O que eu faço?

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Soluço caminhava lentamente até Banguela, sua aura estava estranha, ela era... tão vazia,
tão confiante e confusa ao mesmo tempo, parecia uma perfeito divisão entre a runa da justiça Jera e a runa Laguz das incertezas e angústia, um viking veio lhe entregar uma espada com o símbolo da casa Haddok, cada item de batalha possuía um símbolo das famílias de Berck, o viking que usar, estaria representando a família dona do símbolo, Soluço levantou a espada pro alto mostrando para todos o símbolo que a espada carregava, e também, que ele não era mais o garoto que não conseguia nem sequer levantar uma espada, que agora as coisas eram totalmente diferentes, ele admirou seu reflexo na espada, sua face estava diferente, um rosto que um dia demonstrou esperança de conseguir a aprovação de seu pai, hoje demonstra desejos, desejo de ser livre, desejo de poder se mostrar sem precisar da aprovação alheia, desejo de ser mais forte para proteger aqueles que ama, bem... mas agora não era hora para isso, ele precisava fazer o que prometeu com sua palavra fazer, ele balançava a espada para ter maior costume, para conseguir manusea-la de forma fluída, Grimmel havia desaparecido de seu campo de vista, mas não podia ligar para isso, tinha que continuar com seu plano, se ele desse errado tudo iria se afundar na mais profunda vala, ele andava lentamente e permanecia mantendo contato visual com Banguela, ele estava um pouco confuso, não entendi o que Soluço queria dizer, mas... como anteriormente, Banguela sempre irá confiar em Soluço, confiou desde o dia em que tiveram sua ligação na gruta, mesmo que seja difícil de entender, a marca de ligação é apenas a exposição dela, a verdadeira ligação está dentro do dragão e do cavalheiro, e apartir do momento, em que Soluço não deixou Banguela morrer, e o ajudou a ter sua liberdade de volta, apartir dali, ele percebeu que eles nunca iriam deixar um ou o outro na mão, e que sempre poderia confiar um no outro, então o que quer que Soluço estivesse planejando ele iria deixar nas mãos de Soluço, pois confiava 100% nele, então Banguela se levantou fazendo ecoar o tilindar das correntes que o prendiam, levantou sua cabeça e fechou seus olhos, para os outros isso significava que ele estava pronto para ser morto, mas para Banguela era uma prova de confiança para Soluço, era como dizer " Eu confio em você", Soluço vendo esse gesto, se abalou um pouco, ver o quanto Banguela confiava nele, lhe preocupava, afinal seu plano poderia muito bem não dar certo, mas também o alegrou, esse gesto significava que eles tinham confiança mútua entre si, Soluço não faria esse gesto ser em vão, então ele balançou à espada de um lado para o outro e a ergueu para o alto apontada em direção ao peito de Banguela, respirou profundamente, e... enfiou sua espada...
