Formigas

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Caralho... eu, a minha língua e meu maldito orgulho!

Estava quase botando meu pulmão pra fora e eu só estava correndo à alguns minutinhos.

Olhei para aquelas belas mulheres e homens correndo mais à frente e puxei o ar com força.

— Tudo bem aí, Gio? — olhei assustado para trás vendo Ana me olhar com preocupação.

— O quê? E-eu 'tô ótima, sim! — disse sorrindo forçadamente puxando o ar.

— Você não está aguentando o pique, não é? — me olhou atentamente.

— P-pois é... Eu sou péssima com esportes, nem pra correr eu presto. — admiti finalmente.

— Eu também odeio correr. —Ana disse bufando. — Só vim por que você veio. — sorriu meiga pra mim.

Como eu amo essa garota.

— Obrigado, linda.— sorri para ela agradecido.

— Ei, vocês duas ai, vamos logo! — vimos Karen gritar lá na frente, enquanto eu e Ana reviramos os olhos.

E ela parecia radiante e não se via nenhuma gota de suor em si.

— Ela não cansa? — perguntei derrotada.

— Não. Pelo que sei Karen jogava vôlei e fazia ballet na época da escola. —A menina disse.

Mas que filha da puta!

Ah, mas se eu soubesse, não tinha vindo, agora eu entendi o porquê do sorriso presunçoso que ela me deu antes de virmos.

Que ódio!

Corri atrás de Ana e finalmente alcançamos eles.

Na minha cabeça só se passava que devia ter ficado em casa com Alice.

Eu suava como tivesse corrido uma maratona e Luiza disse que foram apenas dois quilômetros (meu mais incrível recorde).

Vendo eles correrem com entusiasmo, eu praguejei até os sete mares, por eu ser tão orgulhosa. Tomando fôlego eu rezei para que minhas pernas aguentassem mais alguns quilômetros.

— Vamos dar uma pausa, acho que a Giovanna precisa, coitadinha.—Karen disse parando logo à frente, eu a olhei, e poderia até retrucar mas meu fôlego faltou. — Acho que pegamos pesado com você Gio, você não está acostumada á isso. — disse se aproximando um pouco de onde eu estava, e dava para sentir a ironia em sua voz.

— Q-que nada. — disse respirando fundo me erguendo. — Eu aguento. — Ah, mas eu não ia dar esse gostinho pra essa mocreia, não ia mesmo!

— Aqui Gio, toma um pouco de água. —Luiza que estava sentada em uma pedra na lateral do caminhão levantou-se e me entregou uma garrafa, eu peguei agradecida.

— Eu só preciso de um pouco de água e tudo ok. — falei bebendo água da garrafa inteirinha.

— Calma ai Giovanna, se beber demais pode ficar com dor de estômago. —Karen alertou.

Eu não dei ouvidos ao que ela disse, tomei bastante água e meu corpo agradeceu muito por isso.

— Estou renovada, vamos correr! — disse entregando a água para Luiza.

— Tem certeza, gica? Podemos descansar. —Alessandra me olhou preocupada.

—Tá tudo bem, Ale.

— Se ele diz que aguenta, então vamos. Ainda temos uns sete quilômetros pela frente. —Karen disse olhando todos nós, em seguida prosseguiu com a caminhada.

Tyrant |GNOnde histórias criam vida. Descubra agora