Eu não posso perdê-lo

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Em forma de resposta, o dragão quase arrancou o braço de Soluço, mas ele tirou a tempo, e então uma perseguição começa na arena, Soluço desviava de todos os seus ataques, e usava o escudo para se proteger, as pessoas estavam com muito ódio de Soluço, seus sangues ferviam de raiva, suas mentes estavam turvas, eles queriam acabar com Soluço, o ato de atirar o elmo na parede como se fosse nada, significava desrespeito, desonra, quebra de confiança, e quebra com os valores e tradições da aldeia, o ar começou a ficar pesado, o dragão então decidiu uma abordagem diferente, ele tinha despertado seu instinto de sobrevivência, nada podia pará-lo, ele subiu pelas grades da arena indo até o centro, virou sua cabeça, abriu a boca e lançou lava no chão central da arena, levando toda lava para as extremidade, em forma de cachoeira, Soluço estava cada vez mais encurralado, o dragão então desceu das grades e andou pelo seu rio de lava, como se não sentisse nada, como se fosse apenas um rio de água de outra cor, Soluço estava assustado, mas ele sempre procurava se manter calma era apenas a forma do dragão se defender, mesmo que um pouco exagerada, o dragão se aproximava de Soluço ele iria atirar, Soluço não tinha para onde correr tudo a sua volta era lava, poucos eram os pontos sem lava, e ele não conseguia acessar, o dragão estava pronto para atirar, sua boca já estava como cor de fogo, e um grito já podia se ouvir, Soluço se escondeu atrás do escudo, embora não o protegesse muito, ele estava pronto para receber a lava, porém, ... Soluço ouviu uma voz, conhecida por ele, mas ele não esperava ouví-la, ali, na situação em que ele se encontrava, ela dizia " Soluço cuidado!" Era Astrid, ela havia atirado um martelo de pedra sem fio no dragão, dando a oportunidade do dragão se desprender de Soluço, e começando a persegui-la, Soluço não entendia por que Astrid estava ali (P.S) " Ela não tinha ido ler as escrituras?"--- " Astrid o que você tá fazendo aqui?" Gritou para Astrid,
E bem... a resposta foi surpreendente
" Eu tô te ajudando caramba, dá próxima vez eu não venho, se for pra ficar reclamando assim" ---" Mas por que Astrid?"-- "Por que você me mostrou a verdade Soluço, embora eu ainda esteja muito confusa, o que eu sei é que você não merece morrer aqui, considere isso meus agradecimentos e desculpas" Soluço queria continuar conversando para entender o que raios estava acontecendo, porém, eles não tinham tempo para isso, o dragão estava furioso por ter sido acertado com um martelo, mesmo que não tivesse fio, doeu bastante, então o dragão usou seu poder de fogo para encurralar Astrid com o rio de lava feito anteriormente, Astrid não tinha saída, ela não tinha para onde correr, Astrid estava com medo, não queria morrer, ela ainda estava muito confusa sobre o que ela faria dali em diante, embora,  agora ela tenha se desculpado adequadamente com Soluço, ela ainda queria descobrir mais coisas, para ela ainda à muitas lacunas na história de Berck, como, para onde foram Mani e Noot? Eles escaparam, ou a vila matou Noot e Mani foi exilado? Eram muitas perguntas sem respostas, Astrid queria se aprofundar mais, mas ela não poderia fazer isso morta, definitivamente ainda não era a hora dela, no entanto o dragão já iria atirar, porém, do outro lado do rio de lava, Astrid escutou uma voz que ela já conhecia, e ela dizia " Astrid! Pula!" Era Soluço, ele apontava para uma única surpreficie de madeira que não havia desintegrado ainda, se Astrid pulasse nele, e depois em terra ela teria uma chance de escapar, mas era apenas uma chance se ela perdesse essa chance, a morte estaria ali para buscá-la, então era agora ou nunca, Astrid pulou, ela nem teve tempo de pegar impulso, mas conseguiu chegar na superfície de madeira, por causa do seu peso extra, a superfície estava se desintegrando mais rápido, Astrid tinha que sair dali imediatamente, se não seu esforço será em vão, pegou um pouco de impulso desta vez, e pulou, assim que ela pulou a superfície se desintegrou na lava, mas Astrid não, ela apenas tropeçou um pouco no seu pouso, mas nada demais, ambos se abraçaram por causa da adrenalina, estavam felizes de Astrid não ter morrido, mas não era momento para comemoração, o dragão ainda estava atrás deles, eles tinham que correr, até que alguém abriu os portões levadisos, para este feito a pessoa tinha que ter uma força descomunal, e em Berck eles só conheciam duas pessoas com tal força, Stoiko e Bocão, mas até para eles esse feito era monstruoso, e a pessoa que abriu os portões, era ninguém menos que Stoiko o Imenso, ele estava de braços abertos chamando pelos jovens, para trazê-los sãos e salvos para fora da arena, seu olhar estava diferente, não parecia o mesmo, algo nele dizia algo, mas que precisaria de palavras para responder, será que Stoiko se arrependeu de ter colocado Soluço nesse teste perigoso? Estava muito estranho parecia que Stoiko iria agarrar os dois para tirá-los dali, será que realmente Stoiko ia interromper o teste? Dada a situação, seria lógico interromper, porém, para os vikings a luta iria até um deles morrer seja o dragão ou o viking, então não iria ser bom para a reputação de Stoiko interromper tal evento, então será mesmo que Stoiko iria fazer isso? Soluço e Astrid estavam correndo o mais rápido que podiam, mas o dragão estava muito próximo, Soluço começou à ver as coisas em câmera lenta, seu pai torceu seu joelho direito, e parecia que ele tinha ficado favorável a pegar a Astrid que estava um pouco a frente de Soluço, Soluço virou seu rosto e viu o dragão os perseguindo prestes a atirar novamente e em direção a Soluço, e isso lhe lembrou de quando Stoiko virou as costas para sua mãe,
A cena não era muito parecida, mas esse gesto era o mesmo.
No passado
Enquanto Soluço estava nos braços de sua mãe, brincando com seus brinquedos, seu pai estava fora, estava lutando contra os dragões, ele havia deixado Soluço e Valka sozinhos em casa durante um ataque, mesmo que Stoiko fosse o chefe da vila abandonar sua família era extremo demais, Valka estava preocupada com Stoiko, então acabou ficando na porta a espera do marido, Soluço estava junto dela, Valka parecia extremamente abatida, poderia ser que o motivo fosse seu marido estar lutando, ela olhou para Soluço seu pequeno filho, tão frágil, lhe deu um grande abraço e beijou sua testa, e entrou para dentro de casa, ela foi até a cozinha, deixando Soluço na porta para receber seu pai, parecia que ela pretendia fazer algo, talvez alguma comida para o marido quando ele chegasse, Soluço não pensou muito nisso, afinal, era uma criança, mas como Soluço era uma criança curiosa que gostava de brincar, acabou, que um gatinho chamou sua atenção, o atraindo para fora de casa, enquanto Soluço tentava pegar o gatinho ele se aproximou de onde seu pai estava, e Soluço notou no céu estrelado da noite, um dragão se movimentando em direção à sua casa, temendo o pior, ele tentou chamar a atenção de seu pai, mas, ele não lhe deu ouvidos estava concentrado no que um viking estava falando, aparentemente eles tinham a suspeita de que um dragão conhecido como... Fúria da Noite, estava no ataque, porém, eles não tinham certeza, era apenas uma suspeita, e mesmo assim Stoiko decidiu ir adiante com a procura, deixando Soluço para trás, então, ele voltou correndo para casa na esperança de não ter acontecido nada com sua mãe, mas infelizmente era alguma coisa, sua casa havia sido incendiado, Soluço viu com seus próprios olhos sua casa queimar com labaredas de fogo, o fogo dançava com o vento, uma tristeza muito grande entrou em seu coração ele chorava e gritava, ele perderá sua mãe por causa da ignorância de seu pai, ele não conseguia acreditar em si, em seus próprios olhos, provavelmente seu pai nem percebeu sua presença, por