𝓒ap 34

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Se passaram alguns dias, nada de sonhos ou visões novamente. Finney, Gwen e Donna continuaram tentando proteger Griffin à toda saída. Não sabiam o que fazer, tentar o seguir para casa despercebido, ou tentar o fazer voltar com os garotos. Isso cansava, além da preocupação e nervosismo.

"Por que não contar de uma vez sobre tudo e os deixarem em alerta? " e os fazerem ficarem preocupados e com medo também? Não, eles não queriam isso.

Eles estavam estressados, era o segundo dia desde que isso tudo "começou", mas era muito para três crianças.

Finney- Não deveríamos ter te metido nessa, Donna, sinto muito - Ele disse para a garota.

Donna- Está tudo bem, quanto mais pessoas ajudarem, melhor - Ela deu um sorriso amarelo, não por mentir, mas sim por estar cansada.

Gwen- Logo logo acaba, gente - Ela disse tentando aliviar o clima.

.

-Gwen's pov-

Acabei dormindo no meio da aula. Sem perceber que isso poderia acontecer, apenas encostei minha cabeça em meus braços na mesa, e dormi.

Tive uma sensação estranha quando acordei, minha visão parecia espelhada quando eu me mexia. Ignorei isso e saí da sala, a professora nem se quer notou que eu dormi por alguns minutinhos, mas quem iria? (Qualquer um)

Quando eu chegar em casa, vou me jogar na cama e acordar apenas às 19:00. O céu está começando a ficar laranja, o que significa que já são 17:00 da tarde, a hora de irmos embora.

Tenho que encontrar Griffin, saber como ele irá voltar hoje. Mas a escola parece meio vazia, não faz tanto tempo que o sinal tocou...

Será que me deixaram aqui? Não, eles não são loucos.

Andei pela escola toda, acho que eles me deixaram mesmo, safados. Fui até a saída e peguei a rua, indo para casa. Quando eu achar eles, eles vão ver só.

Caminhei pela calçada, a rua estava vazia, mas não de um jeito ruim, estava calma, a luz do sol batendo, fazendo o ambiente ter a cor laranja e amarela. Eu gosto dessa hora do dia.

Quando virei minha vista para frente, vi Billy em sua bicicleta, enquanto entregava jornais, com sua cachorrinha o acompanhando.

Mas ele não entrega jornais essa hora, ué.

- Billy - O chamei, mas ele não ouviu.

- Billy! - Gritei mais alto, mas mesmo assim, ele não ouviu, nem olhou para ver se alguém estava o chamando.

- Por que foram embora sem mim, eh? - Dei uma corridinha, me aproximando mais.

Mas ele não respondeu, era como se eu fosse invisível.

- Paper boy - Balancei minha mão em frente ao seu rosto. Nada. Ele odeia que a gente chame ele de "paper boy".

Ele realmente não está me vendo.

Eu morri? Não, não tem como eu ter morrido assim, eu apenas dormi.

- Belle? - Chamei a cachorrinha, estralando os dedos.

Ela me viu, saindo do lado da bicicleta e indo até mim, pulando.

- E aí, garota - Me agachei, fazendo carinho em sua cabeça. Ela me conhece.

Fiquei feliz com o fato de que alguém tenha me visto.

- O que há com ele? - Murmurei, olhando para Billy, que seguia pela rua jogando os jornais.

Vi algo preto entrando na rua, quando me dei conta, era uma vã.

- Ah não - Me levantei rapidamente, correndo até eles. Belle vinha atrás de mim.

- BILLY! BILLY, SAIA DAQUI! - Gritei enquanto corria.

Comecei a lacrimejar, apertei os olhos fortemente, enquanto ainda corria. Quando abri, tentei desembaçar minha vista, mas senti algo me batendo fortemente, me jogando atrás da moita que havia depois da calçada.

Fiquei desnorteada, tentei me levantar, mas a dor era maior, foi como se tivessem jogado uma mesa entre meu braço e minha cabeça.

Apenas consegui ouvir os latidos da cachorrinha, e um tipo de spray. Minha mente virou uma bagunça, não sabia o que fazer.

Quando consegui me levantar, a vã deu a partida, indo embora. Me ajoelhei na calçada. Havia apenas a bicicleta de Billy no chão, e Belle latindo sem parar.

- Não.. - As lágrimas em meus olhos vieram mais fortes, minha voz ficou trêmula.

Abaixei a cabeça e comecei à chorar lá mesmo. Eu poderia ter impedido, eu poderia ter impedido o sequestro do meu amigo, mas não consegui, porque sou fraca. Eu sou fraca, nunca consegui me defender direito, nem mesmo meus amigos, não consigo me defender do meu pai, Finney apanha por minha causa, no meu lugar. Devia ser eu, eu deveria passar por isso, não eles.

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Abri os olhos, me espantando. Era apenas um sonho.. Um sonho!

Eu estava chorando de verdade, sorte que ninguém percebeu. Limpei meu rosto, segurando o choro.

O sinal tocou, que bom. Arrumei minhas coisas rapidamente e saí de lá. Não queria que ninguém me visse assim, e me perguntasse o que havia acontecido, o que eu iria dizer? "Ah, foi porque eu sonhei com o sequestro do meu amigo, e meus sonhos são avisos".

As lágrimas insistiam em vir, peguei a gola de meu vestido e a coloquei por cima do meu nariz, andando mais rápido.

Depois de ter passado pela multidão, consegui ver Finn encostado na parede, provavelmente me esperando.

Tentei fazer uma cara de que nada havia acontecido, mas ele ia saber.

Finney- O que aconteceu? - Ele perguntou ao me ver.

Falei que ele iria perceber. Não consegui mais segurar, o abracei e comecei à desabar. Ele me abraçou de volta, me apertando mais.

- O Billy.. E-ele é o próximo - Eu disse em meio aos soluços.

Finney- Puta merda.. - Murmurou - Vai ficar tudo bem, não chore. A gente vai conseguir proteger todos - Ele começou a fazer carinho em meu cabelo.

Consegui começar à me acalmar.

- Tem gente vindo, não deixe ninguém me ver - Me virei de costas. Senti um incomodo em meu nariz e espirrei - Ahn.

Griffin- Oi, Finn. O que aconteceu, Gwen?

Me virei, colocando a gola do vestido novamente em cima do meu nariz.

Finney- Ela gripou.

Concordei com a cabeça. Finn sabia mentir muito bem, ele meio que precisava.

Griffin- Nossa. Esse vírus - Ele disse, balançando as mãos.

- É verdade.

Finney- Cadê o resto?

Griffin- Nem sei, acho que já foram.

Puta que pariu.

Finney- Entendi..

Ficamos mais um pouco jogando papo fora. Realmente, os outros já haviam ido. Griffin vai à nossa casa.

Espero que Billy esteja bem.

I Don't Wanna Be Your Friend, I Wanna Kiss Your LipsOnde histórias criam vida. Descubra agora