O Preço - Alastor

01

"Insistir no impossível... É muita burrice."

25 de junho - era uma noite calma e silenciosa, acompanhada de um vento forte e gélido. O mesmo batia contra o meu rosto e os meus fios de cabelos.

Fui em direção a janela do meu quarto, começando a olhar para o lado de fora sem muita atenção. Estava tudo tão escuro e esquisito.

Meu celular começa a tocar, chamando a minha atenção.

Era ele.

Com certeza amar alguém que não o ama é uma grande perda de tempo, mas o que eu posso fazer? Não escolhi e nem posso escolher por quem eu devo me apaixonar, nunca esteve em meus planos me apaixonar por alguém que não sente o mesmo por mim.

Suspirei, cansada. Desligando o celular.

Ele dizia que sentia o mesmo por mim, mas não acho que o mesmo estava a falar a verdade. Ele não demonstrava que gostava de mim romanticamente, muito pelo o contrário. Eu sei que não tínhamos nada, mas doía saber que o mesmo sabia dos meus sentimentos por ele e ele não dá a mínima a isso. Não me importo dele ficar de agarro com outras pessoas, só não vejo necessidade de fazer isso na minha frente.

Ele sabe que eu gosto dele, ele sabe como isso me machuca, ele sabe... mas mesmo assim ele continua com tudo isso.

Eu já tentei me afastar dele, pois ele é uma pessoa a qual me faz mal, uma pessoa que me machuca, mas infelizmente não consegui. Pois ele sempre vai atrás de mim, falando que gosta de mim pra caralho, mas está confuso e que precisa de um tempo, por causa do seu último relacionamento, que não queria que acabasse do mesmo jeito, com ele falando que nunca gostou de mim, igual a sua última namorada havia feito. Ele falou que não queria me machucar, mas mesmo ele não querendo me machucar, ele já estava.

Eu entendo que ele precisa de um tempo. Mas e eu? Como eu fico? Eu também preciso de um tempo. Eu preciso de um tempo pra ficar sozinha. Mas por que o mesmo sempre me impede? Dando a entender que eu que sou a errada.

Sim. Eu estou tentando fugir de tudo me isolando dele. E qual é o problema nisso? Eu estou tentando preservar os meus sentimentos pela primeira vez na minha vida.

Sei que estou sendo egoísta, mas não ligo. Cansei disso tudo.

Se passar como a errada já virou rotina para mim.

Sempre me afasto das pessoas, mas não me julgue. Eu apenas me afasto das pessoas que não me fazem bem.

Sempre é melhor se afastar daquilo que te faz mal.

Ficar insistindo em uma pessoa a qual você sabe que nunca irá mudar, que nem liga pra você, com certeza é uma tremenda perda de tempo, assim como ama-la.

Aquele sentimento de insuficiência estava tomando conta de mim naquele momento.

- tsk... - estalei a língua impaciente com o toque do celular que não queria parar.

Logo as luzes começaram a piscar.

- não vai queimar agora pelo o amor de Deus! - exclamei, estressada com tudo aquilo.

Olhei para frente, tendo a visão de uma figura estranha do lado de fora me observando.

Eu gelei ao ver um sorriso enorme e demoníaco estampado na face da criatura.

Fechei a janela o mais rápido possível, começando a tremer.

As luzes começaram a piscar mais vezes, enquanto o barulho do celular ficava mais insurdecedor ainda. Logo podendo-se se ouvir uns rugidos estranhos vindo dele.

Que merda estava acontecendo?!

Eu olhei em volta me sentindo meio desnorteada. Logo pude ver um vulto passar por mim.

voltei pra olhar novamente, tendo a visão daquela figura estranha na minha frente.

Ele parecia ser um rapaz, só que com traços demoníacos, o mesmo era alto e magro. Tinha cabelos negros como a noite e olhos vermelhos cor de sangue.

Senti o meu corpo tremer ao ver o mesmo se aproximar mais, sorrindo pra mim.

- vejo que está com problemas minha cara. - disse com uma voz grave e estranha, como se fosse de uma rádio. O mesmo estava com seus olhos vermelhos brilhantes me olhando fixamente, com um enorme sorriso amarelado. Logo me fazendo sentir uma pontada no estômago. Ele estava transmitindo uma áurea tão pesada e fria.

Aquela criatura alta e magra era de fato estranha. Mas ao mesmo tempo, interessante. Seus traços eram tão únicos.