— Eu trouxe o jantar! — me afastei do meu chefe e vi Luiza sorrindo sem graça na porta com uma bandeja nas mãos.
Sai da cama sorrindo envergonhada, caminhei em sua direção e peguei a bandeja das suas mãos colocando em cima da mesinha perto do sofazinho.
— Então...eu vou tomar banho — girei os calcanhares e fui direto para o banheiro.
Não vá por esse caminho Giovanna!
"É só trabalho". Era o que minha mente gritava.
Mas eu sentia meu coração acelerado e uma coisa estranha no ventre.
E o que mais me perturbava era o simples fato de que eu beijei meu chefe e gostei!
FUDEU!
...
Estava um silêncio constrangedor no quarto e já era meia noite.
Depois do ocorrido horas atrás meu chefe se enfiou no seu notebook me ignorando, completamente — o que já era de se esperar.
Ele estava sentado no sofá e eu estava olhando através da janela, ventava forte lá fora.
Suspirei fechando os olhos, lembrando do momento anterior...e que momento.
Balancei minha cabeça para afastar esses pensamentos.
Olhei disfarçadamente para meu chefe que digitava freneticamente alguma coisa no notebook. Impassível, sério, sem nenhuma expressão, nenhum sentimento do que aconteceu aqui.
Meu chefe é um poço de silêncio e nesse exato momento, este fato me incomodava.
— Tenho uma teoria para o que aconteceu entre nós — disparei olhando-o que parou de digitar e me encarou. —Foi minha culpa — falei vendo-o erguer a sobrancelha confuso. — Sabe... Eu te machuquei sem querer, mas machuquei, me senti culpada...
— Está dizendo que me atacou por pena? — ele perguntou com as sobrancelhas arqueadas.
— Não... Espera, o que quer dizer com atacou? — perguntei me levantando e cruzando os braços. — Não ataquei o senhor! Foi apenas algo do momento. Foi como dois imãs, estávamos perto, pareceu certo e bum! Aconteceu. Era isso que eu queria dizer! — disse indignada com fato dele ter achado que eu o ataquei.
— Dois imãs? — me olhou irônico.
— Sim.
— Isso é ridículo Giovanna, foi um beijo, eu senti vontade, você também e aconteceu, não existe essa coisa de imãs. — disse convicto.
— Ah! Então quer dizer que o senhor sentiu vontade de me beijar, uh? — perguntei levantando a sobrancelha, satisfeita com o que ele disse.
Ele arregalou os olhos ao se dar conta do que havia dito.
— Não foi exatamente isso que eu quis dizer...
— Mentiroso! Foi sim! E só a minha opinião importa! — sorri e ele revirou os olhos. — Tá amarradão em mim, não é? — falei desafiadora, vendo-o fechar a cara e fazer aquela expressão de assassino. — Eu posso denunciá-lo por assédio sexual. — falei tentando mudar o clima.
— Assédio? — me olhou incrédulo. — Que eu me lembre, foi você que me beijou primeiro. — disse e senti minhas bochechas ficaram vermelhas ao constatar que era verdade.
— Foram eletricidades invisíveis magnéticas, que saem dos nossos corpos com imãs. — mas que porra eu 'tô dizendo?
E pela primeira vez na vida, vejo meu chefe sorrir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Tyrant |GN
Romance-Eu disse o seguinte "O Alexandre sozinho? Nunca! Eu não queria dizer isso até porque ele está esperando o momento certo para contar, mas vou falar mesmo assim, ele está seriamente comprometido com uma mulher incrível e você a conhece, tia". Sua mãe...