Subconsciente ou consciente?

7 3 0
                                    

- Malia, cuidado para não por fogo na casa!. - Addison repreende ao ver a bagunça na cozinha que as duas amigas haviam causado.
- ADDISON! TÁ PEGANDO FOGO!. - Malia começa a aclamar por socorro quando o fogo da panela subiu alto.
A professora respirou fundo e caminhou até as duas amigas, passando pelo o meio das garotas, diminuiu o fogo no botão do fogão e apanhou a tampa da panela sobre a pia, colocando em cima da panela, logo tampando com calma.
- Pronto, Maria Malia. - Murmurou em um longo suspiro.
- Acho que a nossa carne vai ficar torrada. - Bernadette comentou entre risos.
- Carne? Mas Malia é vegetariana. - Addison pontuou, consequentemente trazendo uma confusão na mente das amigas.
- Eu sou?. - Malia se auto questiona, começando a duvidar- se.
  O odor de queimado começou a se propagar pelo cômodo da cozinha, todavia, uma fumaça começou a subir saindo entre milímetros de distância da tampa da panela com o restante do objeto. Addison pegou o pano da mesa e segurou na alça da tampa, erguendo e ofuscando a visão com a fumaça.
- Bernadette, você não colocou o azeite!. - Malia exclamou nervosa.
- Eu coloquei sim!. - Bernadette retrucou na defensiva e se aproximou do fogão, observando que realmente não havia sido colocado algum tempero na panela, apenas a carne.
A fumaça pela a carne sem tempero atrai a preocupação de Yeosang que apareceu rapidamente na cozinha e segurando no botão do fogão, virando anti horário e desligando o gás que libera na boca do fogão para cozinhar.
- Vocês querem por fogo na casa?. - Yeosang questionou as três amigas. - Assim farão até mesmo San e Wooyoung entrarem na cozinha para apagar o fogo. - Concluiu para a malícia na mente de Addison e Malia.
- Elas iriam adorar que eles entrassem para apagar o fogo delas. - Bernadette acrescentou zombando da fala do fantasma.
O fantasma encara com olhar de reprovação a fala de Bernadette, provavelmente pelo o quanto aquele cômodo trás chateação aos seus amigos, ele não conseguiria ver humor com o cômodo e os amigos na mesma frase. As três amigas assentem cabisbaixas e caminham em direção a sala, todavia, Yeosang tomou a iniciativa de organizar a bagunça quase incêndio da cozinha, ele não gostaria de arriscar outro acidente apesar de sua "vida" não correr perigo em um incêndio.
- Querem queimar a casa por birra?. - Wooyoung perguntou ao aparecer de surpresa ao lado das garotas, Malia como reflexo fecha o punho direito e acerta um soco no peito do fantasma. - AÍ!. - Ele exclama alto e põe a sua mão direita sobre o seu peito. - O quê eu fiz?. - Ele questiona.
- Pensei que fantasmas não sentissem dor. - Malia comenta confusa. - Desculpe, você apareceu de surpresa, tem que perder essa mania. - Ela reclama para o descontentamento do fantasma.
- Você me bate e depois reclama?. - Wooyoung questiona um pouco irritado.
- Essa casa é tão barulhenta. - Choi San resmunga sentado no sofá.
As três amigas focam a atenção no fantasma que apareceu de surpresa sentado no móvel, ele franze a testa e apoia a lateral de seu rosto em alguns dedos de sua mão direita, seu semblante demonstrava desgosto.
- Mas estão muito estressadinhos hoje. - Addison reclamou. - O quê há com vocês?. - Ela questiona brava.
- Mas que caralho... - Malia murmura forçando os dentes um contra o outro. - Essa dor de cabeça... - A garota franze a testa, pressionando a mão na cabeça como se tivesse algum dom de retirar a dor que sentia.
  - Vocês querendo agir como em Scooby Doo tentando desvendar o mistério trás muito estresse a vocês, é evidente que vocês estão adoecendo por isso. - Wooyoung alertou.
Malia não esperou para dar uma resposta ao seu fantasma preferido, em silêncio com uma expressão de dor em seu rosto, ela caminhou em direção a escada para seguir até o seu quarto e poder descansar.
- MALIA, NÃO!. - Bernadette gritou de forma repentina quando a amiga pisou no degrau da escada, ganhando a atenção de todos na sala.
- O quê foi, Bernadette?. - Yeosang perguntou preocupado.
- Essa casa só pode ser mal assombrada... - Addison murmurou sem pensar na escolha de palavras. - Quer dizer... - Ela tenta corrigir mas Choi SAN apenas balançava a cabeça negativamente, pedindo para não tentar. - Porque gritou?. - A professora desvia o foco do assunto.
- Eu não sei... - Bernadette diz confusa. - Você que sabe lidar com atitudes infantis, me ajude. - Brincou entre risos forçados.
- Eu? Porque? Eu não sou mãe. - Addison rapidamente respondeu na defensiva.
- Você é professora, a mãe da educação, esqueceu?. - Bernadette recordou.
- Ah, claro. - Addison mentiu, ela não recorda.
- Você está bem...?. - San sussurrou ao pé do ouvido de Addison que recua rapidamente.
- Não sussurra no meu ouvido. - Repreendeu nervosa.
Os três fantasmas assentem e erguem as suas mãos em frente ao peito em forma de rendição, as amigas estavam claramente em um dia não tão amigável, algo as chateava e não recordavam ou sabiam a razão, apenas as incomodavam.  Bernadette e Addison seguiram os passos de Malia, subiram os degraus da escada sem interrupções de gritos, logo caminharam até os seus respectivos quartos e deitaram em suas camas, descansando o restante do dia.

Risos de crianças ecoavam no espaço amplo e sombrio da sala de aula, não havia nenhuma cadeira ou mesa, um quadro verde pendurado em uma parede que revelava ser uma escola, as risadas de crianças pareciam estarem mais altas, mas não havia nenhuma criança, todavia, não havia nada na sala de aula, exceto a professora que desperta no chão sujo. Addison levantou-se assustada com as risadas e o local que está, não recordava como chegou até ali ou a razão para estar em uma sala de aula abandonada.
- Quem está aí? Apareçam!. - Addison gritou assustada, ela procurava ao redor algum objeto que pudesse utilizar para se defender, mas não havia nada.
As sombras começam a se mover nos cantos escuro da sala, formando pequenas silhuetas ao se aproximarem, a professora não conseguia enxergar seus rostos, mas escutava as suas risadas finas e penetrantes, Addison tentou dar passos para trás para fugir mas as crianças risonhas se aproximam até alcançá-la.
- ME SOLTEM!. - Addison gritou ao acordar eufórica, tentando buscar o ar que lhe faltava após o pesadelo.
- EU POSSO SIM!. - Bernadette gritou do seu quarto.
Addison levantou-se da cama depressa e caminhou com passos apressados até o quarto de sua amiga para conferir que está tudo bem.

- Caixa fechado. - Bernadette avisou. - Paloma, aqui as notas. - A atendente de caixa virou-se com o as notas fiscais que foram impressas durante o dia para entregar a sua colega, mas não havia alguém ao seu lado, observando ao redor, a garota pode notar que não havia ninguém além dela na loja de tecidos.
A iluminação do estabelecimento também não está mais tão claro, as luzes começam a piscar, logo apagando até restar apenas uma lâmpada acessa no centro da loja, focando em um manequim vestido com uma peça de roupa excêntrica, era um vestido de alça de cumprimento até o joelho, mas não era um tecido e sim borboletas na cor preta que estavam pousadas no manequim. Bernadette com passos cautelosos se aproximou do manequim, curiosa para olhar a peça excêntrica exposta a sua frente, mas as borboletas começam a bater asas e voarem quando a garota chegou perto, mas as borboletas não voaram para longe, elas começam a voar ao redor da garota, batendo com as suas algumas vezes em seu rosto, braço e pernas, como se a agredissem enquanto voam, peculiarmente as borboletas pareciam pronunciar palavras "Você nunca fará uma peça sua", "Ninguém compraria suas roupas", "Você não é capaz de ser uma modista", "Você nunca terá fama", "Você não é capaz".
- Parem!. - Bernadette ordenou baixo. - Parem... eu posso.. EU POSSO SIM!. - Ela gritou em seu pesadelo e acordou a si mesma.
- Bernadette, você está bem?. - Addison adentrou o quarto e sentou no colchão da amiga.
Bernadette não conseguiu formar palavras e menor ainda uma frase para responder a sua amiga preocupada a sua frente, optou por a única coisa que poderia ser capaz de demonstrar agora, as suas lágrimas, ela começou a chorar assustada com o pesadelo que acabou de ter como Addison também teve. BRUM! Um estrondo alto no corredor ecoa despertando a atenção das duas garotas no quarto que se entreolham e compartilham do mesmo pensamento.
- Malia!. - Elas falam em sincronia.
Addison e Bernadette levantam-se derrubando as cobertas da segunda garota no chão de madeira e correm para fora do quarto, seguindo em direção ao quarto da terceira amiga.

Malia caminhava pela a calçada, se aproximando de um cruzamento, ela olhou para ambos lados para conferir que não há nenhum carro na rua antes de atravessar, um carro em alta velocidade se aproxima quando a garota está atravessando, ela se joga para a calçada, batendo com os joelhos e mãos com o impacto do chão.
- SEU MALDITO! OLHA POR ONDE ANDA!. - Malia xingou o motorista irresponsável.
Malia levantou-se do chão e tentou limpar os seus joelhos com as suas mãos, mas notou que havia esfoliações, a garota sentiu um incômodo como se estivesse sendo observada, ela ajeitou a sua postura e procurou ao redor no seu campo de visão se havia alguém suspeito por perto até seus olhos pararem na direção do homem do outro lado da rua, ele estava vestido de enfermeiro, ele ergue a sua mão esquerda, mostrando a injeção em sua mão, a luz do dia refletia nos óculos de grau do desconhecido, de repente o enfermeiro correu em sua direção, Malia assustada virou-se para correr mas o homem já está a sua frente, acertando com a injeção em seu pescoço, espetando em sua pele e logo sentindo uma queimação pelo o líquido injetado, consequentemente acompanhado de uma tontura e cair no chão outra vez.
- Aí... - Malia murmurou ao cair no chão de madeira.
- Malia!. - Bernadette e Addison chamam ao adentrar o quarto da terceira.
- Você está bem?. - Bernadette perguntou preocupada com a amiga.
- Eu pareço bem?. - A garota retrucou impaciente.
- Malia, você bebeu sopa?. - Bernadette perguntou assustada e apontou para uma tigela vazia sobre a cama da amiga, havia apenas uma colher dentro da louça.
- Eu acho que nós bebemos. - Addison corrigiu enquanto encarasse em frente ao espelho. Malia levantou-se do chão e caminhou com Bernadette até Addison que está parada em frente ao espelho, a segunda amiga do lado esquerdo e a terceira do lado direito, mantendo a primeira no meio, encarando agora as três os seus reflexos no espelho de seus corpos em decomposição.

Amor da sua morteOnde histórias criam vida. Descubra agora