3 meses depois da guerra
Soluço agora intitulado Ken, usou os últimos meses após a guerra, para se fortificar cada vez mais, não admitiria permanecer fraco ou se sentir imponente diante as dificuldades, e para isso ele treinou seu corpo e mente, criando treinamentos intensos e dolorosos, e com a ajuda dos dragões, ele se tornava cada dia que passava um deles, um amigo e... membro da família.Eles queriam oficializar o mais novo membro do ninho, e para isso, eles juntaram todos os materiais necessários para fazer uma grande comemoração, tão grande quanto os banquetes feitos por Odin para os guerreiros de Valhala, seu desejo era fazer uma grande surpresa para Ken, mas não gostariam, nem um pouco, que ele se sentisse deslocado perante os costumes dos dragões, então questionaram, Banguela que entre todos foi o que mais presenciou os costumes humanos, e que possuía maior afinidade com o cavalheiro.
Enquanto todos se preparavam de forma total e 100% discreta 🤐 , Ken montou uma pequena ferralheria em sua caverna, no topo das diversas montanhas do ninho, com os destroços dos navios que não foram totalmente destruídos pelos dragões, se surpreendeu com a quantidade de sucata que conseguiu coletar nos poucos meses que se passou, claro, que teve ajuda de Banguela e dos outros dragões, pois ainda estava se acostumando com sua nova perna, escondia o máximo que podia suas dores, para não preocupar ninguém, mas como Banguela sabia ler Ken, seu Cavalheiro, como ninguém, soube em poucos dias o esforço que o pequeno, que já não era mais tão pequeno assim, fazia para esconder suas dores, e para o azar ou sorte de Ken, a forma que ele usou para " ajudar", foi bem fora do comum, dica-se de passagem.
Durante as viajens de carregamento de Ken, Banguela aparecia logo atrás dele e o fazia derrubar tudo no chão, seja dando rasteira, o empurrando, segurando suas roupas ou perna, ou ainda pedindo aos dragões que voavam para o carregar até o ninho, nesses momentos Ken não derrubava as sucatas, então Banguela teve uma ideia, pediu para dois dos dragõeszinhos Nadders, Faísca e Brasa (nomes dados por Ken, pois eles adoravam aprontar com seu poder de fogo) para carregar Ken da praia até o ninho, Banguela usou de argumentos, o fato de os pequenos serem filhotes e gostarem de brincar, além, do fator mais importante que eles não estavam mais " atrapalhando" o trabalho dos dragões mais velhos, e sim ajudando, afinal, era muito mais rápido para Ken ir voando, do que andando, e diante dessa imensa chuva de argumentos plausíveis, Ken não teve outra escolha a não ser aceitar a " ajuda" dos filhotes, a satisfação de Banguela ficou impregnada em seu rosto por dias.
Enquanto os dragões estavam sendo discretos para a comemoração, Ken pensava em suas invenções, estava querendo criar uma cauda que fizesse Banguela voar sozinho, sem precisar da ajuda de Ken, ele ainda se sentia muito culpado, depois de finalmente ter se libertado das correntes que o prendiam entre os vikings, ele pode dizer com todas as certezas que o sentimento de liberdade não tem preço, que voltar a se sentir preso, se tornou um de seus Pesadelos, então, imagina Banguela, que sempre foi livre no céu, agora está preso ao chão, pensar nisso, lhe enchia de dor... culpa... remorso por si mesmo... ele sentia o carinho que Banguela tinha por ele, e não sabia dizer aonde ele nasceu, talvez por ele ter o ajudado a voltar a voar, além de que, tem tudo que eles passaram, a ligação deles... ela era tão forte... ele sentia isso em sua pele... em sua marca...
Derepente Ken foi acordado de seus pensamentos, ao sentir um puxão na barra de sua roupa, eram os filhotes Faísca e Brasa, aparentemente eles queriam que Ken os seguisse, com leves suspeitas que os pequenos aprontaram, ele se preparou mentalmente para o que o esperava, e bem, com todas as certezas ele não esperava uma "pequena" surpresa, depois de ter descido a colina que dava acesso a sua caverna ele começou a perceber que tudo estava extremamente quieto, não estava agitado como de costume, embora fossem altas horas da noite, os dragões não ligavam muito para a hora de dormir, ficando alguns acordados de vigia, Banguela era um desses dragões, pois, sua visão noturna era formidável, mesmo não podendo voar, ele ainda era um dos melhores dragões do ninho, ele não o encontrou em seu posto, isso preocupou Ken, não estava entendendo nada, até que...