Porém todos ficaram incrédulos, Stoiko que tinha achado que Soluço havia parado com a birra, agora virou uma fera, afinal a palavra de um viking significava tudo, descumpri-la significava desonra, e ir contra as tradições, representava despreso pela própria vila e isso... era igual a traição, ninguém da aldeia perdoaria tal ato, e mesmo que fosse filho do chefe, o máximo que ele poderia fazer por seu filho seria... exilá-lo, se Soluco fosse um qualquer ele iria ser executado sem excitação, então... apenas exilá-lo... seria um favor. Soluço possuía um sorrisinho de lado, ele se perguntava se todos haviam realmente achado que ele iria matar o dragão, dragão esse, que era seu melhor amigo, a única criatura que em toda a sua vida havia se importado realmente com ele, sem querer nada além do sentimento recíproco, na verdade, Soluço não acertou o coração de Banguela, ele acertou a corrente principal, torcendo a espada fazendo a corrente se quebrar, e de forma majestosa Banguela se sacudiu fazendo as correntes caírem, suavemente, no chão e então revelou suas enormes assas negras, fazendo as poucas correntes que sobraram caírem fortemente no chão, e então ele abriu seus belos olhos verdes, e olhou para baixo encontrando Soluço, ele estava um pouco bravo pelo pequeno susto, mas não deixou transparecer pois ele estava aliviado que sua confiança em Soluço não foi abalada, agora que ele já estava em suas costas, era hora de voar, então bateu suas asas e voou até o céu, e ouviu-se de Soluço palavras que ele queria ouvir a tempos, para enfim eles serem livres " Ah esqueci, como sou esquecido, eu não sou um viking! Ou seja, minha palavra não serve de Nada! Para nenhum de vocês" Ele balançou sua mão em forma de adeus, e um sorriso da mais pura felicidade se viu no rosto que antes era cheio de tristeza, o coração de Banguela se aqueceu, ele sentiu que finalmente faria Soluço feliz, esse sorriso Banguela queria ver sempre, todos os dias, pelo resto de sua vida, e mesmo que Soluço morresse ele guardaria em seu coração, para Soluço o sentimento era de liberdade, ele finalmente iria sair de toda a sua tristeza que antes... parecia que nunca iria embora, agora ele e Banguela seriam livres e poderiam se aventurar por todo esse mundo de dragões, porém... algo lhe veio a mente, ele sentiu o tempo entrar em câmera lenta, sentiu que algo de ruim iria acontecer, como se tivesse algo errado acontecendo, olhou para baixo a procura de algo e viu... Grimmel, com um arco e flecha, algo de estranho escorria pela ponta da flecha, Grimmel soltou-a, ela estava vindo em direção ao pescoço de Banguela, Soluço se desesperou, o que ele poderia fazer para impedir? Não dava tempo dele e Banguela desviarem, (P.S)" E se aquilo for veneno?" Pensou, se a flecha atingisse Banguela tendo veneno ou não iria causar um grande estrago, pois Soluço não sabia fazer os primeiros socorros em um dragão, isso dificultaria grandiosamente, e se somasse a queda que eles teriam e os vikings que estavam bem abaixo deles, iriam com toda a certeza, cair sobre Banguela como lobos perante a presa ferida, mas, Soluço não permitiria que mais nenhum mal atingisse Banguela, Soluço já havia causado problemas o suficiente para Banguela, no dia em que ele tirou a liberdade dele, mesmo que ele possa voar agora, Banguela nunca mais voará sozinho como antes, ele nunca voltará ao normal, se quiser voar para um simples passeio terá que encontrar Soluço, e se um dia eles não estiverem juntos? E se algo acontecer e eles acabarem se separando? Banguela estaria em apuros, então... estava na hora de Soluço tomar uma atitude, ele não permitiria que mais nada acontecesse com Banguela, mesmo que para isso... ele tivesse que perder algo... então ele esticou sua perna em direção ao pescoço de Banguela, e ao invés dela acertar Banguela, ela acertou a perna de Soluço, e devido ao impacto, Soluço gritou de dor, seu grito era o mesmo da arena, porém, não era de desespero, e sim de dor, ele sentia sua perna arder como fogo, ele arrancou a flecha de sua perna, porém ela ainda ardia grandemente, ele sentia como se algo estivesse entrando em sua corrente sanguínea, ele perdeu a mobilidade de sua perna, e sentiu como se uma parte de seu corpo tivesse se perdido, o intuito de Grimmel não era acertar Soluço, mas, isso até que