6 anos antes...
Damon ON
A existência humana não passa de um mero jogo cruel, no qual os mais fortes têm o privilégio de sobreviver, sacrificando impiedosamente os mais fracos. Porém, a cruel realidade que poucos querem revelar é que esses sobreviventes raramente selecionam suas vítimas aleatoriamente. Não... eles dirigem seus atos cruéis contra aqueles que lhes são mais próximos, em quem depositam sua mais irrestrita confiança - familiares, e até mesmo seus próprios filhos.
Essa reflexão me perturba profundamente... estou paralisado de fraqueza, enquanto a chuva cai impiedosamente o celeiro onde os cordeiros, protegidos sob o teto, repousam tranquilamente. Eu, por outro lado, encontro-me desolado e fraco no chão lamacento, meu corpo sujo pela lama que inunda o ambiente, pois meu próprio genitor, quem eu deveria chamar de pai, possuidor de tamanho ódio contra mim, me nega até mesmo o abrigo concedido aos seus cordeiros... até mesmo o teto sobre as mesmas não são dirigidos aos meus direitos.
Me levanto devagar e entro no cercado dos cordeiros, meu pai está em casa mesmo... preciso e um teto sobre meu corpo antes que o mesmo entre em colapso.
Pai: desgraçado!! - escuto meu pai exclamar de longe, meu corpo estremece em pavor. Ele era pra estar em casa... - Eu sabia que você ia aprontar! Quem lhe deu permissão para estar sob o teto que pertence aos meus cordeiros?! Seu imundo! - Meu pai diz bravo antes de me agarrar pelo braço e me jogar novamente no chão lamacento, que segundo ele, é aqui que eu deveria estar.
Eu sou tão imundo a ponto de meu próprio genitor preferir conceder abrigo às suas ovelhas, em detrimento de minha frágil existência? Será que sou tão ingrato a ponto de merecer tal rechaço, tal abandono por parte daquele a quem devo a vida? Tais reflexões atormentam-me profundamente, deixando-me dominado pela mais amarga desolação. Meus olhos enchem-se de lágrimas, que escorrem por meu rosto coberto pela sujidade da lama, lágrimas que revelam a profunda tristeza que corrói minha alma... porém, meus olhos também estão repletos de raiva e injustiça.
Pai: quem disse que podes tomar o teto dos meus cordeiros?! - Ele grita raivoso, antes que eu responda sinto sua mão me agarrar pelo braço e me tirar do cercado à força e me jogar no chão. Sinto meu rosto cair na lama suja, dou um gemido de dor ao me levantar e ver que acabei batendo meu nariz em um pedaço de pedra perdido na lama grossa.
Basta! Estou farto de suas tramas perversas, farto de suas agressões impiedosas! Cansei-me deste homem que me despreza, deste pai que me nega até mesmo o abrigo concedido aos seus carneiros. Um leve rosnado de fúria brota de minha garganta, e avanço rapidamente sobre ele, iniciando uma luta corporal intensa. Sinto o sangue escorrer de meu nariz, manchando meu rosto com sua rubra evidência, mas não recuo. Não, devo provar meu valor, minha honra, nem que para isso eu tenha de sacrificar meu próprio genitor.
Eu serei alguém, serei respeitado, nem que tenha de arrancar esse respeito à força de suas garras! Crystall também será respeitada pelo homem em que ela chamava de "pai"... Meu pai pagará caro por seu desprezo, por sua traição - com seu próprio sangue, se necessário...
Trocamos socos e chutes, os cordeiros são testemunha de tamanha violência e eu nem consigo raciocinar agora pois meu pai acaba de pegar uma pistola de abate e tentar atirar em mim. Consigo me esquivar, consequentemente, caio abruptamente encima de um dos cordeiros que grita de dor, deixando meu pai ainda mais furioso. Meu pai pula encima do meu corpo com raiva assim que eu me levanto do chão, ele aponta a pistola para minha testa mas eu consigo o chutar fazendo a pistola cair no chão lamacento ao lado de nós. É agora! Penso antes de o dar uma cabeçada e rapidamente pegar a pistola ao meu lado, me levanto deixando meu pai no chão e, com as mãos trêmulas, aponto a pistola em sua direção.
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onde está Anne?
RandomAqui está uma reescrita da sinopse com mais suspense e detalhes para aguçar a curiosidade dos leitores: Crystall, uma estudante de arquitetura, e seu grupo de amigos inseparáveis - Isobel, Mikka, Olivia e Mike - estão curtindo a vida universitária q...