Entre O Sol E A Estaca

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Eddie corre para a caverna onde tem ficado nos últimos meses.

O que viu fez ele pensar que ele nunca escapou da prisão mental, que Vecna está o sacaneando, de novo. Vecna gosta de fazer as pessoas importantes para Eddie aparecem para o deixarem todo bobo e voltar a ser o monstrengo que é no meio de um abraço, só para rir do pavor estampado na cara dele.

Eddie senta no fundo da caverna, atrás das pedras grandes, se escondendo atrás das asas e com o rosto escondido na curvatura dos cotovelos. Com os olhos vermelhos arregalados e vidrados nos pés descalços. O corpo dele está tremendo. Mas Vecna não tinha perdido a última batalha? Ele viu que o lago não tem mais um fundo vermelho brilhante, carcaças nojentas dos monstros, o tio e os amigos dele comemorando antes de correr para a floresta.

Tanto que ele vem fingindo nos últimos meses estar morto para que ninguém saiba que os morcegos o infectaram. Que os tornaram um deles.

Correria. Escudo. Ele no meio de um furacão de morcegos. Mordidas. O seu pirralho favorito chorando e o abraçando. As últimas lembranças voltaram assim que os olhos dele se abriram no mundo invertido.

A fuligem caindo sobre os seus olhos o fez pensar por um segundo que a visão dele tinha ficado podre, mas os relâmpagos vermelhos rasgando o céu, o mostraram que não. Eddie não deveria estar morto? As palmas das mãos dele afundaram na lama, o empurrando para cima. Ele olhou para as mãos, para as pernas, para a barriga. Os morcegos não tinham o destroçado o abdômen dele? Crostas marrons estavam por sua blusa, em sua jaquetas e calça, e ele conseguia ver cicatrizes entre os rasgos da roupa. Eddie definitivamente precisava de um banho, mas fora isso e as outras coisas, ele estava perfeito. Ele estava vivo.

Eddie estava vivo no mundo invertido.

Os ouvidos dele zumbiam. Um cheiro nauseante, de enxofre, de algo em decomposição invadiu suas narinas. O plano deu errado? Dustin estava bem? Eddie precisava saber. Mas as pernas dele pareciam macarrão cozido. O corpo dele doía. Os ossos dele estalaram e expandiram, isso doeu tanto que o fez desmaiar.

Quando Eddie abriu os olhos outra vez, a boca dele estava extremamente seca e os barulhos ao redor pareciam mil vezes mais altos. Ele se encolheu no chão, apertando os ouvidos com as palmas das mãos.

De repente, uma força invisível o levantou do chão. Os sons dos monstros uivando de dor não diminuíram, mas ele preferia ter ficado sofrendo com os gritos do que ter que ficar cara a cara com o filho da puta do Vecna. Ele tem olhos escuros, possui quatro membros, tem o tamanho de um homem adulto, mas as comparações param por ai. Nu, com tentáculos cinzas envolta do corpo que cheira a fumaça e tem manchas de sangue.

" Me solta. " Eddie sussurrou, era para ter sido um grito, mas a garganta dele estava muito áspera para fazer tal coisa. Essa súplica faz o Voldemort falsificado levantar a mão enfrente o rosto dele, aumentando o aperto ao redor do pescoço, do maxilar, do corpo dele inteiro.

" Sabia que os seus amigos deixaram você aqui para morrer? Para apodrecer? Quando você foi atacado pelos morcegos e desmaiou, eles fugiram. Eles não viram mais serventia em você e decidiram deixar você a mercê da própria sorte. "

Eddie tinha sido abraçado por Dustin até o fim, não tinha? Eddie sabia que iria morrer e morreu, né? Eles não fariam isso com ele, certo? Mas as garras da lembrança dele sendo tratado como um lixo pelas pessoas quando elas percebiam que ele não tinha mais nada para as dar, envolveram o seu coração e o fizeram chorar.

Vecna o analisou. Eddie na época achou que ele só estava se divertindo com o sofrimento alheio, mas na verdade, o babaca estava percebendo naquele momento os caninos diferentes dele.

O Vampiro E O Rei De Coração Partido, Steddie Onde histórias criam vida. Descubra agora