Olhos Vermelhos

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M&m's. Barrinhas de chocolate. Doritos e coca cola. Steve repete para si mesmo o que as crianças pediram enquanto ele anda até as máquinas do hospital, ele coloca as moedas e aperta os botões, precisando dar uns tapas na lataria para que o refrigerante caia. Steve volta para o quarto de número doze com as coisas nos braços e um pacote de m&m's na boca.

A porta abre antes que ele tente, e fracasse, abri-la. Os milhares de balões, flores e ursinhos, o cegam por um minuto. Steve acena para a garota de cachinhos dourados que sorri por detrás da manga do casaco, limpando o sangue do nariz. As crianças se aproximam dele como urubus querendo um pedaço da carcaça. Robin chega com mais calma para pegar o que pediu, mas ri da cara dele. Steve rola os olhos. Ele abre o caminho pelo mar de balões e de crianças sentadas no chão para chegar até Max, que está sentada, sem os gessos, com um travesseiro apoiado nas costas e dividindo a maca com a melhor amiga.

— O seu doce. — Steve fala. O pacote de m&m roça nas pontas dos dedos dela, ela pega e o encara com aqueles olhinhos nebulosos repuxados em um pequeno sorriso.

— Obrigado, Steve. — Max responde, enferrujada.

Os dedos finos tremem muito tentando abrir o pacote. El e Steve trocam um olhar. Eles não devem se meter. Eles não podem ajudar, porque Max acha que estão com pena dela ou de que acham que ela não é capaz de fazer pequenas tarefas só porque ficou dois meses e meio em coma.

— Quer que eu abra pra você? — mas Steve deixa escapar. Então ele olha nervosamente para a garotinha de cachinhos, que balança a cabeça.

Max bufa.

— Não faça cara feia. Estou fazendo o meu papel de irmão mais velho. — Steve fala. Max pensou que iria morrer então escreveu cartas para as pessoas mais importantes da vida dela, surpreendente Steve foi uma delas. Steve tomou coragem para ler a dele poucos meses atrás. Ele sentou ao lado da maca quando precisou passar a noite com a garotinha, quando achou que ela não voltaria mais, e chorou de soluçar quando leu que ela o considera como um irmão mais velho.

O rosto de Max começa a querer disputar com o cabelo para ver quem é mais vermelho.

Steve se segura para não rir, enquanto El não se importa em soltar risadinhas.

— Fora. — Max manda.

Steve fala “ tudo bem ” e vai para o pequeno sofá bege que a melhor amiga está ocupando inteiro. Steve bate nos pés de Robin para que ela os levantem. Robin faz, mas assim que Steve apoia o braço no estofado duro, ela joga as pernas por cima dele de novo.

— Isso é injusto pra caralho! — Dustin grita.

Eles o olham. Dustin está com os braços cruzados sobre o peito e apertando os olhos para os dois.

— Ficou maluco? Estamos em um hospital, não pode ficar gritando. — Steve repreende. Os corações dos médicos estão molengas depois do inferno que passaram e estão permitindo mais pessoas nos quartos dos pacientes que estão na zona verde, só nesse em que eles estão são nove; mas Steve não acha que eles estão doidos ao ponto de deixar as pessoas ficarem gritando pelo hospital. Dustin revira os olhos e resmunga antes de dar mais uma mordida na sua barrinha de chocolate. — Por que gritou conosco?

— E por que você está com essa cara de bunda? — Robin pergunta.

Dustin dá de ombros.

— Porque — Érica começa, com a sobrancelha levantada. — a Robin não nos deixou sentar no sofá. Ela nós chutou do sofá dizendo que é um trono e plebeus não podem colocar suas bunda nele, mas ela deixou você sentar. E por que?

— Porque nós dois somos da realeza. — Robin fala, sorrindo, e fazendo uma linha com o dedo entre eles. Steve revira os olhos também sorrindo.

— Mentira. — Érica e Dustin apontam juntos. Eles se olham. Steve por um momento acha que as duas crianças iriam gritar que encostaram no verde, fazer um aperto secreto como as garotinhas populares com quem ele estudou.

O Vampiro E O Rei De Coração Partido, Steddie Onde histórias criam vida. Descubra agora