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110d.c
Um ano havia se passado desde que Rhaenyra começara a se aproximar de Helaena. A convivência entre as irmãs, que antes era distante, tornara-se constante e afetuosa. Com as lembranças de sua vida passada queimando em sua mente, Rhaenyra sabia que não podia repetir os erros que cometera antes — erros que haviam custado caro a todos que amava. Alicent, por outro lado, estava cada vez mais absorta em sua obsessão por Aegon, negligenciando completamente a filha mais nova.
Rhaenyra assumiu para si a tarefa de cuidar da pequena Helaena. Sempre que tinha um momento livre, ela se dirigia ao quarto da bebê, encantada com cada sorriso e gargalhada que a menina oferecia. Helaena, por sua vez, já começava a demonstrar uma afeição especial por Rhaenyra, estendendo os bracinhos para ela sempre que a via entrar.
— Olá, minha doce e pequena Helaena — dizia Rhaenyra, com um sorriso suave enquanto a pegava no colo. — Você sabe o quanto te amo, não é?
Cada vez que pronunciava essas palavras, o coração de Rhaenyra se apertava. Em sua vida passada, ela nunca tinha sido tão próxima da irmã mais nova, e o arrependimento a consumia. Agora, com essa segunda chance, ela jurou a si mesma que seria diferente.
Harwin Strong, sempre por perto como cavaleiro de juramento da princesa, observava com admiração. Ele via em Rhaenyra não apenas uma futura rainha, mas uma mulher capaz de oferecer amor genuíno, algo raro nos corredores frios da Fortaleza Vermelha. As interações entre eles tornaram-se mais frequentes e íntimas, com olhares furtivos e sorrisos tímidos.
Um dia, enquanto Harwin estava no quarto observando a interação, Helaena surpreendeu a todos.
— Ma... Ma... Mamãe! — balbuciou a garotinha, os olhos púrpura brilhando de felicidade.
Rhaenyra congelou por um instante, surpresa e emocionada. A primeira palavra da pequena havia sido "mamãe". A lembrança de Jacaerys, seu primeiro filho, também chamando-a assim pela primeira vez, veio à tona. Harwin, igualmente surpreso, sorriu com ternura.
— Parece que você ganhou um novo título, Princesa — comentou ele, com um toque de humor na voz.
Rhaenyra riu baixinho, balançando a menina nos braços.
— Nem me fale, Harwin... Ainda bem que Alicent não está aqui. Se ela ouvisse isso, me proibiria de ver Helaena para sempre.
Harwin apenas observou em silêncio, admirando a suavidade de Rhaenyra, enquanto ela continuava a embalar a bebê com todo o carinho que Alicent nunca oferecia.
