Capítulo 13 : Bebê

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Foi como beber água depois de ter sede durante um dia quente de verão: toda a sua vida se concentra naquele momento refrescante e o resto do mundo não existe; pensamentos sobre qualquer outra coisa vira fumaça e tudo que fica na sua cabeça é a vontade de continuar bebendo, sem nunca parar. Ao mesmo tempo, porém, você percebe que mais cedo ou mais tarde a água acabará e que é melhor você ir com calma.

Foi assim que foi beijar Cedrico novamente depois de meses de brigas e separação. Seus lábios eram tão macios e úmidos quanto Harry se lembrava deles; seu hálito quente espalhando seu rosto, seu perfume delicioso envolvendo-o como uma névoa leve e invisível.

O corpo duro de Cedrico estava pressionado contra o de Harry, como se tivesse medo de ser empurrado; então ele abriu a boca, o beijo ficou mais acalorado e soltou um gemido de prazer.

O som percorreu Harry como a música agradável de uma orquestra e ele sentiu uma dor no peito que não conseguia explicar; ele só sabia que não entendia como pensara que poderia privar-se de tudo isso. Como ele poderia ter sido estúpido o suficiente para pensar tal coisa? Não era apenas o prazer físico derivado da colisão de suas bocas e corpos, mas também a euforia de saber que aquele garoto lindo e perfeito queria Harry tanto quanto ele, se não mais, até.

Ainda assim, um pequeno pensamento o incomodava no fundo de sua mente: aquela vozinha bem conhecida e desagradável que geralmente apontava as coisas mais desconfortáveis ​​nos momentos mais inconvenientes. Neste momento, a voz observou que Cedrico merecia algo melhor do que ele: ele deveria encontrar uma pessoa que não o colocasse em perigo com sua mera existência.

No entanto, a ideia de ver Cedrico com outra pessoa partiu o coração de Harry e libertou o demônio dentro dele; o mesmo demônio que o levou a ir falar com Cormac no Três Vassouras tanto tempo atrás.
O pensamento fez Harry descartar a voz insuportável e retribuir o beijo com mais ardor, forçando a cabeça de Cedrico para trás, enquanto passava as mãos por aqueles cabelos sedosos.

Quando suas línguas finalmente entraram em contato, Harry gemeu e deixou a de Cedrico entrar: ele não estava interessado em lutar pelo domínio porque já se sentia conquistado, ou seu coração era mais provável.

Cedrico cantarolou de prazer e pareceu dar tudo de si, empurrando Harry contra as prateleiras, ancorando-o ali e apertando-o pela cintura.

Quando se separaram, depois de alguns minutos, ou algumas horas, ficaram imóveis com as testas encostadas, recuperando o fôlego.

"Isso é... diga-me que isso é real..." Cedrico ofegou, com o peito arfando.

"Eu não sei," murmurou Harry. Ele realmente não sabia: ainda parecia um lindo sonho e ele temia que a qualquer momento ele acordasse na Torre da Grifinória, chafurdando em autopiedade e decepção.

Cedric deu-lhe outro beijo forte e depois se afastou com um sorriso. "Acredito que seja real, sim", ele suspirou.

"Sim..." Harry respirou aliviado. "Cedrico, sinto muito por tudo o que aconteceu..."

"Não importa, acabou," Cedrico descartou, apoiando a testa na de Harry.

"Mas, você tem certeza que... quero dizer, você tem certeza que quer ficar comigo -"

"Sim, eu já te disse mais de uma vez," Cedrico bufou com uma pitada de exasperação. "Quantas vezes eu tenho que te contar? Harry, eu quero você. Quero que todos saibam disso. Quero gritar da Torre de Astronomia!"

O coração de Harry começou a disparar. Ele se sentiu tocado por essas palavras e também queria gritar para o mundo, mas por outro lado se sentiria um pouco envergonhado de declarar coisas assim. Ele não era exatamente um fanfarrão.

Irresistible attraction  - TraduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora