Desaparecidas

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O Fim, o que faz algo estar no termo do "Fim"? Concluir uma tarefa? Mas logo terá outra, seria um ciclo infinito? Terminar um relacionamento de anos mas logo se envolver um outro, seria uma continuação? Uma história concluída com uma brecha para uma segunda parte? O fim de uma vida? Pois não sabemos se um pós morte, uma continuação para o fim de uma vida.
- "Vão embora". - Ecoava o sussurro de Yeosang. Wooyoung e San estavam parados ao seu lado, dando a falsa impressão que eles também haviam pronunciado, mas foi apenas um.
- Aí meu pescoço... – Murmurou Addison, a mais velha é a primeira acordar após a queda. Ela sentou-se com cuidado pois tem consciência que o correto é não se movimentar logo após um acidente. – Malia, Bernadette. – Ela chama ao notar as amigas inconscientes ao seu lado. - Espera... eu já fiz isso. - A professora murmurou com o dejavu.
Addison observou ao redor e pode perceber que a casa está como o primeiro dia que chegaram, em pedaços, destruída.
- O que aconteceu?. - Bernadette questiona ao despertar sozinha e encara fixamente para o andar de cima, especificamente para o buraco de madeira no meio do corrimão que elas despencaram. - Os boatos são reais?. - Ela murmura confusa, Addison não conseguia responder com o choque presa pela a primeira vez em um Dejavu.
- Caímos após ouvir uma voz do além, ainda tem dúvida?. - Retrucou Malia ao despertar.
- Aparentemente pode ter sido o além que nos manteve viva por não ter quebrado o pescoço dessa queda. - Addison roubou a fala de Malia testando a si mesma se realmente saberia o que iria acontecer.
- Eu não gosto dela, ela é telepata. - Malia brincou com Bernadette a fala de Sid de A Era do Gelo. - Bernadette, porque o surto do seu Sam Wheat de nos empurrar?. - A amiga perguntou em gozação revelando que também recorda estar vivendo um dejavu para a irritação de Addison. - Bernadete?. - Malia perguntou após o silêncio da amiga.
- Vocês sentiram isso?. - Perguntou Bernadette, sentindo um desconforto de não sentirem as únicas presentes na casa.
- Só a sensação de quem tem algo do lado de fora nos observando. - Malia respondeu um pouco confusa, recordando desse diálogo já ter existido anteriormente.
- Porque realmente tem alguém observando. - Addison diz e aponta na direção da janela que é acertada por alguma pedra arremessada no vidro, havia crianças do lado de fora, espionando do lado de dentro da casa, elas se assustavam entre si.
Uma senhora aparece atrás delas com uma panela na mão, ela vestia um vestido branco, gritava algo que assustou as crianças, apoia as crianças saírem correndo, a senhora entra dentro da casa com a panela na mão, ela parecia familiar para as amigas.
- Kim Sunja. - Malia diz ao reconhecer, mas se ela ainda está viva, é porque nas visões anteriores não devia ter a idade que as amigas imaginavam.
- O que faz aqui sua velha desgraçada?. - Bernadette gritou com raiva para a senhora sua frente que não á escutou.
- Cuidando para o assassinato dela não seja descoberto, provavelmente ela fica por perto observando com ajuda do filho dela. - Addison respondeu.
Um choro começa a invadir o espaço da sala onde as meninas continuam sentadas no chão de madeira sujo e quebrado, Addison e Malia levantam com cuidado, mas Bernadette levantou-se e caminhou apressada até a direção do choro. "Bernadette, espera! É perigoso" a garota ouvia a voz de Yeosang em sua mente, recordando exatamente o momento que escutou esse choro e agora com clareza podendo ver como o fantasma a manipulou para que não abrisse a porta. Ela sentia seu coração acelerar a cada passo que da até a porta da entrada principal, a garota para em frente a porta de madeira antiga que parecia ser a parte da casa mais intacta com o tempo, ela segurou na maçaneta e girou no anti-horário, respirou fundo e abriu a porta, revelando alguém que ela não encontrava a muito tempo, uma senhora de cabelos avermelhados e cacheados, a pele um pouco mais escura que a sua, vestia uma blusa de lã no tom amarelo areia, uma calça preta escura, ela chorava segurando uma pilha de papéis em sua mão com um grande título chamativo na cor vermelha, escrito "DESAPARECIDAS", abaixo do título havia uma foto de três garotas abraçadas com um grande sorriso em seus rostos, era ela, Addison e Malia nos folhetos que sua mãe chorando segurava em suas mãos.
- "A verdade." - O sussurro de Yeosang repetiu em seu ouvido outra vez.
- O quê foi, Bernadette?. - Addison se aproximou da amiga na porta. - Sra. Liz, como está?. - A professora perguntou preocupada ao perceber a mãe de sua amiga chorando. - Porque está chorando?. - Perguntou triste.
- Ela não pode nos ouvir. - Bernadette responde com a voz embaralhada segurando o choro ao ver sua mãe em sua frente chorando.
- Porque estamos desaparecidas. - Malia respondeu apontando para os folhetos nas mãos da Sra. Liz.
- Desaparecidas...?. - Addison questionou surpresa e ergue as mãos tentando pegar os folhetos da senhora a sua frente, mas com o seu gesto, os folhetos caíram no chão.
- Sinto sua falta, minha filha... - Sra. Liz lamenta e se agacha para tentar apanhar os folhetos.
