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Fernanda Müller

O dia passou mais rápido do que eu esperava. A manhã, que havia começado com uma tensão palpável, se transformou em uma tarde cheia de tarefas e detalhes para ajustar. Agora, de volta ao meu quarto, estava me preparando para o evento de gala que aconteceria em algumas horas.

Enquanto me olhava no espelho, terminando de ajustar o vestido longo e elegante, não conseguia parar de pensar na conversa que tive com os meninos durante o café da manhã. A energia deles, a leveza com que encaravam a vida, tudo isso mexeu comigo de uma forma inesperada. Me fez questionar se eu estava vivendo a vida que realmente queria ou apenas seguindo o roteiro que havia sido traçado para mim.

Terminei de passar o batom e dei uma última olhada no reflexo. O vestido azul-marinho se ajustava perfeitamente ao meu corpo, destacando meus olhos verdes. Meu cabelo estava preso em um coque sofisticado, e a maquiagem realçava meus traços sem exageros. Eu parecia pronta para encarar qualquer coisa, mas por dentro, uma tempestade de emoções me deixava inquieta.

Peguei a clutch prateada e respirei fundo antes de sair do quarto. No caminho até o salão principal do hotel, onde o evento seria realizado, encontrei vários funcionários ajustando os últimos detalhes. O salão estava deslumbrante, com mesas elegantemente decoradas, um palco iluminado e uma atmosfera de luxo e sofisticação, do jeito que eu havia organizado!

Meus pais já estavam lá, conversando com alguns convidados importantes. Ao avistá-los, senti um misto de apreensão e determinação. A noite prometia ser longa e cheia de surpresas. Também vi minhas irmãs: Stefane, a mais velha, sempre impecável e séria, conversando com empresários, e Carolina, a mais nova, vibrante e cheia de vida, tirando selfies e se divertindo com os amigos.

Logo avistei os meninos, "Aqueles Caras", perto do palco. Eles estavam vestidos de forma mais formal do que de costume, mas ainda assim mantinham aquele ar descontraído que os fazia tão únicos. Ao me verem, Chico acenou com um sorriso, mas eu notei um brilho diferente em seu olhar, como se ele estivesse impressionado, mas tentando não demonstrar muito.

— E aí, Fernanda! Tá gata, hein? — disse ele, de forma informal e sincera, tentando esconder a surpresa.

— Obrigada, Chico. Vocês também estão ótimos. — respondi, tentando esconder o nervosismo.

Pedro se aproximou com um olhar curioso.

— Tá tudo pronto pra noite? Precisando de ajuda, só falar.

Sorrindo, senti uma onda de alívio. Estar perto deles fazia tudo parecer mais fácil.

— Acho que sim. Só preciso garantir que os convidados se divirtam e que tudo saia conforme o planejado. — respondi, tentando soar confiante.

Daniel, sempre brincalhão, completou.

— Relaxa, vai dar tudo certo. E, se der errado, a gente transforma em conteúdo pro canal.

Todos rimos, e por um momento, a tensão se dissipou. Era isso que eu precisava — um pouco de leveza em meio ao caos.

Enquanto caminhávamos pelo salão, Chico se aproximou um pouco mais de mim.

— Sabe, cê manda muito bem nessas coisas de evento. Não deve ser fácil segurar a onda. — disse ele, casualmente.

— Obrigada. Às vezes, parece que é a única coisa que eu sei fazer. — admiti, sentindo um pouco de vulnerabilidade.

— Bom, pelo menos cê faz isso com estilo. — ele disse, lançando-me um olhar rápido antes de desviar a atenção.

Enquanto conversávamos, o burburinho dos convidados começou a aumentar à medida que o evento se aproximava. Os últimos ajustes estavam sendo feitos pelos funcionários do hotel, e a tensão no ar era palpável. Chico e os outros meninos pareciam à vontade, circulando pelo salão com seu jeito descontraído e cativando a atenção de alguns dos presentes.

𝐎𝐩𝐨𝐬𝐭𝐨𝐬 | 𝐂𝐡𝐢𝐜𝐨 𝐌𝐨𝐞𝐝𝐚𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora