✧ twenty three: kill.

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Hoje não estou me sentindo muito bem. Tenho ficado bem pensativa por causa da morte dos meus pais. E se fosse diferente?

E se nada disso tivesse acontecido? E se eles não tivessem sido assassinados aquele dia? Como as coisas seriam?

Coloco meu travesseiro sobre meu rosto, tentando afastar esses pensamentos. Acho que nunca vou conseguir de fato superar a morte dos meus pais. Vou levar isso comigo para sempre.

Me sento na cama, tentando colocar minha cabeça no lugar. Enxugo minhas lágrimas, e tento dizer a mim mesma que vai ficar tudo bem, mas no fundo eu sei que não vai.

Abro minha gaveta da escrivaninha e retiro um pequeno álbum de fotos que peguei do sótão. Sempre que estou mal por esse motivo, eu revejo as fotos numa tentativa de matar a saudade.

Observo mais uma vez as fotografias da nossa família. Aniversário, casamento dos meus pais. Tudo é como se eu vivesse de novo.

-Claire, o café está pronto. - tia Mila diz bem alto de fora do quarto.

-Já vou, tia. - eu digo.

Então eu guardo novamente o álbum de fotos na gaveta da escrivaninha. Ao ver melhor, avisto o diário da minha mãe, que eu guardei comigo quando mexia em algumas coisas no sótão faz meses. Me lembro então que senti algo dentro de mim, me avisando que precisava guardar comigo. Relembro como se fosse ontem.

Avisto um cadeado, de ferro. Como vou ler isso sendo que está trancado? Acho que eu preciso de ajuda.

Pego o diário e fecho a gaveta. Escuro minha tia chamar mais uma vez, então começo a trocar de roupa para começar o meu dia. Visto um simples vestido branco, com decote quadrado e mangas curtas. Ele possui um tecido leve e alguns babados na saia. Deixo meu cabelo solto, e saio do quarto com o diário nas mãos.

-Bom dia princesa. - tia Mila diz ao me ver descendo as escadas.

-Bom dia tia. Estou bem atrasada, acho que não vai dar tempo de tomar café. - eu digo terminando de descer as escadas rapidamente.

-Tem certeza, princesa? - ela pergunta preocupada.

-Sim tia. Obrigada. - eu dou um sorriso para ela antes de sair de casa o mais rápido possível.

Subo na minha bicicleta e coloco o diário da minha mãe na pequena cesta. Começo a pedalar com um destino definido: A casa de Anthony.

O vento quente bate em meu rosto, balançando meus cabelos loiros para trás. A medida que eu pedalava, mais eu sentia um frio na minha barriga. Só de eu imaginar que talvez eu possa descobrir hoje o assassino dos meus pais, eu já fico ansiosa.

Depois de minutos pedalando - que para mim pareceu horas - , finalmente chego na casa de Anthony. Torço os dedos para que ele esteja em casa, e toco a campainha.

Depois de cerca de um minuto, ele finalmente abre a porta. Anthony usa uma bermuda preta e uma camiseta da mesma cor, com seus cabelos pretos molhados escorrendo um pouco na testa.

-Preciso da sua ajuda. - eu digo assim que ele me vê.

-Bom ver você também. - ele diz com um sorriso irônico. -Entra, loirinha.

-Acho que encontrei algo que possa me ajudar a descobrir o assassino dos meus pais. - eu digo adentrando a casa.

-O que? - ele pergunta com curiosidade.

-O diário da minha mãe. - eu mostro pra ele o item que trouxe comigo. -Mas ele está trancado por um cadeado de ferro. - ele observa atentamente.

Hate & Desire - O Direito de AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora