✧ twenty four: judgment.

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Desde que me colocaram nessa cela, eu não consigo parar de soluçar. Choro desesperadamente, ainda sem acreditar que tudo isso está acontecendo. Estou há apenas algumas horas aqui, mas parecem anos.
Nunca pensei que iria sujar minhas mãos de sangue.

Estou sentada com as mãos no rosto, chorando como uma criancinha desamparada. Agora a única família que eu tinha, a única pessoa que eu confiava me traiu da maneira mais cruel possível.

Olho para baixo, observando mais uma vez meu vestido branco coberto pelo sangue de Mila. Minhas lágrimas escorrem como uma cachoeira pelo meu rosto.

-Murphy, visita para você. - um policial diz de fora da cela. Eu me levanto rapidamente e enxugo minhas lágrimas. Logo o mesmo abre a cela com a chave e deixa alguém entrar.

-Anthony! - eu corro para abraçá-lo. Sinto o calor de seu corpo, tentando procurar nele o apoio que eu preciso. Ele me abraça de volta, como se entendesse meu desespero. -Eu estou tão assustada! - eu digo, soluçando ainda mais.

-Shh, calma, loirinha. Vai ficar tudo bem. - ele diz acariciando meu cabelo, o que me acalma um pouco.

-Eu não queria, Anthony. Ela tentou me matar, eu só me defendi. - eu susurro, apertando ainda mais o abraço.

-Claire, escute com atenção. - ele separa o abraço para conseguir olhar diretamente em meus olhos. -Consegui fazer com que seu tribunal fosse realizado o mais rápido possível. Foi difícil, mas consegui. - ele diz e eu tento prestar o máximo de atenção. -Consegui também ser o seu advogado nesse caso, mesmo não sendo formado ainda.

-Como você conseguiu? - eu pergunto, esquecendo completamente do poder que Anthony tem nessa cidade.

-Isso não importa agora. O que importa é que vai ficar tudo bem, vou tirar você daqui. - ele diz com uma expressão de preocupação genuína. Anthony me puxa para mais um abraço, e eu rapidamente retribuo.

-Obrigada, Anthony. - eu digo com a voz trêmula, com mais algumas lágrimas escorrendo.

-Não precisa agradecer, loirinha. Faço tudo o que for preciso para te ver bem. - ele sussurra em meu ouvido e meu coração aquece.

-Já deu o tempo. - o policial avisa.

Antes de ir embora, Anthony deposita um beijo em minha testa. Isso significou para mim proteção e segurança.

Mais uma vez, sozinha na cela. Como ainda não aconteceu o tribunal, estou sozinha. Me encolho no chão, e fecho meus olhos, agora um pouco mais calma pela visita de Anthony. O chão gelado é como um choque no meu corpo quente. Permaneço ali.

Fico ali pensando em tudo o que eu fiz, e no que vai acontecer. E se eu ficar presa para sempre? E se eu for para o inferno por ter matado alguém? Minha cabeça quase explode de tantos pensamentos nervosos.

(...)

Finalmente o tribunal chegou. Como Anthony prometeu, não demorou muito. Mas todo os segundos que passei naquela sela foram os piores.

Nesta manhã, tinham algumas pessoas no tribunal. Incluindo Jessica e Giselle. Eu estou sentada ao lado de Anthony, que aqui será meu advogado. Ele parece determinado, mas também preocupado. Ele segura minha mão gelada com as duas mãos e aperta sutilmente, como se quisesse dizer que está tudo bem.

O juiz entrou na sala e todos se levantaram. Após essa formalidade inicial, o julgamento começou.

-Excelentíssimo juiz, senhoras e senhores do júri, estamos aqui hoje para julgar Claire Murphy pelo homicídio de Mila Lewis. - o promotor anunciou e meu coração apertou.

Depois de alguns minutos que o tribunal havia iniciado, anunciaram que Anthony poderia começar com sua defesa. Ele se levantou confiante.

-Excelentíssimo juiz, gostaria de deixar explícito que Claire não atacou a sua tia, e sim praticou um ato de legítima defesa, o artigo 25 do código penal. Segundo o próprio testemunho de Claire e vizinhos presentes ao redor da casa aquele dia, Mila tentou atacar Claire e assassiná-la. - ele diz com convicção. -Levaram Claire para fazer o exame de corpo de delito, que alegou marcas de objetos atirados e tentativa de sufocamento.

Em seguida, me chamaram para dar o meu próprio testemunho.

-Eu juro dizer a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade. - eu digo, tremendo um pouco, mas com determinação.

-Nesse dia, tinha acabado de descobrir que minha tia teria sido a responsável pelo assassinato dos meus pais. Ao confrontar Mila, ela teve um surto. - eu digo engolindo em seco, lembrando de toda aquela situação traumática. -Ela tentou me matar sufocada com uma almofada, depois atirou objetos pesados em mim. Se eu não agisse, ela iria me matar. Eu só queria me defender. - lágrimas silenciosas escorrem pelo meu rosto. Avisto a plateia, e vejo Jess e Giselle sensibilizadas com o meu depoimento.

Anthony apresentou uma série de provas, como relatórios policias antigos, provando que meus pais foram assassinados e não mortos em um acidente. Ele apresentou o vídeo de Mila assassinando meus pais, mesmo não sendo possível identificar seu rosto, a carta que minha mãe escreveu prova tudo o que aconteceu naquele dia.

Anthony também chamou uma das testemunhas mais importantes, um ex-policial que chegou a investigar a morte dos meus pais, porém ainda em 2008.

-Sr Thompson, você pode confirmar se houve alguma vez suspeitas sobre Mila na morte dos pais da Claire? - Anthony interroga o ex-policial.

-Sim, havia. - ele assentiu. -Na época não houve nenhuma consistência, entende? Não tinha evidências suficientes. Mas tinha algo bem estranho. - ele levanta as sobrancelhas. -O laudo do IML do corpo de Barbara Murphy simplesmente foi arquivado, e ninguém sabe o motivo. Uma sede de provas começaram a ser eliminadas, inclusive, todas as pessoas que sabiam que o casal Murphy não foi morto por um acidente, e sim por um homicídio. Todos que sabiam disso foram mortos de uma forma bem estranha, e ninguém pode confrontar, por falta de provas.

Depois de todas as provas apresentadas, o júri se retirou para deliberar. Houve um silêncio gritante e tenso na sala do tribunal enquanto todos esperavam a resposta final.

Depois do que pareceu uma eternidade, o júri voltou. Senti um frio na barriga e fiquei totalmente nervosa. Depois de alguns instantes, seria determinado se eu ficaria presa por anos ou então ficaria livre.

O porta-voz do júri se levantou.

-Considerando todas as evidências apresentadas e o testemunho do réu, declaramos Claire Murphy inocente de todas as acusações.

Houve um suspiro coletivo de alívio no tribunal. Eu abraço Anthony fortemente, desabando em lágrimas de gratidão. O julgamento terminou. Eu estou livre. A justiça finalmente foi feita.




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oiii gente, oq acharam do ep?
estamos finalmente na reta final da historia 🥳🥳🥳

espero q estejam gostando da historia, quebrei mt minha cabeça pra escrever esse ep pq nao sou nenhuma advogada 😭

votem muitoooooo
beijinho 😘

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