NONO CAPÍTULO - PANDEMIA.— Então se o senhor recebeu toda a papelada que eu assinei acho que o assunto morre aqui. - murmura com o celular contra seu ouvido enquanto anda pelo quarto com Waller lhe seguindo. — As ações da empresa voltam para você, e o dinheiro das contas bancárias do Ajax e os imóveis vão para a bebê e...
— Os imóveis são seus, os que foram comprados durante o casamento pelo menos, estão todos no seu nome. - Enid franze a testa com a resposta de seu sogro, ou ex sogro enquanto para de andar. — Você pode passar para a criança por conta própria, mas são todos seus.
— Por que o Ajax faria isso? - balança a cabeça passando a mão no cachorro que se mantinha ao seu lado.
— Eu também não sei, não é o que eu faria. - o homem responde tossindo. — Agora que já resolvemos o assunto da empresa, preciso saber sobre a criança.
— Ela está saudável. - suspira seguindo em direção a sua cama para se sentar. — Crescendo de acordo com...
— Quando ela nasce Enid? - o homem interrompe a loira que se segura para não revirar os olhos.
— Fim de maio. - responde olhando para a porta de seu quarto. — Ou talvez no começo de junho.
— Ótimo, então lá para julho ou agosto vamos programar outra fertilização e aí vamos torcer para que dessa vez venha um...
— Espera aí, não, eu não vou fazer isso. - interrompe o homem balançando a cabeça. — Eu espero ter entendido errado, mas eu não vou fazer outra fertilização.
— Por que não? - volta a falar enquanto Enid passa a mão em sua cabeça fechando os olhos. — Ajax me disse que sobraram embriões, quantos ainda tem?
— Três. - continua a balançar a cabeça se sentindo tonta. — Mas não, eu não vou fazer isso.
— É claro que vai, é seu dever como esposa do Ajax dar filhos para ele, eu vou consultar um médico para saber se dá para ver se algum dos embriões é um homem de verdade antes.
— Não, eu não sou mais esposa dele, deixei de ser antes mesmo dele morrer. - se deita sem afastar o celular de seu ouvido. — E eu não vou engravidar de novo, já tem um bebê, não importa se é menina, ela pode muito bem ser empresária, isso se ela quiser.
— O que quer dizer com não vai engravidar de novo?
— O senhor já tem uma neta, eu espero sinceramente que aceite ela porque não vai ter outro. - responde vendo o teto girar. — Eu vou desligar.
— Enid...
— Até logo senhor . - deixa o celular cair ao seu lado fechando os olhos. — O que foi isso? - passa a mão no cachorro que sobe na cama se deitando ao seu lado
— O que você tá fazendo? - Wednesday franze a testa vendo a loira guardar algumas roupas em uma mala.
— Vou tirar essas roupas daqui. - responde enquanto a maior de aproxima ainda confusa. — O Ajax não vai usar mesmo.
— Ah, são roupas do seu marido, entendi. - se aproxima sentando na cama. — Vai doar?
— Ele não é mais meu marido. - suspira dobrando uma jaqueta. — Doar, jogar no lixo, colocar fogo.
— Uh... Você fica tão linda estressada. - murmura atraindo o olhar de Enid para seu rosto.--- Por favor, não me mate.
— Acho que eu queria colocar fogo no meu ex sogro, e na empresa imbecil dele, e na porcaria das casas e dos apartamentos que eu não quero. - olha para as roupas balançando a cabeça. — Eu tô cansada, Wednesday...
— Oh meu amor... - se levanta abraçando Enid que esconde o rosto em seus cabelos. — Olha, eu não posso prometer que vai ficar tudo bem, mas eu tô aqui.
— Você me chamou de amor... - sussurra fechando os olhos olhos.
— Chamei. - passa a mão por suas costas a puxando para a cama. — Quem eu tenho que agredir?
— Eu... - encosta a cabeça em seu ombro ao se sentar. — Eu do passado, que escolheu um estágio em uma empresa grande e não uma vaga de vendedora em uma loja se sapatos.
— Eu não vou dar um soco em você... - se afasta passando as mãos por seu rosto. — Não dá pra mudar o seu passado minha linda, só dá para mudar o seu futuro, o que importa é o futuro que você quer para você.
— Eu disse não para o meu ex sogro hoje. - morde o lábio olhando em seus olhos. — E eu tenho oito casas e cinco apartamentos agora.
— Se quiser me dar metade eu aceito. - brinca fazendo-a sorrir.
— Eu quero você no meu futuro. - sussurra pegando uma de suas mãos.
— Ah é? - sorri sentindo seu coração bater com força contra seu peito.
— Acabou de me falar que oque importa é o que eu quero. - comenta prendendo o lábio interior em seus dentes. — Se tem uma coisa boa que essa pandemia me trouxe foi você.
— Eu vou te pedir em namoro... - responde lhe dando um selinho. — Antes do fim do mês.
— Eu vou aceitar. - volta a se afastar suspirando.
— Vai aceitar? E se eu pedir agora você aceita?
— Acho que eu vou me mudar. - murmura olhando para as roupas bagunçadas enquanto cruza os braços. — Quer dizer, não agora... Por causa da pandemia e tal, mas em algum momento eu vou mudar, não quero criar a minha filha nesse apartamento e...
— Muda lá pra casa então. - responde sem pensar.
— O que? - se vira olhando para seu rosto.
— É... - passa a mão em seu cabelo sem saber oque falar. — É, você quer se mudar, ir para uma casa que não te lembre do seu ex marido e tal, então...
— Fomos de um pedido de namoro a morar juntas?
— Eu... - balança a cabeça sentindo a ansiedade correndo por seu corpo. — Você não quer ficar aqui, o que é mais prático do que mudar pro outro lado do corredor? Além disso... Eu posso ser babá sempre que você quiser.
— Uma parte muito grande de mim quer dizer não. - responde se aproximando de Wednesday que ergue o olhar para seu rosto. — Mas... O meu coração diz que sim.
— Sim? - umedece os lábios sentindo seu corpo tremer levemente. — Aí meu Deus, eu achei que você fosse me expulsar daqui e eu nunca mais fosse te ver.
— Talvez seja um erro ou talvez não... - passa a mão no rosto de Wednesday que assente. — Mas com certeza não vai ser um erro maior do que o meu casamento.
— Eu tô apaixonada por você, sério. - se levanta puxando o rosto de Enid para um beijo. — Você é um sonho, Enid Sinclair.
Voltei com tudo.
Foi tudo bem, só uma grande correria.
Beijokas da mah!
Até o próximo capítulo!
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Pandemia - Wenclair
RomanceWednesday e Enid moram no mesmo prédio. Wednesday nunca havia reparado o quão linda a loira era até que o cachorro de Enid passou latindo toda a madrugada, durante a pandemia.