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Fernanda Müller

Acordo por causa do frio excessivo, causado pelo ar-condicionado. Estou toda enrolada no edredom, enquanto Chico está encolhido ao meu lado. Coitado.

Rio baixo da cena, pois uma das maiores queixas de Chico é que eu sempre pego a coberta toda para mim, não deixando nada para ele. Me viro um pouco e pego o controle do ar-condicionado, ajustando para deixar o quarto mais confortável. Levanto-me, cubro Chico com cuidado e vou ao banheiro.

Faço minhas necessidades, escovo os dentes e tomo um banho demorado para despertar de vez. Enrolo-me na toalha e cuido da minha pele com os produtos que trouxe. Ao sair do banheiro, vejo Chico ainda dormindo, um verdadeiro fofo. Pego uma das roupas que coloquei na bolsa e volto ao banheiro para me vestir.

Depois de me arrumar e pentear os cabelos, desço para a sala. Lá encontro Anna Beatriz, Luiza e Ingrid já acordadas, conversando enquanto tomam café da manhã.

— Bom dia, meninas — cumprimento, indo até a cozinha.

— Bom dia, Fê! — respondem em uníssono.

— Só a gente acordou? — pergunto, pegando uma maçã verde na fruteira.

— Sim — responde Anna. — Os meninos só acordam mais tarde.

Sento-me à mesa com elas, mordendo a maçã enquanto escuto a conversa. Falamos sobre a noite anterior, rimos das situações engraçadas e compartilhamos histórias.

— Meninas, querem passar o dia na piscina? — sugere Anna.

Todas concordam animadamente. Levantamos da mesa e decidimos ir acordar os meninos para contar os planos.

Decidimos acordar primeiro o Pig e o Ramon, que dividem o mesmo quarto. Entramos com cuidado, Luiza e eu seguimos o plano, enquanto Anna Beatriz observa atentamente e Ingrid registra tudo em vídeo. Paramos diante da cama e, de repente, solto um grito extremamente alto! Me escondo rapidamente na frente da cama, mantendo eles sem saber de onde veio o grito. Luiza permanece imóvel, segurando uma vela em um moletom preto de capuz, criando uma atmosfera assustadora no quarto.

— PUTA QUE PARIU! — exclama Pig.

— QUER ME MATAR, PORRA? — Ramon coloca a mão no peito enquanto Pig se agarra nele.

Então, começo a rir descontroladamente, não conseguindo me segurar, e Luiza, Anna e Ingrid me acompanham na risada. Os meninos nos encaram sem compreender totalmente o que está acontecendo.

— Ai, tô morrendo! — resmunguei, rolando no chão.

— Alguém pode falar o que caralhos tá acontecendo aqui?! — Ramon perguntou, sem entender.

— Aí, meu Deus! — Luiza respondeu, ainda se recuperando. — Viemos acordar vocês pra passar o dia na piscina. Só falta acordar os outros.

— Porra, que susto! — Ramon exclamou.

— Ah, piscina não, cara! — Pig protestou, escondendo o rosto com um travesseiro.

— Vai ter Gin. — diz Anna.

— Gin? Onde? — Pig pulou da cama ao ouvir sobre sua bebida favorita, arrancando risadas de todos.

— Vamos acordar os outros, gente. — sugeriu Ingrid.

— Beleza, eu vou acordar o Chico. — Eu me levantei e fui em direção ao quarto dele, enquanto as meninas foram para os delas.

Corri para o nosso quarto e abri a porta devagar. Chico estava lá, dormindo profundamente. Com certeza ele estava de ressaca. Cheguei perto da cama, tirei o edredom do rosto dele e comecei a dar vários selinhos em sua face. Ele começou a acordar lentamente.

𝐎𝐩𝐨𝐬𝐭𝐨𝐬 | 𝐂𝐡𝐢𝐜𝐨 𝐌𝐨𝐞𝐝𝐚𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora