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2019

Quatro horas antes

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Quatro horas antes

Eu tinha acabado com tudo, de novo, eu sempre faço isso. Deitado na minha cama com os meus gatinhos e várias garrafas de bebidas, pego o meu telefone rapidamente disco o número do Pedro caindo direto na caixa postal pela décima vez

- deixe seu recado após o sinal. Pih

-oii peu. Não sei como começar, bom eu estou sentado na cama com os nossos filhos. bêbado? Talvez mas não o suficiente pra eu me arrepender. Estou enrolando né? Na verdade eu não sei oq dizer. Não consegui escrever sem vc, não sei viver sem vc, eu me arrependo por fazer oq eu fiz, mas eu precisava te prender em mim nem que seja me odiando, e sabe oq eu acho mais engraçado- solto uma leve risadinha- eu não consigo me lembrar antes de vc, antes de te reencontrar- suspirei - eu sei que vc gosta de mim, mas, e eu? Eu gosto de mim? Eu sou capaz de realizar o nosso sonho? e seu eu não conseguir e vc não for famoso, não conseguir realizar seu sonho e tudo que vc fez por mim foi em vão. - suspirei- Eu sei que não deveria questionar, me desculpa Pedro

- tempo de mensagem excedida

Estava sentado no alto do prédio, vendo a cidade por cima e caramba as pessoas parecem formiguinhas, estressadas, ansiosas e muito fodidas - (provavelmente o fudido sou eu) faz 24hs que eu liguei pro peu e também faz 24hs que estou chapado, acho que está passando

-ultima noite - uma voz próxima atrás de mim, uma voz suave, e que eu estava esperando por muito tempo - nossa última noite

-peu- falo virando pra trás - como você soube?

-eu sou o seu namorado, ou era -falou a última parte baixo

-por favor meu amor, podemos conversar? -falei esperançoso

-uma última noite é a minha última proposta, uma noite pra viver tudo - estendeu a mão pra mim e eu peguei ela sem êxito- minha moto está lá embaixo. Vem

Descemos pelo elevador até o último andar e eu tenho certeza que a minha ficha ainda não caiu e quando ela cair vai ser triste, mas nada disso estaria acontecendo se anos atrás nossos pais não tivessem ferrado com tudo

Vinte e quatro anos atrás

Era mais um domingo, ensolarado, meus pais e os meus tios fariam um churrasco após a missa de quarta feira de cinza, mas aparentemente muita coisa aconteceu nesse carnaval

- vocês precisam esquecer, isso já foi a muito tempo, ele é seu melhor amigo e vai embora. Ele vai precisar da sua ajuda - minha mãe falou tentando convencer meu pai a ir no churrasco de despedida da família do peu - o nosso pequeno precisa disso

Escutei barulho atrás da porta e corri pro andar de baixo

-vamos João - meu pai disse. Saímos de casa em direção a casa do Pedro que era três ruas depois da minha. E chegando lá tava todo mundo, até pq é o interior e aqui todo mundo se conhecer. Só me lembro de ter brincado muito. nem lembro da hora que eu fui embora

No dia seguinte a família do Pedro já tinha partido, eles foram de madrugada e só conseguir continuar tendo contato com o peu por causa da minha mãe, que ficava quase o dia todo falando com a minha tia

Onze anos depois

-jão- minha mãe me gritou da cozinha - vem aqui, corre. - levantei sem pressa e me arrastei até a cozinha - sabe quem vai pra São Paulo? - fiquei entediado com o assunto - o Pedro - falou e eu arregalei os olhos

- ele vai voltar? - minha mãe concordou com a cabeça mas como a alegria de podre dura pouco ela ainda acrescentou

- mas ele vai pra cidade, fazer teatro - fiquei entediado de novo

-ah entendi, que bom pra ele. Vou sair - falei já saindo da cozinha

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