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Passar um tempo com Eugene, foi umas das coisas que aprendi apreciar ao longo da minha estadia aqui neste lugar que chamo de escola. Depois de tudo que ocorreu no semestre passado com o garoto abelha, me deixou mais próxima à ele de um jeito confortável. Ele com seu jeito falante e de certa forma irritante, me fizeram gostar dele, ele não precisava se esforçar para que eu falasse com ele, sempre que a conversa parecia de mais para mim, ele conseguia não deixar as coisas estranhas.

Eugene de longe foi uma surpresa. Uma que considerarei para resto da vida.

À tarde foi agradável, suas abelhas faziam um som relaxante, me deixando calma como uma poça de sangue.
Tudo estava normal, até eu sentir que a estufa estava mais quente do que deveria.

- Eugene? Por que este lugar está quente? -Perguntei, sem me virar para o mesmo.

Estávamos colocando o mel nos potes e empacotando, para as mães do mesmo vendesse.

- É.. não está. - disse ele.

Irritada, era como já estava me sentindo por causa daquele calor. Não gostava de lugares quentes e ali, era um forno.
Sem aguenta ficar parada no mesmo lugar, me movi para encontrar uma área de ventilação, não queria ir embora ainda mais estava quase largando os potes e o indo embora.

- Wednesday, você está se sentindo bem? Está mais pálida do que o de costume.

- Sim, só está quente aqui.

- Tem certeza? Você tá suando. - Ouvi com espanto.

Eu estava suando?

Maldição, o que estava acontecendo? Isso nunca acontecia comigo. Estava agora de frente a porta da pequena estufa. Precisava sair dali, o calor agora parecia pior que antes. Olhando pra trás para avistar o garoto abelha, vi que ele tava normal. Sem nem mesmo um pingo de desconforto com o calor que estava o lugar.

- Por que não estava suando também? - o olhei. - Não importa, eu tenho que ir.

Sair ainda me sentindo muito desconfortável com o calor que estava fazer. O céu por outro lado se mostrava nublado, sem resquícios de sol ou abafamento pelos dias quentes que, até agora, não tiveram nenhum. Não estavamos na estação de calor, então de onde vinha esse calor?

- Espera! Vou te acompanhar.

- Não precisa.

Continuei andando sem me importar de olhar para trás. No momento, só queria chegar o mais rápido do meu quarto e tomar um banho. Estava nojenta do suor, que cada vez mais eu sentia descer pelo meu rosto. Senti minha camiseta começar a grudar no meu corpo e isso também era novo. Já tinha entendido que não era o tempo, e sim eu que estava quente. Meu corpo estava pegando fogo, febril era como me sentia. Tinha que tomar um banho frio com urgência.

- Sim, precisa. Você tá péssima. - Olhei para ele, com certa incredulidade. Como ousa falar assim da minha pessoa.
Se eu não estivesse com pressa, teria lhe dado um soco por falar assim de mim. - Vem deixar eu te ajudar.

- Não ouse me tocar.

Parei e olhei com toda raiva que estava sentindo. De onde ela veio, eu não sei. Mas não queria que ele me tocasse. Ninguém poderia.
Voltei a caminhar e pude ouvir que ele não estava me seguindo. Isso não durou muito, logo ele estava ao meu lado.

- S-Seu o-olhos.. e-eles mudaram.

Não, eu não queria ouvir seus gaguejo. Eu queria meu quarto. Queria meu banheiro, queria aliviar esse calor, queria perguntar ao Thing o que estava acontecendo comigo, se ele sabia se isso era ao aver com o negócio de ser um corvo. Falar com minha mãe estava fora de questão. Se fosse só uma febre comum também, não tinha porquê a chamar por isso. Thing poderia saber o que era isso e se fosse só qualquer outra coisa, eu lidaria com isso sozinha.
Já conseguia ver a entrada do pátio e alguns alunos sem ter o que fazer. Quando de repente, senti um líquido entre minha pernas. Mas o quê?

O Destino Tá De Graça.Onde histórias criam vida. Descubra agora