Tópico sensível
Depois de sair tarde da casa do Ret eu passei na casa de Alice, tinha deixando umas coisas lá. Na verdade, todo o dinheiro que venho recebendo de Ret eu guardo na casa da minha amiga, lá em casa meu pai não aguenta ver dinheiro que pega para usar drogas e beber, então aqui é o único lugar seguro para isso.
— desculpa o incômodo, tia — digo
Tia Tayane é a mãe de Alice, uma mulher guerreira, criou a filha sozinha depois que o namorado sumiu no mundo, ele ficou com elas até a Lice completar um ano, depois meteu o pé, deixando a mulher e a filha para trás, tia Tayane conta que o Ret que ajudou ela, ele tem várias casas alugadas por aqui e deixou ela morar em uma das casa até se recuperar, ela arrumou um emprego e pagou sua dívida com o Ret, mesmo ele não cobrando nada.
— não tem problema querida — ela abre um sorriso para mim.
Tayane é uma mulher fora do normal, ela não abaixa a cabeça para ninguém, uma mulher preta que coloca qualquer branquela no seu lugar, não precisa de homem para nada, ela sabe o que quer e protege sua filha como uma leoa.
Se ela fosse minha mãe eu tenho certeza que não passaria pelo o que eu passo diariamente.
— bem, eu já vou indo — dou um beijo nela e sigo para minha casa.
— EI — escuto alguém me gritar — Carol, espera.
Olho para trás e vejo Veigh vindo em minha direção.
— nossa, você anda rápido né — ele sorri.
— não posso da bobeira a noite por aqui — dou de ombros.
— realmente, vem eu vou com você — ele chega mais perto.
Bem, não vai ser nada bom quando meu pai me ver chegando em casa com ele, ainda mais sabendo que Veigh é envolvido.
— eu acho melhor não, sei que sua intenções são boas — eu tento me afastar.
— Carol, eu não vou deixar você descer esse beco sozinha a essa hora, você pode corre perigo — ele diz.
O maior perigo está dentro da minha casa Thiago.
— eu.... — antes de conseguiu formular a frase ele me interrompeu.
— vem, sem papo — ele sai andando.
Isso vai da merda.
Chegando perto da minha casa eu paro ele.
— aqui já está ótimo, minha casa é aquela branca ali — mostro a casa para ele.
— está bem — ele suspira — vou ficar aqui te olhando.
— tá bom, obrigada — abro um sorriso tímido para ele.
— ao seu dispor — ele sorri também.
Seu rosto se aproxima do meu e sem perceber eu prendo o ar, quando sua boca fica perto da minha parece que meu coração vai sair pela boca, consigo sentir sua respiração bater contra o meu rosto, seu perfume me invade, me deixando um pouco tonta.
— boa noite — ele beija a minha bochecha.
Demoro alguns minutos para voltar ao normal.
— boa noite, Veigh — digo.
— me chama de Thiago, por favor— ele sorri.
Dou mais um tchauzinho para ele e sigo para minha casa. Na sala meu pai já estava jogado no sofá, ele fedia a cachaça e drogas, seu nariz chega estava ferido de tanto que ele coçava, chega dava nojo.
— olha só quem chegou — ele se levanta, mas quase cai.
— oi — digo.
— oi? Olha só, ela disse " oi " — ele ri — passa o dinheiro sua puta.
— eu não tenho pai, eu já te dei o dinheiro esse mês — tento me afastar a cada passo que ele dá em minha direção.
— você agora trabalha para o dono do morro, deve ganhar melhor do que a porcaria que sua mãe te da — ele passa a mão no nariz.
— eu não recebo nada lá — digo já prendendo o choro.
— NÃO RECEBE NADA ? EU DUVIDO — ele vem para cima de mim — ESTA MENTINDO PARA MIM AGORA FILHA DA PUTA.
— não pai, eu juro, o Ret não me paga — eu tento me afastar dele, mas o mesmo me pega pelos cabelos.
— EU TO NEM AI SUA PIRANHA, VAI VIRAR MARMITA DE TRAFICANTE, NÃO LIGO, SÓ QUERO A PORRA DO DINHEIRO — ele me bate, sua mão se choca com meu rosto.
— EU NÃO TENHO — grito entre as lágrimas que cai em meu rosto.
— VOCÊ TEM SIM — ele me joga no chão.
Acabo ficando em posição fetal, ele se aproxima mais uma vez e começa a me chutar. Seus chutes são todos na região do meu abdômen, ele dá vários chutes com gosto, um mais forte que o outro, na minha cabeça eu só queria que tudo isso acabasse, meu corpo não aguentava mais, a cada chute ficava difícil de respirar.
— SUA VAGABUNDA, QUERO MEU DINHEIRO— ele grita cada vez mais.
Quando ele se cansa ele para, me permaneço para, qualquer músculo que eu tente mexer dói, até pensar dói, tudo dói.
— olha querido, dinheiro — minha mãe, ou se eu posso chamar disso, vem até mim.
Esse dinheiro eu tinha pegado para pagar uma parte do cursinho que estou fazendo para sair bem no vestibular.
Agora foi por tudo água abaixo.
— não tinha dinheiro né — ele me chuta mais uma vez — 250 reais, da para o gasto.
Ele puxa meu cabelo me fazendo olhar para ele.
— da próxima vez que você esconder dinheiro de mim, eu vou fazer questão de você nunca mais ver a luz do dia — ele diz no meu ouvido.
Me jogando em direção ao chão ele me solta, depois de tentar respirar eu me levanto e vou até meu quarto.
Não tenho forças para nada, não tenho coragem de me olhar no espelho, de pensar no amanhã, eu só queira sumir, eu só queria sair daqui.
Passo por minha mãe, ou alguma coisa, ela me olhar com um olhar de desculpa.
Que hipocrisia!
Ela acha que me ajudou? Ela achar que fez algo certo ? Que só porquê ele parou de me bater isso é bom?
Está muito enganada mãe, isso só piorou tudo, isso só acabou com qualquer sentimento que eu tinha por ela.
Hoje ela mostrou de que lado ela estar.
— não fala comigo
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No Crime Teto
Fiksi PenggemarSpin-off de No morro Filipe Ret Essa é a história de amor que teve que superar muito mais do que barreiras, teve que superar a realidade que chama eles, a realidade que vai levar o Teto a lutar por uma pessoa que ele mal conhece, mas que faz ele rel...