𝐈𝐍𝐓𝐑𝐎

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𝐎𝐒 𝐕𝐈́𝐃𝐑𝐎𝐒 𝐐𝐔𝐄𝐁𝐑𝐀𝐍𝐃𝐎 ao entrar em contato com chão, indicavam que aquela casa não estava nada bem.

Os socos, tapas, gritos, não faziam nada bem para mente daquela doce garota, ela só queria paz.

—VOCÊ TA ME OUVINDO SEU PEDAÇO DE LIXO?!—o homem pega a garota pelos cabelos, a enchendo de mais e mais tapas, fazendo as lágrimas da garota caírem no tapete.

—si.. Sim.. —a garota murmura em meu de tantas lágrimas, não sabendo como escapar.

—TUDO QUE VOCÊ FAZ É UMA PORCARIA, NÃO SEI POR QUE EU ME CASEI COM VOCÊ, VOCÊ É APENAS UMA GAROTA IMUNDA! —ele gritava, fazendo os ouvidos da garota doerem, seus cabelos ainda estavam presos nas mãos daquele monstro odioso, fazendo ela chorar ainda mais.

—NÃO CHORA, ALÉM DE NÃO FAZER NADA DIREITO, NÃO FAZ SEU PAPEL COMO MULHER, QUE É SATISFAZER O SEU HOMEM.—ele solta o cabelo dela, a empurrando, fazendo ela cair no chão, dando chutes em sua barriga.

—eu.. Ainda.. Não estou... Preparada.. —ela fala entre sussurros, ela nunca estará preparada para ele.

—VOCÊ NUNCA ESTÁ!—ele para de chutar sua barriga e senta no sofá.—como você não pode me satisfazer, vou achar alguém que faça isso..

O homem se levanta do sofá, pegando seu casaco e a chave do carro, saindo de casa, deixando o garota no meio da sala, toda cheia de sangue.

—desculpa.. —a menina sussurra entre lágrimas e soluços, tentando ainda se levantar para ir ao banheiro, limpar seus ferimentos.

Seu telefone toca, e a garota o pega, e na tela havia o nome de sua mãe, sem querer atender, ela deixa o telefone tocar, enquanto vai ao banheiro se limpar.

Ela pega uma roupa e toma um banho, tentando tirar todo aquele sangue, ainda sentindo toda aquela dor por seu marido ter a batido, a água entrando em contato com os machucados, cortes, hematomas.

Ela sai do box se enxugando, se enrolando na toalha, pegando o kit de primeiros socorros, pegando o algodão e o álcool, juntando os dois e passando em seus ferimentos.

Ardia, doía, mas não doía mais do que as palavras dele todos os dias, noites, tardes, todas as palavras que eram direcionadas a ela, e como sempre, ela perdoou, não tinha escolha, ela era dependente dele.

Seu telefone tocava sem parar, o nome da sua mãe não sua da tela, fazendo ela parar o que estava fazendo e atender.

—oi mã..

—HAYATO LIGOU AQUI, VOCÊ NÃO ESTÁ FAZENDO SEUS DEVERES? O QUE VOCÊ FEZ?!

—nada.. Eu só..

—VOCÊ FARA DEZOITO ANOS DAQUI A ALGUNS MÊSES, E EU NÃO QUERO SABER DESSA SUA DESCULPA.

—sabe.. Eu não estou pron..

—NÃO VENHA COM ESSE PAPO, ESSE É SEU ÚNICO PAPEL, ONDE VOCÊ IRA IR SE ELE TE ABANDONAR?! EU NÃO VOU QUERER UMA FILHA ASSIM!

—mãe..

Ela desligou o telefone na cara da garota, fazendo ela fazer uma careta, mas logo colocar o celular em um lugar do banheiro, continuando a limpar os ferimentos.

Depois de limpar os ferimentos, ela veste o uniforme da floricultura onde trabalha, apesar de ganhar pouco, aquilo era sua terapia, fazia ela esquecer por um momento de sua vida.

Ela passa uma base nos roxos mais expostos, pega a chave de casa e sai para trabalhar.

Ela caminha na rua em silêncio, ouvindo o som dos pássaros cantando de manhã, o sol batendo em sua pele, pessoas andando na rua, ela queria ter a vida de qualquer outro ali.

𝐌𝐘 𝐕𝐈𝐋𝐋𝐀𝐈𝐍-𝐓𝐚𝐊𝐮𝐫𝐚 𝐒𝐡𝐢𝐠𝐚𝐫𝐚𝐀𝐢 [𝟏𝟖+]Onde histórias criam vida. Descubra agora