Tudo Errado - Capítulo onze

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DESVIO O OLHAR DE MORAJO E ME encosto no batente da porta, pigarreio e logo cumprimento Morajo.

- Oi Morajo. - Digo já praticamente esquecendo o que fui fazer ali.

- Ah, oi Linn, você precisa de alguma coisa? - Ele parece confuso com a minha visita.

Eu paro de reparar nas vestimentas do mesmo e dou uma leve balançada com a cabeça e logo entrego o livro nas mãos do mesmo.

- Eu encontrei esse álbum de fotos e queria te mostrar.

Morajo parece gostar da ideia, logo ele sai da porta e faz um sinal para que eu entre em seu quarto.
Eu entro e fecho a porta, Morajo se dirige até sua cama e abre o livro, antes que eu faça o mesmo começo a analisar o quarto do mesmo.
Era muito bem decorado, a cama era de casal e bem espaçosa, os travesseiros eram brancos e havia uma coberta branca e outra por cima da cor vermelho cornalina fazendo um contraste entre os tons, as cortinas seguiam o mesmo padrão de cor de vermelho, no chão havia um tapete felpudo não tão grande, ao lado da sua cama uma escrivaninha com um computador e alguns itens pessoais, mas o toque que deixava o quarto aconchegante mesmo, era o cômodo escuro com apenas os leds vermelhos trazendo luz, acho que essa foi a primeira vez que me senti vermelho o bastante.

Eu me sento ao lado de Morajo que analisava as fotos da primeira página com um pequeno sorriso no rosto, não pude deixar de notar sua expressão nostálgica.

Ele vira a página e se depara com uma foto nossa juntos vestidos de animais, solto uma risada, essa era uma das minhas fotos favoritas.

- Você ainda tem essa foto! Ela é incrível. - Ele diz fitando a foto com um sorriso.

- Ela é né? Eu estava vestido de vaquinha e você de corninho. - Seguro uma risada.

- Corninho? Era um boi tabom?! - Morajo cruza os braços.

- Era corninho sim, tava longe de ser um boi. - Eu solto a risada com tudo.

- Que mentira! A sua vaca tava com o chifre maior que o do meu. - Ele rebate.

- Oi?? Agora você exagerou! - Dou um soquinho no ombro dele.

- Mas é sério, olha esse chifrão, maior que o do Torajo. - Ele solta uma risada.

- Para né, ai você exagerou. - Eu dou outro soquinho no ombro dele tentando fazer ele se tocar. - Olha o tamanho desse chifre desse boi, não é normal!

- Você vai continuar me dando soco de graça? Só por que você não aceita que o meu boi era melhor que a sua vaca chifruda? - Ele da de ombros.

- Vou. - Dou outro soco no ombro dele, porém um pouco mais forte que os outros dois.

- Você vai aprender agora que um boi sem chifres é desprotegido. - Ele devolve o soco no meu ombro, rapidamente eu revido, porém agora acertando sua coxa.

Morajo larga o livro e começa a revidar na brincadeira, tento fugir me jogando na cama, porém sem sucesso, ele me encurralou ficando por cima de mim com as duas mãos apoiadas ao lado da minha cabeça e me prendendo com o joelho entre minhas pernas, quando tento mexer minhas mãos que estavam acima da minha cabeça, o mesmo leva uma das suas mãos e junta meus pulsos, me impossibilitando de agir.

- Não é justo! - Fecho os olhos enquanto tento me rebater na cama.

- É justo sim, te prendi!

Eu abro meus olhos e paro no mesmo momento de de remexer na cama quando vejo o rosto de Morajo tão perto do meu, eu sinto minha respiração ficar pesada, o ar parecia ter sumido naquele momento, percebo a expressão vitoriosa de Morajo mudando para uma totalmente envergonhada, consigo sentir sua respiração ficar pesada também, eu não conseguia olhar para outro lugar, e aparentemente Morajo também não.
Parecia que o cima tinha mudado, eu conseguia sentir meu coração palpitando 3 vezes mais rápido do que o normal, se ele saísse da minha boca, eu não me questionaria o motivo.
O rosto de Morajo parecia mais bonito de perto, seus olhos azuis me fitavam profundamente, seus lábios pareciam macios e me faziam delirar.
Ambos sabíamos que queríamos algo além do que uma brincadeira, porém seria errado o suficiente e faria que a culpa consumisse cada um de nós.
Eu realmente não ligava mais.

𝑨 𝒎𝒆𝒓𝒄𝒆 𝒅𝒐 𝒔𝒆𝒖 𝒂𝒎𝒐𝒓 . . . (Mᴏʀᴀʟɪɴɴ)Onde histórias criam vida. Descubra agora