Capítulo 12 - Impostora

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1 semanas depois | Segunda - Feira

.VALENTINA

O que é preciso para conhecermos uma pessoa de verdade? Tempo? Convivência? Interesse? O que você faria se percebesse que não reconhece mais a pessoa pela qual você se apaixonou? O que você faria, se sentisse que vocês se perderam no meio do caminho e toda aquela chama que tinham se apagasse sem nem sequer jogar um balde de água fria? O que você faria se não reconhecesse mais o amor da sua vida?

Ultimamente sinto que não reconheço mais minha namorada. É como se a Luiza tivesse virado uma chave e não consigo mais acessá-la. Ela está distante. Mal veio pra faculdade na última semana. E no final de semana aluguei um chalé para ficarmos juntas como fazíamos antigamente, quando escondiamos nosso namoro. Eu olho pra essa garota e o que me vem em mente é um grande ponto de interrogação.

Eu nem lembro a ultima vez que toquei ou fui tocada pela Luiza, sempre que tento esquentar o clima entre a gente ela me barra. Nunca está afim, ou está com dor de cabeça. Eu não entendo. Só sei que não consigo mais lidar com isso e com essa sensação de estar sendo um incomodo pra ela ultimamente. Cansei de não me sentir amada e da nossa falta de conexão e reciprocidade. E tudo isso pra mim é TÃO chocante. Alguma coisa aconteceu para a Luiza se fechar assim. Mas ela não me fala, acho que depois que nossos pais se conheceram tudo piorou. Porque o que antes ela só oscilava de humor, agora ela vestiu de vez essa personalidade que eu desconheço.

Mas eu juro que estou ficando cansada. Demorou pra eu aprender, mas eu aprendi que o meu bem-estar é inegociável. E isso significa não me submeter, nem tolerar nada que me machuque. Mas é difícil pra caralho você ver a garota que mais ama na vida se distanciar cada vez mais. Eu não quero simplesmente abrir mão de tudo que construímos juntas até aqui. Luiza me devolveu tanta coisa. Sorrisos, abraços e amor. Me fez voltar a enxergar a vida com outros olhos. Luiza foi a minha luz no fim do túnel. Mas agora ela não passa de uma grande e completa escuridão.

Com certeza tem algo acontecendo e eu vou tentar pela última vez. Hoje é segunda, e sei que as segundas Isadora vai pra sua advocacia. Então preciso tentar conversar com ela. Sei que ela não vai se recusar a me ver. Isadora tem um dos corações mais lindos que eu já vi e assim como a gente, ela também parece não saber o que existe entre meu pai e seu marido.

Me arrumo rapidamente porque depois de lá, irei direto pra faculdade. Peguei minha moto e sai sem nem sequer avisar meu pai. Eu só queria entender e poder ajudar a Luiza. Eu não posso ver minha namorada se perdendo e não fazer nada. O escritório fica a 40 minutos da minha casa. Em todo esse tempo meus pensamentos estavam tão acelerados quanto a minha moto. Eu não conseguia enxergar a rua à minha frente. Tudo que eu via era a Luiza, Luiza e Luiza.

*FLASHBACK
03 dias atrás.

Eu tinha certeza que hoje teríamos uma noite incrível. Aluguei um dos nossos chalés preferidos. Comemos fondue e rimos como a muito tempo não fazíamos. Mas mesmo assim, Luiza tinha seu olhar perdido e isso me deixava aflita. É como se só seu corpo estivesse aqui, mas ela estivesse longe. Mas não dou vozes a esses meus pensamentos intrusivos.

Subimos pro quarto e ela tinha acabado de sair do banho. Estava com um pijama fresquinho e até do cheiro da sua pele eu estava com saudade de sentir. Puxo Luiza pela cintura selando nossos lábios em um beijo intenso. Para que nenhuma brecha fosse capaz de fazê-la recuar. Me inclino fazendo ela deitar sobre a cama. Desci meus beijos pro seu pescoço molhando aquela região apertando forte seus seios. Meu nariz afundava na sua pele. Eu estava com tanta saudade dela, estava com tanta saudade da gente. Com uma mão, agora segurava sua nuca e ia descendo os beijos do pescoço pro seu colo e com a outra livre, não perco tempo, abaixo seu shorts junto com a calcinha. Mas ela me empurra imediatamente.

DUAS FACES - VALUOnde histórias criam vida. Descubra agora