Bernadette, Malia e Addison rapidamente se agacham e juntam os folhetos em um pequeno monte para que a senhora surpresa possa juntar antes que espalhe com o vento do lado de fora. Malia pegou um dos folhetos e leu o texto impresso no papel. "Três amigas desaparecidas há 13 dias, qualquer informação entrar em contato", na foto do canto esquerdo há uma pequena foto de uma câmera da rua que foi fotografada as três amigas em seu ponto de encontro no dia que foram para a casa.
- Treze dias?. - Addison perguntou. - Mas faz mais de um mês que estamos aqui. - A professora diz confusa.
Bernadette observa enquanto sua mãe pendurada um folheto na antiga casa e segue o seu caminho espalhando outros folhetos das amigas pelo o restante da rua.
- Cadê esses garotos para responder o que está acontecendo?!. - Malia questiona brava em voz alta para que os três fantasmas pudessem ouvir. - ONDE VOCÊS ESTÃO?!. - Ela grita fazendo as madeiras da casa tremerem pela a falta de reparação.
- Malia, cuidado, essa casa não está como deixamos. - Bernadette pediu. - Eu acho que eles não vão aparecer até a gente ver o que eles querem que nos vejamos. - Ela conclui.
- Eles poderiam dar uma dica. - Malia resmunga.
- Yeosang nos levou até o andar de cima e nos empurrou, provavelmente tem algo lá que ele quer que a gente veja. - Addison sugeriu e caminhou em direção a escada, que particularmente está mais assustadora que os dias anteriores, novamente ela tem a aparência de velha e quebrada.
As amigas pisam com cuidado cada degrau com cautela até chegarem no segundo andar, mas também não havia nenhum sinal dos fantasmas no outro andar, era como se eles tivessem desaparecidos ou evaporado.
- Ok, o que fazemos agora?. - Bernadette perguntou para Addison, a líder das três.
- Procuramos por alguma pista. - A professora respondeu rapidamente.
Malia caminhou até o parapeito da escada que está quebrado, havia um grande buraco na madeira onde as amigas caíram, ela encarou o chão do andar de baixo onde foi o impacto da queda.
- A verdade... - Malia murmurou.
- O quê foi?. - Addison perguntou. - Encontrou algo?. - Ela pergunta ao se aproximar ao lado da amiga, Bernadette a acompanhou.
- Essa queda é alta, mas não tanto, pode acontecer de quebrar uma perna ou um braço, mas dependendo do modo que cair... - Malia explicou tentando forçar as memórias de sua mente de analogias forense. - Precisamos cair outra vez. - Ela diz para a surpresa das outras duas.
- O quê? De novo, não. - Bernadette respondeu em negação.
- Porque precisa?. - Addison perguntou curiosa com a sugestão da amiga.
- É isso aqui que precisamos enxergar, eu sei. - Malia diz, Bernadette e Addison se entreolham e cedem ao pedido da garota forense.
Malia, Bernadette e Addison param de costas para o buraco no parapeito de madeira, elas respiram fundo tentando criar coragem para o que veria a seguir.
- Precisa ser exatamente como antes, precisamos nos assustar e... - Malia começou a explicação mas foi interrompida com a memória de Yeosang as assustando ao lado de San e Wooyoung.
As três amigas pulam para trás com o susto, elas se desequilibram na beira do parapeito, batendo com as pernas até a altura do quadril na madeira, virando seus corpos para trás de cabeça para baixo, elas caíram com o corpo virando ao contrário e com o impacto a cabeça é empurrada para trás, batendo no chão e depois para frente de forma repentina e com grande força, ocasionando nos três corpos sem vidas no chão da sala de estar após a queda.
Addison é a primeira a levantar-se, sentindo o dor de seu corpo em decomposição, ela ergueu seus braços observando a pele se desfazendo de seus ossos com os seus movimentos, havia fios de seu cabelo ao redor de seu corpo que caiu. Bernadette senta-se com dificuldade pela a posição de seus braços e pernas estarem tortos com o impacto da queda.
- Meu rosto... - A garota morta murmura erguendo as suas mãos até seu rosto, ela retira e vê pedaços da pele de seu rosto em suas mãos com sua veias evidentes em sua pele sem tonalidade e inchada.
- Essa era a verdade... - Malia diz ao se levantar como um zumbi de filmes de terror, erguendo um membro torto de cada vez até se posicionar em pé. - Estamos mortas, sempre tivemos... - Ela murmura. - Mas onde estamos?. - Perguntou por não ter tanto conhecimento de religião.
- Não sabíamos que estávamos mortas, isso deve ter nos prendido aqui. - Addison sugeriu.
- E os meninos?. - Bernadette perguntou triste por saber que estava presa no próprio limbo que criou com as amigas.
Woo-woo! Woo-woo! Woo-woo! Anuncia as sirenas de polícia do lado de fora da casa, a porta da entrada da casa é aberta com um chute na madeira antiga, revelando policiais entrando acompanhados de três mães aos prantos após finalmente encontrarem os corpos de suas três filhas desaparecidas no chão da sala. As garotas podem olhar do lado de fora uma grande multidão de pessoas curiosas tentando espiar para a famosa casa mal assombrada, alguns haviam cartazes nas mãos com fotos das três garotas e dos três amigos de 1970, a frase da luta era "A história se repete, mas o final não será o mesmo". As três mães choravam enquanto peritos carregavam os três sacos pretos com os corpos das amigas desaparecidas.
Uma luz invade a casa que antes estava escura e triste, o ponto inicial da luz é no andar de cima, em frente à escada, onde três amigos esperavam as suas garotas fantasmas para viverem o amor de sua morte.

Amor da sua morteOnde histórias criam vida. Descubra agora