lhe agradava, iria ser um obstáculo a menos em seu grande plano de ascender como líder de Berck, pois afinal, tinha contas a acertar com ele, e com grande alegria, disse para todos ouvirem " Sofra seu traidorzinho de merda, esse veneno pode não ser forte o bastante para matar um dragão, mas com certeza... consegue matar um humano!" Grimmel começou a rir loucamente, ele poderia começar seu plano mais cedo do que ele esperava, Stoiko repreendeu as ações de Grimmel, ele não queria ver Soluço morto, o exílio era a opção que ele tinha em mente, mas... pelo visto as palavras de Grimmel afetaram de forma diferente os vikings presentes... eles começaram a urrar, pareciam animais selvagens com ódio e raiva, seus olhos pareciam sedentos por vingança, eles apoiavam a ideia de matar Soluço, ele era um Traidor, traiu a confiança com a sua aldeia, desprezou o cuidado que tiveram com ele, com os ideias da própria aldeia, Stoiko tentou parar o multidão, tentava mudar a ideia deles, e convencê-los que o exílio era melhor, porém, Grimmel notando instabilidade, que estava a relação de Stoiko para com a aldeia, ele diz " O que foi Stoiko... ficou mole por que é seu filho? Se fosse qualquer um de nós, você teria dado a ordem de execução sem nem pensar... o que foi? Só por que ele é seu filho não significa que ele possa receber clemência, Parece que o justo chefe da aldeia, não é tão justo assim!" Todos começaram a pensar, Stoiko que deveria ser o símbolo de liderança, que deveria ser justo sem ter preferências ou julgamento próprio, ele não deveria ser flexível nem mesmo para seu filho, um líder assim não poderia continuar em seu posto, tinha que ser como... Grimmel, que não se deixou levar pelo fato de Soluço e ele serem grandes amigos, desde a infância, a amizade deles era conhecida na vila toda, Grimmel sempre ajudou Soluço, sempre pegou leve quando Soluço fazia algo de errado, mesmo quando Soluço havia tentando impedir a busca Grimmel deu a volta por cima, e todos viram o cuidado de Grimmel por Soluço, e mesmo assim... Grimmel fez aquilo pela vila, ele deixou suas emoções de lado e foi... justo perante a situação, nesse momento aldeia viu o quanto Grimmel se preocupa com os princípios deles, e parecia que ele faria de tudo para protegê-los. Banguela estava desesperado, Soluço estava derramando muito sangue, não sabia o que fazer, ele apenas escutava seus gritos de dor, sem poder fazer nada, não sabia qual era o veneno, não sabia como tratá-lo, ele tentava chamar sua atenção para distraí-lo de sua dor, mas a dor de Soluço era grande demais, ele então começou a ver... lágrimas escorrerem do rosto de Soluço, Banguela que antes tinha visto a visão de seu lindo e puro sorriso, agora não pode acreditar em si, ele tinha achado que não veria mais ele assim, ver Soluço com tanta dor lhe partia o coração ele queria chorar também, mas agora não era momento para isso, ele tinha que tirar Soluço dali... mas... e depois?... E depois disso, Soluço poderia... morrer para aquele veneno, Banguela não sabia o antídoto dele, e parecia que Soluço também não, então o que ele faria depois de tirar Soluço dali? Deixaria ele morrer?....Soluço morreria na sua frente?... Não... Banguela não permitiria isso, ele faria de tudo para salvá-lo e- de repente ouviu-se um grito estrondoso, parecia oriundo das profundezas mais profundas da terra, era de sangrar os ouvidos, todos se assustaram, quem poderia fazer um som assim? Então no horizonte eles começaram a ver seres alados, porém, junto ao sol de meio dia suas visões ficaram distorcidas, não sabiam identificar, mas que outro ser poderia fazer um som desses, e seria alado?
" Dragões!" Gritou um viking, todos começaram a se desesperar não estavam preparados, muita coisa havia acontecido, mas eles vieram preparados para o combate então foram todos para os seus postos de ataque, podia se ver que a líder dos dragões era ninguém menos e ninguém mais que Valka, a Nadder Mortal, ela havia escutado o grito de Soluço e decidiu vir ajudar, afinal... atacar algum dos seus... era atacar todos!

○ Boa Noite ●
♡ Obrigada por ler ♡
Até o próximo capítulo》
O que será que vai acontecer? Os seus corações estão preparados?
Espero que tenham gostado de toda a emoção. Bjs 😘.

Se Soluço não fosse um viking Onde histórias criam vida. Descubra agora