só descobri que ela também cursa arquitetura.
— E se ela for da nossa turma?
— Eu saberia, Noah— ele ri do outro lado.
— Cara, sei que não é o momento, mas gostaria de te contar sobre a minha garota. — Eu fico em alerta, Noah, tem uma garota?
— Desde quando você está saindo com alguém?
— Faz apenas duas semanas, ela é da nossa turma. Quer dizer, ela foi transferida no início do mês.
— E como foi isso?
###— Então vocês não faziam ideia de que estavam falando da mesma pessoa?
— De jeito nenhum... — sorri sem humor.
— Oh, meu Deus, Josh... — Ela relaxa os ombros — Eu não sabia, eu nunca imaginei isso! — Any me encara e logo em seguida engole seco antes de me perguntar: — O Noah, ele sabia?
— Sim — Ela ofega surpresa — ele suspeitou, mas nunca disse nada, até que no dia em que viajamos para aquele congresso, ele achou estranho eu ter recusado o convite de ficar no mesmo quarto que a Mia. Ele ficou me observando e infelizmente eu não conseguia disfarçar o sorriso quando você falava algo engraçado, ou quando você ficava mal e eu me preocupava. Noah me conhecia há muito tempo e sabia exatamente que tipo de cuidado era esse.
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— Ei — ele segura meu ombro, me impedindo de seguir meu caminho. Estávamos jogando sinuca na sala de jogos da casa do nosso colega de classe, é a festa mais sem graça que já vi. O único motivo de estar aqui é o meu amigo e a Any, claro.— O que foi, Noah? — Ele está com a testa franzida, e antes de responder, olha em direção à sua namorada e depois me encara. Ele sabe.
— Quando ia me contar cara? — Prendo a boca em linha reta — quando ia me falar que gosta da minha garota? — Por incrível que pareça, Noah não parece chateado.
— Noah, aqui não, cara...
— Ela era a garota que você me contou? Do início do semestre? — eu apenas maneo a cabeça e ele passa a mão em seus cabelos. — Porra, Joshua, devia ter me contado.
— Ter te contado? — sorri sem humor.
— Noah, vocês já estavam saindo, o que eu deveria fazer?
— Devia ter me dito, devia ter dito que ela era a sua garota, se eu soubesse eu não iria seguir, eu... — ele respira fundo — eu não teria me apaixonado por ela.
— Não teria? — eu me aproximo dele, com um pouco de raiva, não dele ma sim da situação. — é impossível não se apaixonar por ela — ele me olha derrotado, sabe tudo que sinto por ela agora. — eu sei que teria desistido dela por mim, mas você seria infeliz agora Noah — encaro Any do outro lado da sala — e eu sei que ela está com um cara legal, que vai respeitá-la, amá-la, casar, e ter filhos com ela. Vai fazer ela a mulher mais feliz da face da terra.
— Joshua... mas e você?
— Eu jamais vou interferir, ou te trair! Se é só a amizade dela que eu posso ter, eu vou dar valor a isso. — Toco em seu ombro — eu vou nessa, essa festa está um porre e eu preciso pensar um pouco, e Noah — ele me encara — não deixe a Any descobrir, isso nuca vai dar em nada e só vai estragar nossa amizade.
Noah maneou a cabeça e eu sigo meu caminho. Mas quando estou em frente à casa, indo em direção ao meu carro, escuto ela me chamar.
— Para onde vai Joshua? O Noah falou que você precisava ir, está tudo bem — Droga.
— Está, sim, é só aquele projeto que está me deixando sem dormir. — Ela se aproxima e me surpreende com um abraço.
— Descansa, e qualquer coisa pode contar comigo. — Ganho um beijo na bochecha e prendo minha respiração para não aspirar seu beijo. — Você é meu melhor amigo, você e o Noah são os melhores presentes que esse curso me deu.
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Coisas que o Amor faz
Fanfiction||+16 Any Gabrielly, viúva de Noah Urrea tem um filho do mesmo de apenas quatro anos, Brian Urrea. Ela tenta seguir em frente e sempre teve o apoio dos seus sogros e sua família, mas principalmente do padrinho do pequeno Brian, Josh Beauchamp. Josh...