𝐓𝐡𝐞 𝐟𝐚𝐧 - 𝑀𝑖𝑔𝑢𝑒𝑙 𝑀𝑜𝑟𝑎

⁰³¹

Os dias seguintes passam com uma mistura de rotina escolar e momentos de introspecção. Tento focar nas minhas atividades e em passar tempo com amigos. Miguel e Beatriz são constantes ao meu lado, e aos poucos, a ferida causada por Lucas começa a cicatrizar.

Uma tarde, enquanto estou no vestiário depois do treino de vôlei, ouço meu telefone vibrar. É uma mensagem de Miguel.

— Sophie, você está ocupada agora? Quero te mostrar uma coisa.

Respondo rapidamente, curiosa.

— Estou livre. Onde você está?

— Estou no parque perto da escola. Vem aqui.

Chego ao parque e vejo Miguel sentado em um dos bancos, olhando para o lago. Ele sorri ao me ver e faz um gesto para que eu me sente ao seu lado.

— Oi, Miguel. O que você queria me mostrar? — Pergunto, curiosa.

— Na verdade, eu queria conversar. — Ele diz, virando-se para me encarar.

— Claro, sobre o quê? — Pergunto, preocupada com a seriedade em seu tom.

— Sophie, eu estive pensando muito sobre nós. Sobre nossa amizade e tudo o que passamos juntos. — Ele começa, hesitando por um momento antes de continuar. — E percebi que ainda gosto de você, mais do que apenas como amiga.

Meu coração acelera com suas palavras. Não esperava isso, especialmente depois de tudo o que aconteceu.

— Miguel... — Começo, mas ele me interrompe.

— Deixe-me terminar. Sei que passamos por momentos difíceis e que você está se recuperando de tudo o que aconteceu com Lucas. Não estou pedindo para você tomar uma decisão agora, só quero que saiba como me sinto. — Ele diz, a sinceridade clara em seus olhos.

— Miguel, isso é... muito para processar. Eu também preciso de tempo para pensar. — Respondo, tentando ser honesta.

— Claro, Sophie. Eu entendo. — Ele diz, dando-me um sorriso triste, mas compreensivo.

Nos dias seguintes, penso muito na conversa com Miguel. Confusa e um pouco sobrecarregada, decido me concentrar em minhas próprias necessidades e sentimentos. A amizade de Miguel é importante para mim, e não quero tomar nenhuma decisão precipitada.

Um fim de semana, Beatriz me chama para uma caminhada. Enquanto andamos pelas trilhas do parque, ela percebe que estou pensativa.

— Sophie, você está bem? Parece que algo está te incomodando. — Ela diz, preocupada.

— É o Miguel. Ele me disse que ainda gosta de mim, mais do que como amiga. — Respondo, suspirando.

— Uau. E o que você pensa sobre isso? — Ela pergunta, me olhando atentamente.

— Não sei. Gosto dele, claro, mas não sei se estou pronta para isso. — Respondo, sentindo-me confusa.

— Acho que você deve seguir seu coração, Sophie. Miguel é um cara incrível, e ele sempre esteve ao seu lado. Mas você precisa fazer o que é melhor para você. — Ela diz, oferecendo seu conselho sincero e me deixando confusa.

— Ué vocês não tinham algo algo? Você não gosta dele? — Deixo a confusão explícita em meu rosto.

— O que!? Óbvio que não! Miguel não te contou? — Ela pergunta mais confusa ainda.

— Não, o que?

— Eu não gosto de homens Sophie! — Ela fala me deixando surpresa.

— Meu Deus! Desculpa pela confusão Beatriz. — Falo envergonhada.

— Tudo bem Sophie. — Ela falou rindo.

Continuamos a tarde conversando e rindo.
Os dias continuam, e a confusão em minha mente começa a clarear. Percebo que preciso ser honesta comigo mesma e com Miguel. Um dia, decido chamá-lo para uma conversa no mesmo parque onde ele me fez a revelação.

— Miguel, obrigada por vir. — Digo, sentindo uma mistura de nervosismo e determinação.

— Claro, Sophie. Sobre o que você queria falar? — Ele pergunta, parecendo esperançoso.

— Pensei muito sobre o que você me disse. E a verdade é que eu também sinto algo especial por você, mas não estou pronta para começar um relacionamento agora. Ainda estou me recuperando de tudo o que aconteceu e preciso de tempo. — Respondo, tentando ser clara.

— Entendo, Sophie. E respeito isso. Só quero que você saiba que estou aqui, como sempre estive. — Ele diz, com um sorriso sincero.

— Obrigada, Miguel. Sua amizade significa muito para mim, e quero que isso continue forte. — Respondo, sentindo um alívio ao ver que ele compreende.

Os dias seguintes são mais leves. A tensão entre Miguel e eu diminui, e nossa amizade começa a florescer novamente, sem a pressão de sentimentos não ditos. Continuamos a passar tempo juntos, e a presença de Beatriz e outros amigos torna tudo mais fácil.

Uma tarde, enquanto estamos todos reunidos na cafeteria perto da escola, rimos e conversamos como nos velhos tempos. Sinto uma sensação de paz e satisfação.

A vida continua a seguir seu curso, e percebo que estou cercada por pessoas que realmente se importam comigo. Independentemente do que o futuro traga, sei que tenho uma base sólida de amizades e apoio. E, quem sabe, talvez um dia eu esteja pronta para explorar algo mais com Miguel. Por agora, estou contente com o que tenho e pronta para encarar cada novo dia com um sorriso.