Lua de Sangue

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Soluço sentiu seu coração ser rasgado, a dor era grande, ele começou a chorar incontrolavelmente, esmurrava o chão, queria parar com a dor, queria esquecê-la, então, começou a se bater, mas nada que ele fizesse fez ele esquecer a dor, sua mente não acompanhou tudo que aconteceu, parecia que ele estava tendo um colapso, mesmo, não sendo a hora para aquilo, ele não conseguia parar, tinha que soltar toda a sua dor, ele passou anos e anos achando que a culpa era de seu pai, por ter perdido sua mãe, mas a verdade... a verdade de tudo, era que o verdadeiro culpado... era quem ele via no reflexo de seu espelho, a si mesmo, mesmo não sendo verdadeiramente sua vida, para Soluço não era assim, por hora, ele sentia uma culpa imensa, olhava para todos os lados, e então... ele viu... Valka... distraída... e Grimmel... com seu arco puxado... Seu alvo... era... Valka... o ser tão parecido com sua mãe... mesmo em tão pouco tempo... ele havia se conectado com ela... ele viu uma verdadeira líder... e mesmo não sendo mãe, ela agia como mãe de todos... deu a chance que Soluço precisava para entendê-los melhor... se não conhecesse ela, provavelmente ele não teria entendido toda a verdade... se não tivesse conhecido ela não teria tomado a decisão de... finalmente sair de Berck... o ninho deles era com certeza um lugar que dava pra se lutar... se eles perderem Valka...(" Essa dragã matou nosso líder, precisamos vingá-lo!") não teriam um líder para ajuda-los... então... por todos... por tudo que ele passou... por Banguela... Valka... os filhotes... e todos os dragões... ele correu... sua dor no peito era maior que a de sua perna, então ele pode correr mais rápido do que nunca, parecia que nunca foi ferido... Grimmel soltou a flecha... Soluço pode ver a flecha se aproximar, não daria tempo, Soluço não conseguiria, mas... ele não permitiria isso... não deixaria que isso acontecesse, poderia não impedir a flecha, mas... mudaria seu alvo... então... ele se jogou em frente a Valka... e... recebeu a flecha no lugar de Valka... caindo no chão... Valka segurou Soluço com a ajuda de sua cauda, não sabia o que fazer, um dos seus estava ferido, e se contorcia com a dor, e mais uma vez gritou, arrancou a flecha para impedir que continua-se o fluxo do veneno, Soluço já havia recebido uma flecha daquelas em sua perna, porém, o veneno não se ploriferou grandemente, mas sua perna com certeza não se moveria novamente, então se eles demorassem muito Soluço poderia morrer... assim como o viking que ela enfrentou agora pouco... Banguela estava lutando ferozmente contra todos os vikings que se aproximavam, sua furia não era apenas nome, era sua essência, sua forma da fera, suas garras estavam cheias de sangue, seus olhos carregavam a vontade de aniquilação, porém... algo o dispertou de seu transe... um grito... que ele reconheceria a quilômetros de distância, seu peito sentia uma dor imensa, parecia que algo o havia acertado, e também, existia algo além disso, ele estava tão distraído com os vikings que não notou o quão dolorosa estava sua alma, agora ele sentia tudo de uma vez, parecia que estava sendo rasgado em vários pedaços, era muito peso sobre sua consciência, olhou a sua volta a procura da única pessoa que o faria sentir tal dor, e essa dor nem era dele, então só de imaginar, o que a pessoa mais importante para ele estaria sentindo num momento como aquele... era desesperador... enfim... seus olhos repousaram sobre o garotinho... que estava ferido... com o semblante da mais pura dor e tristeza... se questionou quem teria se atrevido a machucá-lo... olhou melhor... e encontrou... um certo alguém... que era responsável por grande parte dos medos de Soluço, e suas dores psicológicas, ele achou que o tinha matado, mas parecia que ele estava 100% vivo, em suas mãos havia um arco, que já havia disparado sua flecha, e então ele ouviu algo que o fez perder completamente o controle
" Há, essa não era minha intenção mas até que veio a calhar" ele avançou em cima de Grimmel seu ódio era Mortal, usou suas garras para fazer um ferimento que deixaria marcas permanentes, Baguela queria matá-lo, queria fazê-lo pagar pelo que fez ao Soluço, sua sede de sangue era gigante, porém ele foi interrompido pelo grito de socorro de Valka "Banguela! Pare com isso e venha me ajudar! O Soluço pode morrer!" Mesmo querendo continuar, mesmo não estando satisfeito, mesmo estando sendo corroído pelo seu ódio... ele se lembrou... do dia em que... eles se conheceram... Banguela estava ferido e Soluço fez de tudo para ajudá-lo, ele passou por tanto para esconder esse segredo... não... ele não poderia deixar Soluço em um momento como esse... não tinha o direito... Seu coração estava apertado... para ele... Soluço talvez... não consiga... talvez seja a última vez que eles- (P.B)" Não, não vou deixá-lo, não quero... mesmo que talvez seja a última vez, eu prometi estar sempre ao seu lado... Me aguarde Grimmel, eu voltarei! E desta vez, não vou deixar você escapar!"