isso, ele acreditava que Soluço não tinha ido pedir sua ajuda, fazendo assim a culpa ser dividida entre Soluço e os dragões, e não sobre o verdadeiro culpado, e desta vez não será diferente, a culpa vai cair novamente no dragão e em Soluço, nunca nos verdadeiros culpados, Soluço então derrapou para escapar do tiro de lava e Stoiko agarrou Astrid a retirando do perigo, Soluço se bateu na parede, e apenas escutou um barulho, barulho esse que perdurou na cabeça de Soluço por um tempo, era o som extridente de metal batendo com metal, a ponte levadisa antes aberta agora foi fechada, logo em seguida Soluço escutou um grito de Astrid " Soluço cuidado!",o dragão foi pra cima de Soluco, então ele rastejou para ficar fora do seu alcance, o desespero começou a perseguir Soluço, ele corria o mais rápido que podia, mas ele não tinha para onde correr, ele corria em círculos, sua mente começou a ficar embaçada, seus ouvidos só escutava um zumbido ele não escutava mais nada, até que ele tropeçou, suas pernas não aguentavam mais correr, e graças a isso, o dragão conseguiu prendê-lo entre suas longas e afiadas garras, atingindo a bandana de Soluco revelando assim a marca de Soluço, ele estava apavorado, sentia realmente que dali ele não escaparia, o dragão iria atacar, então, anunciou com um gritou alto, Soluço via tudo em flash sua mente cada vez mais turva, sentia algo estranho dentro de si, sentiu sua garganta ferver, ele queria gritar, mas não sabia o motivo, não conseguia respirar direito, ele sentia seu estômago borbulhar, seu corpo inteiro sentia uma pressão gigantes, algo dentro dele queria sair, até que finalmente... ele gritou, mas seu grito não foi como normalmente, foi extridente, ele se estendeu até os céus, como se fosse o próprio grito das profundezas da terra, era ensurdecedor como um certo... grito de dragão..., cada vez mais alto, parecia tão desesperado e assim... nas proximidades dali, tinha um dragão que estava adormecido, por possuir uma excelente audição, ele foi acordado por um grito estranho trazido pelo vento, ele pensou no que poderia ser,  até que sentiu em seu peito um desespero sem igual, seu coração estava acelerado como se algo estivesse errado, sua garganta fervilhava e não era como se ele fosse atirar, sua mente cheia de gritos desesperados, ele se balançava para tirar isso de sua mente, mas, não passava o desespero, era como se ele sentisse um sentimento passado pra ele através... de sua ligação, ele sentia um balançar nos bloqueios, que fazia ele não sentir os mesmos sentimentos que seu escolhido, era estranho, como se nada mais pudesse impedir essa ligação, como se fosse uma corrente de rio 100% limpa e livre de rochas que quebrariam seu percurso, e então... ele finalmente gritou mas seu grito foi mais alto que o normal, era um grito que atravessaria montanhas, todos escutariam, e então ele entendeu o que significava, era um sinal de socorro, ele precisava ir ao encontro de Soluço, algo de muito ruim estava acontecendo com ele, mesmo Banguela não conseguindo voar sem Soluço, ele tentou e tentou de todo jeito, mas, nada adiantava, ele se sentia preso ao chão, como se correntes do mais puro ferro o prendesse ao mais fundo dos oceanos, ele tentava se segurar nas paredes mas não conseguia se manter e caia nas águas, mas ele não desistiria, tentou de novo e de novo, até uma terceira vez ele tentou mas... não conseguiu, ele batia sua calda no chão se não fosse pela falta dela ele conseguiria ir até o Soluço, ele já estaria a quilômetros de distância com Soluço em suas costas, e eles finalmente sentiriam a liberdade que os céus lhes ofertaria, será mesmo que ele não conseguiria? Será que ele perderia Soluço? " Não...nunca... eu não posso permitir isso" e mais uma vez tentou... falhando novamente... " Não... não!!"

●Boa Noite○
♡Obrigada por ler♡
Até o próximo capítulo 》

Se Soluço não fosse um viking Onde histórias criam vida. Descubra agora