Os filhotes causaram faíscas que percorreram até uma grande fogueira, causando uma bela explosão, eles pareciam orgulhosos de si mesmos, Ken iria repreende-los pela bagunça, mas não teve tempo, começou a escutar batidas fortes, rítmicas, como uma dança, e sons que ele reconheceria de longe, os espinhos dos Nadders roçando no chão em estalos, Gronkels batendo nas pedras em percussão, e as faíscas dos Ziperarrepiantes dando arrepios, os Pesadelos Monstruosos batiam seus chifres contra as árvores, fazendo o som do vento mudar, do tranquilo para o agitado e animado, os pequenos filhotes que tinham na ilha estavam apenas dançando e fazendo sons iguais aos mais velhos, porém, de forma desarmonioca, o que não importou para Ken, era uma bela visão, vê-los se divertir, mas ele ainda não tinha entendido as intenções dos dragões, até que Valka se aproximou de si, emponente, exibindo com orgulho suas cicatrizes de batalha, e marcas distintas, parecia que ela havia se " sujado" com lama, elas contrastavam com os desenhos em suas asas, e não era só ela, Ken pode perceber que todos os dragões à sua volta estavam daquele jeito, até mesmo Banguela, com símbolos da lua contornados pela lama.
--- Valka, Banguela... o que está acontecendo?
---Não precisa se preocupar Ken, está tudo bem, apenas queremos oficializar sua entrada no ninho.Diz Valka com grande sorriso, ver alguém tão bom, e com um espírito de Guerreiro tão forte, entre os seus, lhe trazia êxtase, orgulho era a palavra que descrevia seus sentimentos, para Ken o sentimento era de confusão, não via necessidade de uma comemoração, mas, então ele entendeu o que significava para Valka aquela oficialização, podia ver em seu olhar, era o olhar de um líder perante seu querido companheiro, o carinho que sentia era tão reconfortante.
--- Embora eu não veja por que, posso dizer que é uma grande honra para mim, ser recebido de forma tão calorosa no ninho, muito obriga-.
--- Ingvar Haddok, antigo viking de Berck, você renega seu antigo lar e nome, e aceita fazer parte da nossa família aqui no nosso ninho, com um novo nome?.As palavras de Valka encheram o coração do jovem viking, com um sentimento inexplicável, ele transbordou para fora em forma de lágrimas, e um sorriso jenuino de alegria se formou, Banguela sentiu em seu peito um sentimento também desconhecido para ele, ia além de alegria, era tão forte, como se pudesse dizer que finalmente tinha um lar, que finalmente ele encontrou alguém que o queria ao seu lado, ver o grande sorriso, em meio aos soluços do pequeno, lhe trouxe novamente os pensamentos de sempre querer vê-lo, vê-lo sorrir, sentir em seu coração por meio da marca, a alegria de ter companheiros, e agora irmãos de batalha, Valka continuou com seu discurso.
---Se aceitar, fará parte de nossa família e história, aprenderá nossos costumes e tradições, claro que não iremos obriga-lo a nada, mas se ficar aqui, terá que abandonar de vez sua antiga vida entre os vikings, e ter uma nova, conosco.
Valka sentia um pesar em seu coração, mesmo não querendo dizer ela tinha que dizer, se Ken não tivesse consciência do que iria fazer poderia muito bem se arrepender depois, mas a resposta do pequeno tranquilizou seu coração é o encheu de alegria
--- Valka.
Dizia em meio às lágrimas.
---O que eu mais quero é abandonar tudo que eu vivi, deixar para trás essas feridas abertas, e curá-las aos poucos, Valka, eu sempre achei que não existia lugar no mundo para mim, mas eu percebo que mesmo que não exista, eu ainda quero fazer parte de algum lugar, e você, Banguela é os outros, me mostraram que eu sou bem vindo aqui, então é claro, que eu quero ficar aqui, eu quero Valka!.Pulou nos "braços" de Valka, estava muito feliz, Valka trouxe sua cabeça para as costas de Ken, em forma de abraço, nesse momento ela desejou braços para abraçar bem apertado seu companheiro, mas se contentou em apenas abrir as asas e usa-las como braços, ficaram ali por alguns segundos até Banguela se aproximar, e Valka lembrou de mais uma coisa que ela tinha que fazer.
---Banguela o Fúria da Noite, sei muito bem que uma característica de sua espécie, é ser solitária, e não se fixar por muito tempo nos lugares, tanto é que esse foi um dos motivos para você ir embora da primeira vez, mas agora, você não é mais um adolescente aventureiro, depois de ter lutado lado a lado col vários de nós, gostaríamos de saber, se você gostaria de fazer parte juntamente a Ken do nosso ninho.
Ken se virou confuso para Banguela, (Pensamentos de Ken)" Primeira vez? Banguela já habitou nesse ninho? Por que será que ele foi embora?"
---Agradeço o convite, e acho que já está na hora de eu fixar moradia, mas não digo que deixarei de ser aventureiro, à muitos lugares que eu gostaria de mostrar para um certo alguém.
Diz olhando para Ken.
---Não me importo de me juntar a Ken, para fazer parte de seu ninho.
---Ótimo, então continuaremos a festa, dragões uma salva de tiros para os novos membros do nosso ninho!.☆Bom dia☆
♡Obrigado por ler♡
Até o próximo capítulo》
O que acharam para um começo?
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Se Soluço não fosse um viking
FanfictionEm um mundo onde existem dragões e vikings, vikings matam dragões e dragões matam vikings, mas é se algo nesses 300 anos de história sanguinária e lutas algo diferente acontece-se? Bem foi isso que aconteceu...