Os vikings começaram a recuar para os navios que ainda restavam, por Stoiko estar morto, eles teriam que fazer tal, embora alguns tenham tentando continuar, mas em números reduzidos não poderiam vencer.
Banguela correu em direção à Soluço ao ver o pequeno, seu coração se despedaçou, Soluço estava com um ferimento próximo ao peito, além de que... ele pode perceber que a perna de Soluço estava deslocada mas... provavelmente ela não voltaria para o lugar novamente, Soluço se esforçou demais nessa guerra, seu corpo provavelmente não tinha mais forças para lutar contra qualquer tipo de obstáculo, sua feição era fraca, seus traumas haviam tomado forma, e mesmo assim... mesmo ele estando emanando a aura mais triste deste campo de guerra... ele estava sorrindo e ainda disse " B-Banguela, não precisa se preocupar comigo, como que você está? Não exagerou né?" Ele se esforçou, o máximo que pode para melhorar sua face mas mesmo com tudo.. ele não podia negar para si mesmo em um momento como aquele... ele estava destruído... ele se sentia totalmente derrotado... parecia que ele já não tinha mais como viver... ele sentia seu corpo pesado... mas bem no fundo de seu coração... ele sentia que não poderia partir... que tinha uma última coisa para fazer... então... ele usou as sobras de suas forças e se levantou, porém, ele logo iria voltar ao chão se Banguela não o ajuda-se, Soluço se segurou o mais firme possível de Banguela... ele sentiu que aquele poderia talvez ser o último voou deles... ele nunca imaginaria que seria assim... em uma situação como essa... mas derepente ele ouviu a voz de um certo alguém, que era tão querido e rabugento, ele gritava o nome de Soluço, isso lhe partia ao meio, mas não podia voltar atrás... ele já tinha se decidido, nada poderia lhe fazer parar, se ele for impedido, Banguela e os outros não sobreviveriam, então ele montou na cela de Banguela, e ouviu um nome que já à tempos não escutava... esse nome não lhe representava em nada, ele significava o filho do herói, que estava destinado a seguir os passos do pai... "Yngvar! Volte aqui! Por favor vamos conversar!" Yngvar não aceitava esse nome de forma alguma, ele preferia ser chamado de Soluço do que assim, embora ambos serem extremamente ofensivos, Bocão tinha plena consciência disso mas... para tê-lo chamado assim... ele deve estar desesperado... Yngvar olhou para trás... desejou não ter se virado em hipótese alguma... ele viu os olhos de Bocão lacrimejando, em sua aura só emanava tristeza e dor, ele havia perdido sua perna de madeira, então por isso o desespero, ele não poderia correr para segurar Yngvar, seu coração estava dilacerado, sentia culpa de não tê-lo protegido quando deveria, por não ter sido a pessoa que ele tanto admirava, e por não ter sido... o seu ideal de pai, queria concertar as coisas, queria cuidar dele da forma correta, ensiná-lo coisas diferentes, fazia tanto tempo que não o via rir, ele sabia que tinha algo de errado na forma como ele sorria ou ria... ele teve que descobrir sozinho a diferença entre suas faces... ele se lembra muito bem como seu sorriso é bonito... foi naquela gruta... ele estava rodeado de pequenos dragões e de um Fúria da Noite... eles riam tanto, parecia tão feliz, e também... aquele Fúria da Noite, o protegia tanto, ele só viu durante uma noite, mas, imaginou que em outras noites ele passava a noite em claro vigiando e cuidando, quando ele encontrou seus olhos percebeu que... aquele dragão era diferente... " Vamos Banguela! Me tira daqui!" Yngvar ordenou ao seu amigo, porém, antes de abrir suas asas, ele olhou uma última vez para Bocão, seus olhos verdes... brilhavam intensamente... parecia que podiam ler a alma do viking perneta... Bocão sentiu em seu coração que aquele dragão dizia " Pode deixá-lo comigo agora" e então voou para o céu do crepúsculo da noite, Bocão sentiu o impulso de segui-los, mesmo não tendo condições ele ainda queria, porém... ele viu um dos vikings com uma besta em suas mãos prestes a atirar, e então para impedir que algum dos vikings tentassem algo, ele decidiu ir com eles, puxando-os para os poucos navios restantes, indo contra seu coração, mas era para um bem maior, em sua mente ele apenas desejava " Cuide bem dele Fúria da Noite... agora... eu deixo ele em suas mã- quer dizer, patas".
Enquanto isso, do outro lado, estava Grimmel tentando se reerguer, dos cortes que o Fúria da Noite fez em si, ele precisava se apressar, antes de partir ele precisava fazer uma coisa, para que seu plano não fosse arruinado, para que as suspeitas não caíssem sobre seus ombros, embora ele não soubesse se os vikings iriam voltar, mas, precisava se garantir, então ele foi até o corpo morto do "chefe" da vila, e não pôde controlar suas risadas, ver aquele homem gélido e sem vida lhe trouxe um prazer sem igual, finalmente se cumpriu o primeiro passo de seu plano, após ajeitar sua compostura, ele se aproximou e puxou à flecha que estava encravada no peito do viking, e substituiu por um espinho de Nadder Mortal qualquer, e foi embora, junto aos vikings restantes.
Soluço sentia seu coração doer, sua respiração estava fraca, seu corpo estava pesado demais, não conseguiria continuar voando por muito tempo, ele se esforçou o máximo que pode para continuar, e não pedir para Banguela pousar, mas não tinha como... ele precisava parar... não estava mais se aguentando acordado... parecia que se ele fecha-se seus olhos poderia descansar finalmente... mas ele não podia... se fecha-se os olhos ele poderia adormecer na morte, e seria pior ainda, Banguela não voa sem ele, a queda seria muito feia, então... ele cedeu " B-Banguela pouse, p-por favor, e-eu não vou aguent-" sangue, Ygnvar começou a tossir sangue, ele apertou seu peito, não estava conseguindo respirar, parecia estar se afogando em seu próprio sangue, Banguela vendo o estado de seu amigo, planou até as rochas de uma montanha, e o desceu, Valka estava logo atrás e nem perguntou o que estava acontecendo, soube na hora que a situação havia piorado, aparentemente o veneno estava se ploriferando, era óbvio, o alcance do veneno na perna de Soluço não foi grande o bastante para chegar no coração, mas como ele havia recebido bem no peito não demoraria para chegar no coração, a única solução que eles tinham era o antídoto, mas qual seria? Eles nem sabiam qual era o tipo de veneno, muito menos o antídoto, Banguela não conhecia nenhuma planta medicinal que poderia ajudar, seu desespero era grande, não aceitaria perder o seu único amigo, aquele em que estava ligado, seu peito doía, a ligação deles era extremamente forte, mas ainda assim ele não conseguia imaginar a dor que ele estava sentindo, Yngvar estava apoiado em Banguela, ele sentia que estava perdendo sua consciência, sua visão estava cada vez mais turva, ele só conseguia escutar os grunhidos dos dragões " Valka, você não conhece algo que possa ajudá-lo!?" ---" Se eu lembra-se não estaríamos aqui parados sem fazer nada idio- espera... eu acho... não tenho certeza"--- " O que Valka? Se você não falar não conseguiremos ajudá-lo!" "Existe uma história... ela diz que existe uma planta capaz de curar qualquer veneno- " ---" E onde ela está?"--- " Eu não sei dizer, essa história pode nem ser verdade" ---
" Mas não custa tentar, eu tenho experiência com relação a história que podem não ser " verdade""---
" Bom melhor arriscar do que ficar parada... essa história diz que esse planta nasce apenas quando a lua escorrer sangue durante o luar de um crepúsculo, mas eu não sei dizer o que isso significa" Banguela se perguntava o que poderia significar aquelas palavras, (P.B) "Não fazia sentido, como a lua iria sangrar? O crepúsculo do luar significaria a meia noite, mas o que poderia acontecer a essas horas para fazer a lua escorrer sangue?" Banguela olhou para cima e viu algo que o surpreendeu... a lua estava começando a ficar vermelha, um vermelho... sangue...
(P.B)" Espera... será que é isso... o significado...de uma lua de sangue? Não existe outra coisa que possa ser, tem que ser isso"--- " Valka, cuide do Soluço por enquanto, eu vou atrás dessa flor!"--- " Mas como Banguela? Apenas me fale aonde devo ir, não quero ofender Banguela, mas você não consegue voar sem ele" --" Valka! Confie em mim, mesmo sem poder voar eu sou mais rápido do que qualquer outro dragão existente, ajude o Soluço a aguentar mais um pouco, eu prometo voltar com essa flor!"

☆Bom dia☆
♡Obrigada por ler ♡
Até o próximo capítulo 》
O que será que vai acontecer com nosso pequeno?
Será que Baguela conseguirá encontrar essa flor misteriosa?

Se Soluço não fosse um viking Onde histórias criam vida. Descubra agora