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O parque está tranquilo naquela tarde, e enquanto Miguel e eu caminhamos lado a lado, sinto uma mistura de nostalgia e incerteza

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O parque está tranquilo naquela tarde, e enquanto Miguel e eu caminhamos lado a lado, sinto uma mistura de nostalgia e incerteza. Conversamos sobre coisas triviais, tentando recuperar um pouco da nossa antiga camaradagem. Embora a ferida ainda esteja fresca, há um pequeno alívio em saber que estamos tentando reconstruir alguma coisa, mesmo que seja apenas uma amizade.

Os dias seguintes são uma mistura de altos e baixos. Miguel e eu trocamos mensagens ocasionalmente, mas há uma cautela que antes não existia. Volto a focar nos meus próprios interesses, redescobrindo hobbies que deixei de lado. A vida continua, e com o tempo, a dor começa a diminuir, transformando-se em uma cicatriz que me lembra do que aprendi.

Um dia, após o treino de vôlei, estou arrumando minhas coisas quando Beatriz se aproxima novamente.

— Oi, Sophie. — Ela diz, com um sorriso tímido.

— Oi, Beatriz. — Respondo, surpresa com sua aproximação.

— Queria te perguntar uma coisa... Você topa tomar um café comigo? — Ela pergunta, visivelmente nervosa.

Hesito por um momento, mas decido que talvez essa seja uma oportunidade para virar a página de vez.

— Claro, vamos. — Respondo, com um sorriso.

Vamos até um café perto da escola. O lugar é aconchegante, com uma atmosfera tranquila. Pedimos nossos cafés e nos sentamos perto da janela.

— Obrigada por aceitar sair comigo. — Beatriz começa, mexendo na xícara. — Sei que as coisas entre você, Miguel e eu não começaram da melhor maneira.

— É, foi complicado. — Respondo, honesta.

— Eu queria que você soubesse que eu realmente gosto do Miguel, mas não quero causar dor a ninguém. — Ela diz, parecendo sincera.

— Eu entendo, Beatriz. Miguel é uma pessoa incrível, e eu só quero que ele seja feliz. — Digo, e percebo que, pela primeira vez, essas palavras não doem tanto.

— Eu não quero que haja ressentimentos entre nós. Você parece uma pessoa muito legal, e eu gostaria de tentar ser sua amiga, se você estiver disposta. — Ela sugere, um pouco hesitante.

Penso por um momento. A raiva e o ciúme que senti antes já não têm a mesma força. Talvez seja hora de seguir em frente de verdade.

— Eu também gostaria disso. — Respondo, sincera. — Acho que seria bom para todos nós.

Beatriz sorri, e passamos o resto da tarde conversando sobre nossos interesses, a escola e até sobre Miguel, embora de uma maneira mais leve. Descubro que temos várias coisas em comum e, aos poucos, começo a gostar dela.

Nos dias seguintes, começo a sair mais com Beatriz e outras amigas da escola. Aos poucos, uma nova rotina se estabelece, e percebo que a vida está se abrindo para novas oportunidades. Miguel continua presente, mas de uma forma diferente. Nos vemos de vez em quando, e nossa amizade começa a se fortalecer novamente, desta vez sem as expectativas e pressões de antes.

Um sábado, enquanto estou em casa estudando, recebo uma mensagem inesperada de Miguel.

— Sophie, vamos sair hoje à noite? Como amigos, claro. Sinto falta de passar um tempo com você.

Penso por um momento, lembrando-me de como as coisas eram boas entre nós antes de tudo complicar.

— Claro, Miguel. Vamos sair sim. — Respondo, com um sorriso.

À noite, nos encontramos no mesmo parque onde tivemos nossa conversa difícil semanas atrás. A atmosfera agora é mais leve, e enquanto caminhamos, sinto uma nova energia em nossa amizade.

— Então, o que tem feito? — Ele pergunta, curioso.

— Muita coisa. Tenho saído com Beatriz e outras amigas. Estamos nos dando muito bem. — Respondo, notando a surpresa em seu rosto.

— Isso é ótimo, Sophie. Fico feliz que vocês estejam se tornando amigas. — Ele diz, sorrindo.

— E você? Como estão as coisas com Beatriz? — Pergunto, genuinamente interessada.

— Estão indo bem. Ela é incrível, e estou feliz. Mas sinto falta dos nossos momentos também. — Ele admite.

— Eu também, Miguel. Mas acho que estamos encontrando um novo equilíbrio. — Respondo, com um sorriso.

A noite avança, e enquanto caminhamos e conversamos, sinto que estamos, finalmente, em um lugar bom. A dor do passado está se dissipando, dando lugar a uma nova fase, onde a amizade e o respeito são os pilares. Com o tempo, sei que tudo vai se ajustar.

Miguel e eu nos despedimos naquela noite com um abraço caloroso. Volto para casa com um coração mais leve, sabendo que estou no caminho certo para a cura e para novos começos. E enquanto olho para o futuro, sei que, independentemente do que aconteça, estou mais forte e pronta para enfrentar o que vier.

𝐓𝐡𝐞 𝐟𝐚𝐧 - 𝑀𝑖𝑔𝑢𝑒𝑙 𝑀𝑜𝑟𝑎Onde histórias criam vida. Descubra agora