onde está Anne?

cap.18

Crystall ON

Finamente consigo abrir os olhos, vejo todos preocupados olhando pro meu rosto esperando que eu fale algo.

Crystall: Dario... - é a única coisa que penso e consigo dizer, vejo minha mãe e Damon me olharem assustados e o resto do grupo ficar confuso.

Mikka: quem diabos é Dario? - a grandona pergunta franzindo o cenho.

Damon: o pai de crystall... - Damon murmura em um som baixo e dessa vez eu é quem o olho confusa.

Crystall: como você sabe que ele é meu pai, Damon? - pergunto com cautela mas ele não se atreve a responder e desvia o olhar.

Mãe: o que tem seu pai? - minha mãe pergunta com a respiração acelerada.

Crystall: ele estava lá... eu vi ele lá, ele me enforcou... - digo colocando a mão em meu próprio pescoço.

Damon: crystall, não tinha ninguém lá. - ele diz sério me fazendo ficar desacreditada.

Crystall: impossível! Eu vi! Eu vi a sua tatuagem na mão direita enquanto ele me enforcava, olhem! - digo desesperada apontando pra minha garganta tentando os fazer verem o roxo nela.

Mãe: crystall... seu pai não estava lá, você deve ter alucinado por conta dos remédios. - ela tenta explicar mas eu tenho certeza do que vi.

Crystall: claro que não foi alucinação! Olhem! Aqui estava roxo! - digo em um tom alto apontando pro meu pescoço, tento me levantar mas Damon não deixa e minha mãe vai buscar um espelho.

Eu não acredito no que eu estou vendo... na verdade, eu não acredito no que NÃO estou vendo... minha mãe posiciona o espelho em minha frente e não tem nada em meu pescoço, nem uma marca, nem um roxo, nem mesmo algum indício que fui enforcada. Estou paralisada olhando pro meu pescoço que continua branco como a neve ainda tentando processar o que está acontecendo.

Crystall: não... - só consigo sussurrar desacreditada, não consigo me mexer como se estivesse paralisada pro resto da vida.

Damon: não fica assim, coelhinha... - ouço Damon dizer e me abraçar devagar.

Crystall: eu tenho certeza que eu vi... - sussurro desolada retribuindo o leve abraço, noto o leve olhar de ódio de isobell mas estou tão nervosa que nem presto atenção.

Damon: eu sei... eu sei... - ele tenta me reconfortar do jeito que pode e vejo Mike tocar no ombro de Damon.

Mike: Damon, tem um minuto? - Mike pergunta mas sua expressão está óbvia de que é uma emergência então Damon sai da sala junto a Mike.

Damon ON

Damon: o que foi? O que é tão importante agora?! - pergunto sério com os braços cruzados.

Mike: tenho duas notícias pra você. A primeira é que isobell só te percebe porque tem raiva de um garoto que crystall se relacionou... - Mike começa a dizer coçando a cabeça sem graça.

Damon: tá...E a segunda? - pergunto e o sorriso sem graça se abre ainda mais.

Mike: a segunda é que ele está bem ali... - Mike diz apontando pra sala de espera, ao observar vejo um garoto alto com olhos amendoados,  cabelos castanhos e sardas cobrindo suas bochechas. Sua expressão parece preocupada e sua perna direita está batendo no chão rapidamente mostrando seu nervosismo e ansiedade.

Meu rosto de desagrado nem é por causa de Tyler aflito na cadeira, minha expressão de torna mais fria ao ver nada mais nada menos que ethan olhando pro nada com seus olhos azuis vazios logo atrás de Tyler.

Damon: o que faz aqui?! - pergunto em um rosnado quase avançando encima de Ethan.

Ethan: eu só fiquei preocupado com crystall, ela está bem? - ele pergunta me olhando com a voz tão calma que dá vontade de socar ele novamente.

Damon: não te interessa se ela está bem. - digo com o maxilar trincado de ódio e Tyler me olha confuso.

Tyler: crystall está bem? - o garoto parece genuinamente preocupado então eu o respondo calmo.

Damon: ela está se recuperando... você é o Tyler, certo? Já ouvi falar de você... - pergunto só pra confirmar, então esse é o grande motivo por qual isobell sente inveja de crystall?

Tyler: eu posso... ver ela? - o garoto pergunta relutante pra mim, acho que eu o causei medo pelo meu diálogo com ethan... mas só aceno positivamente com a cabeça o deixando entrar.

Tyler ON

Só de lembrar tudo que fiz por crystall antes de ir embora...  cada carta de amor... cada promessa não cumprida... lembro do tanto que me esforcei pra fazer ela me amar e quando consegui... eu mesmo tive que ir embora.

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5 anos atrás...

Tyler ON

Estou nervoso, Respiro fundo sentindo meu peito pesar e minhas mãos formigarem antes de me aproximar das costas de crystall que está distraída na biblioteca. Isobell tinha acabado de se declarar pra mim mas eu gosto de crystall... não há nada a ser feito. Após ficar uns segundos na biblioteca eu finalmente chego mais perto.

Tyler: crystall... - chamo e nem dou tempo dela dizer um "oi", estou tão nervoso que já roubo um beijo a colocando contra a parede.

Crystall: Tyler... O que é isso? - ela pergunta confusa parando o beijo rapidamente.

Crystall: minha melhor amiga gosta de você! Ela se declarou e logo depois você me beija?! - ela pergunta não parecendo brava e sim confusa.

Tyler: mas eu não gosto dela, crystall... eu gosto de você. - afirmo olhando em seus olhos albinos azuis que se arregalam ao escutar.

Crystall: eu... preciso pensar! - é a última coisa que ela diz antes de se soltar do meu agarre e sair da biblioteca.

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Crystall ON

Vejo Tyler entrando no quarto e o olho confusa, por que ele voltou?

Tyler: crystall... você está bem? - sua voz sai suave e preocupada.

Crystall: estou... por que veio? - pergunto confusa, olho pra trás e vejo isobell me olhando com uma cara nada boa. Será que ela ainda tem raiva de Tyler?

Tyler: eu já estava pra vir, mas quando vi o seu cartaz de desaparecia eu... eu me desesperei. - Tyler diz com a expressão derrotada, isobell fecha ainda mais a cara.

Crystall: tá tudo bem... foi só um mal entendido sabe? - tento o tranquilizar me sentando na cama do hospital, dessa vez eu quem fecho a cara ao ver o chefe policial, alan, entrando. Ele não é tão velho quando pensei, cabelos levemente grisalhos mas bem arrumados em um leve topete, alto e a farda esconde seu peitoral largo e definido pelo treinamento militar.

Alan: precisamos conversar...a sós. - a voz rouca ecoa em minha cabeça, me fazendo trincar a mandíbula.