14

590 53 8
                                    


Puta que pariu. O quê foi isso?

Entre o que aconteceu ontem e nos dias anteriores, eu nunca, jamais, pensaria que isso poderia ter acontecido comigo. De todos esses seres inferiores e tomados por seus hormônios e desejos impuros, eu jamais pensaria que viraria uma massa de raiva e ciúmes primitivos, e tão pouco, de desejos tão fortes por outro alguém na frente de todos.

Contudo, minha mãe estava certa em uma coisa: eu não poderia lutar. Mas nada me impede de tentar.

Está naquele pátio cheio de adolescentes falantes, cheios de animações por ter um tempo fora de uma sala de aula, já estava pondo minha paciência à prova. Ter Eugene ao meu lado, era o único ponto que me fazia prosseguir para me alimentar ali, sua insistência para que comecemos juntos foi um motivo, mas talvez, só talvez, ver Enid, tenha sido outro.
A garota desde mais cedo, tinha estado em meus pensamentos. Sua atitude em nossa quarto tinha despertado um certo sentimento em mim, sua paciência alegre tinha me despertado, minha cabeça tinha estado em constante conflito por tudo que aconteceu entre nós, sua calma em fala e até mesmo de responde minhas divagações foram estranhas e estranhas. Somente meus pais responderam as minhas ações com tal calma e até alegria, não era algo a ser repreendido, mas sim, apreciando. E eles, como minha família, sabiam como fazer isso.

Mas ver tal reação em outra pessoa que não fosse eles, acendeu o que só poderia ser chamado de maldição. A mais pura e angustiante maldição Addams.

Eu não somente me via, mas também, me sentia perdida.

Com toda a minha percepção, lidar com ela sendo minha párea, era tudo que pensei que teria que fazer, mas não, um turbilhão de outras coisas vieram e me desmontaram.
Sem aviso, me vi perdendo o que eu mais prezava: meu controle.

Me foi tirado por uma simples pergunta, por uma simples ação de ser intrometida.

Ah, como desejei fincar minha lâmina no seus olhos por isso.

Assim como desejei lançá-la na cobra que estava grudado no que era meu.

Sútil foi esse pensamento, mas por que me importa? Foi só uma ajuda, não deveria ser mais do que isso para ela, um compromisso não se formava por conta de uma ajuda. Ainda mais, que beneficiaria ela, e principalmente eu. Então seu relacionamento não deveria importar.

Sentada naquela mesa, vendo-a comer aquele prato gigante, não me lembrei disso, cenas do nosso tempo no quarto voltavam e me faziam questionar, como ela conseguia responder minhas perguntas? Como ela sabia o que eu queria fazer? Como ela me acalmou tão rápido? Por que tanta comida? Como conseguiu me fazer mudar de ideia? A vida da minhoca valia tanto assim para ela?

Perguntas, perguntas, perguntas...

E foi exatamente uma pergunta que me fez perder minha pouca paciência. Mas não foi isso que me 'assustou' Mas sim, a raiva imensa que senti.
Que sentimento forte era aquele, essa falta de controle não era conveniente da minha pessoa, e ter todos me olhando não ajudo, apesar de só ter olhos para a garota que estava na minha frente, em um tumulto de sentidos e sentimento que estavam me açoitando, foi seus olhos que me fizeram centrar onde estava. Mas o controle, a calma, ainda não tinham vindo e quando isso estava chegando, senti sua mão na minha.

A raiva já não era o único sentimento que eu sentia, o desejo correu pela minha mão e fluiu pelo resto do meu corpo parando entre minhas pernas. E por Hades, eu à queria ali, mas me concentrando mais, sentir que não era a única.

Bastardos de merda, como ousam jogar seus feromônios fedidos para tentá-la. Para atraí-la, ela era minha, era isso que minha cabeça dizia. Meu corpo em alerta só agia, se não fosse pelo sentimento de calma que me penetrou, eu poderia muito bem ter quebrado minha palavra de não arrumar problemas.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: 4 days ago ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

O Destino Tá De Graça.Onde histórias criam vida. Descubra agora